Um diálogo sobre o equívoco de memória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2021.e78590

Resumo

O presente artigo tem como objetivo discutir as relações entre memória e literatura no texto autobiográfico a partir da inserção do conceito de equívoco de memória. Assumindo o diálogo como forma de provocação, procuro responder algumas questões acerca das características do que chamo equívoco de memória, conceito forjado com base nas ideias de perspectivismo Ameríndio e de equívoco controlado, ambas desenvolvidas pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. A leitura que defendo encara o texto autobiográfico como sendo constituído por um processo de intensa alteridade, de diferença e não de semelhança, e o seu autor como um tradutor do passado, cujo trabalho se torna legível somente por meio do equívoco.

Biografia do Autor

Leandro De Bona Dias, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Graduado em Letras: Português/Inglês pela Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC) e Mestre em Educação pela mesma instituição. Doutorando em Ciências da Linguagem na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior – PROSUC/CAPES. 

Mário Abel Bressan Júnior, Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

Formação acadêmica: Graduação em Comunicação Social: Publicidade e Propaganda. Mestre em Ciências da Linguagem (Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL). Doutor em Comunicação Social (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS).

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Publicado

2021-06-07

Edição

Seção

I. Escritas de vida através dos gêneros