Como as estratégias de combate à corrupção adotadas pelos Tribunais de Contas Estaduais do Brasil são influenciadas pela renda per capita?

Autores

  • Robson Fernandes Soares Tribunal de Contas do Estado do Paraná
  • Rodolfo Coelho Prates Universidade Federal do Paraná
  • Márcio José Assumpção Universidade Positivo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8077.2018V20nespp84

Resumo

Embora as Instituições Supremas de Auditoria sejam reconhecidas como um dos pilares de combate à corrupção, pouco se sabe a respeito de como elas concebem seu modo de atuação e como consideram as variáveis ambientais em seu planejamento. Dessa forma, o objetivo do presente estudo consiste em compreender como a formulação estratégica dessas entidades leva em consideração a renda per capita e a desigualdade de renda (principais variáveis ambientais relacionadas à corrupção). Para tanto, foram analisados os planejamentos estratégicos de 24 Tribunais de Contas Estaduais que se encontravam vigentes em 2015. Através da análise de conteúdo, foram identificadas sete dimensões estratégicas que foram relacionadas aos níveis de renda e de desigualdade de renda através da Análise de Homogeneidade. Em seguida, foi aplicado o teste exato de Fisher para confirmar as relações levantadas. Como principal resultado, verificou-se que estratégias de capacitação da gestão pública estão relacionadas com contextos de renda elevada.

Biografia do Autor

Robson Fernandes Soares, Tribunal de Contas do Estado do Paraná

Doutorando em Administração na Universidade Positivo e Analista de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

Rodolfo Coelho Prates, Universidade Federal do Paraná

Doutor em economia aplicada pela Universidade de São Paulo e Professor visitante do Middlebury College

Márcio José Assumpção, Universidade Positivo

Mestre em Administração pela Universidade de Extremadura, Professor na Universidade Positivo e Analista de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado do Paraná

Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. In: (Ed.). Análise de Conteúdo: Edições 70/LDA, 2009.

BARZELAY, M. Central audit institutions and performance auditing: A comparative analysis of organizational strategies in the OECD. Governance, v. 10, n. 3, p. 235-260, 1997. ISSN 1468-0491.

BLUME, L.; VOIGT, S. Does organizational design of supreme audit institutions matter? A cross-country assessment. European Journal of Political Economy, v. 27, n. 2, p. 215-229, 2011. ISSN 0176-2680.

BRINGSELIUS, L. The dissemination of results from supreme audit institutions: independent partners with the media? Financial Accountability & Management, v. 30, n. 1, p. 75-94, 2014. ISSN 1468-0408.

BUKOVANSKY, M. The hollowness of anti-corruption discourse. Review of International Political Economy, v. 13, n. 2, p. 181-209, 2006. ISSN 0969-2290. Disponível em: < http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09692290600625413 >. Acesso em: 02 mar. 2016.

DE ARAUJO, F. Adoção do planejamento estratégico pelos tribunais de contas brasileiros. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte: 2013.

DELLAGNELO, H. E. L.; SILVA, R. C. D. S. Análise de Conteúdo e sua aplicação em Administração. In: VIEIRA, M. M. F. e ZOUAIN, D. M. (Ed.). Pesquisa qualitativa em administração: teoria e prática: FGV, 2005.

FÁVERO, L. P. et al. Análise de dados. Modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Campus, 2009.

GUPTA, S.; DAVOODI, H.; ALONSO-TERME, R. Does corruption affect income inequality and poverty? Economics of governance, v. 3, n. 1, p. 23-45, 2002. ISSN 1435-6104.

HAIR, J. F. et al. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 593 p.

HODGSON, G. M.; JIANG, S. The economics of corruption and the corruption of economics: an institutionalist perspective. Journal of Economic Issues, p. 1043-1061, 2007. ISSN 0021-3624.

HUBERTS, L. W. J. C. What can be done against public corruption and fraud: Expert views on strategies to protect public integrity. Crime, Law and Social Change, v. 29, n. 2-3, p. 209-224, 1998. ISSN 0925-4994. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1023/A%3A1008348803253 >. Acesso em: 02 mar. 2016.

JOHNSEN, Å. et al. Performance auditing in local government: an exploratory study of perceived efficiency of municipal value for money auditing in Finland and Norway. European accounting review, v. 10, n. 3, p. 583-599, 2001. ISSN 0963-8180.

JONG-SUNG, Y.; KHAGRAM, S. A comparative study of inequality and corruption. American Sociological Review, v. 70, n. 1, p. 136-157, 2005. ISSN 0003-1224.

JÚNIOR, E. C.; DE AQUINO, A. C. B. Indicadores de desempenho em Entidades Fiscalizadoras Superiores: o caso brasileiro. Contabilidade Vista & Revista, v. 22, n. 3, p. 15-40, 2011. ISSN 0103-734X.

KAYRAK, M. Evolving challenges for supreme audit institutions in struggling with corruption. Journal of Financial Crime, v. 15, n. 1, p. 60-70, 2008. ISSN 1359-0790.

KELLNER, W. Supreme audit institutions and their role in fighting corruption. The Role of Bilateral Donors in Fighting Corruption, p. 167, 2000.

KRIPPENDORFF, K. Content analysis: an introduction to its methodology 2nd Edition. 2004.

LAMBSDORFF, J. G. How Corruption Affects Productivity. Kyklos, v. 56, n. 4, p. 457-474, 2003. ISSN 1467-6435. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1046/j.0023-5962.2003.00233.x >. Acesso em: 02 mar. 2016.

LAMBSDORFF, J. G. The institutional economics of corruption and reform: theory, evidence and policy. Cambridge University Press, 2007. ISBN 1139464760.

MARÔCO, J. Análise estatística com o SPSS Statistics. ReportNumber, Lda, 2011. ISBN 9899676322.

MARTONE, C. L. Instituições, setor público e desenvolvimento: o caso do Brasil. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 2007.

MAURO, P. Corruption and growth. The quarterly journal of economics, p. 681-712, 1995. ISSN 0033-5533.

MCCUSKER, R. Review of anti-corruption strategies. Australian Institute of Criminology, 2006. ISBN 1921185295.

MCDAVID, J. C.; HUSE, I. Legislator uses of public performance reports: Findings from a five-year study. American Journal of Evaluation, p. 7-25, 2011. ISSN 1098-2140.

MINTZBERG, H. et al. Strategy Safari: A Guided Tour Through The Wilds of Strategic Mangament. Simon and Schuster, 2005. ISBN 0743270576.

MOCAN, N. What determines corruption? International evidence from microdata. Economic Inquiry, v. 46, n. 4, p. 493-510, 2008. ISSN 1465-7295.

NEGIN, V.; RASHID, Z. A.; NIKOPOUR, H. The causal relationship between corruption and poverty: A panel data analysis. MPRA Paper, 2010.

PALDAM, M. Corruption and religion adding to the economic model. Kyklos, v. 54, n. 2‐3, p. 383-413, 2001. ISSN 1467-6435.

POLLITT, C. Performance audit in Western Europe: trends and choices. Critical perspectives on accounting, v. 14, n. 1, p. 157-170, 2003. ISSN 1045-2354.

PORTA, R. L. et al. Trust in large organizations. National Bureau of Economic Research. 1996

REICHBORN-KJENNERUD, K.; JOHNSEN, Å. Performance Audits and Supreme Audit Institutions’ Impact on Public Administration The Case of the Office of the Auditor General in Norway. Administration & Society, p. 1-25, 2015. ISSN 0095-3997.

RIFF, D.; LACY, S.; FICO, F. Analyzing media messages: Using quantitative content analysis in research. Routledge, 2014. ISBN 1135912017.

SIEGEL, S.; CASTELLAN JR., N. J. Estatística não-paramétrica para ciências do comportamento. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 448 p.

STAPENHURST, R.; KPUNDEH, S. J. Curbing corruption: Toward a model for building national integrity. World Bank Publications, 1999. ISBN 0821342576.

SVENSSON, J. Eight questions about corruption. The Journal of Economic Perspectives, v. 19, n. 3, p. 19-42, 2005. ISSN 0895-3309.

WU, Y.; ZHU, J. Corruption, anti-corruption, and inter-county income disparity in China. The Social Science Journal, v. 48, n. 3, p. 435-448, 2011. ISSN 0362-3319.

Downloads

Publicado

2018-12-15

Como Citar

Soares, R. F., Prates, R. C., & Assumpção, M. J. (2018). Como as estratégias de combate à corrupção adotadas pelos Tribunais de Contas Estaduais do Brasil são influenciadas pela renda per capita?. Revista De Ciências Da Administração, 1(2), 84–98. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2018V20nespp84

Edição

Seção

Artigos