O Uirapuru, a Águia e o Condor: as literaturas indígenas de Abya Yala

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2022.e84905

Palavras-chave:

literaturas indígenas, colonialismo, literatura comparada

Resumo

Neste artigo, objetivamos verificar as condições de surgimento das literaturas indígenas em contexto norte-americano, hispano-americano e brasileiro, em perspectiva comparada, a fim de compreender as interferências coloniais nesses processos. Foram utilizadas abordagens teóricas diversas, a exemplo das pesquisas de Hunt (2002), Fulford (2006), García Canclini (2008), Munduruku (2012), Del Valle Escandante (2013), Viveiros de Castro (2016) e Dorrico et al. (2018). A análise comprovou que, embora condicionadas por mecanismos ocidentais (mercado, público consumidor etc.), as obras indígenas tendem a não se adaptar ao mainstream, o que justifica a necessidade de interpretá-las a partir de seus contextos histórico-culturais.

Biografia do Autor

Lívia Penedo Jacob, UERJ

Doutora (2016 -2020) em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de Winnipeg (CAPES - PDSE 2017), com tese vencedora de Menção Honrosa pelo Prêmio Capes de Tese, edição 2021. Mestre em Linguística pela PUC Rio com fomento do CNPQ (2008-2010), graduou-se e licenciou-se em Letras Português-Literaturas pela UERJ (2003-2007), tendo sido bolsista do Programa de Estudos Galegos (PROEG). 

Referências

BÁEZ, Fernando. História universal da destruição dos livros: das tábuas sumérias à Guerra o Iraque. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

BARISONE, José Alberto. “Problemas en el estudio de las literaturas indígenas”. Zama, Buenos Aires, n. 5, 153-167, 2013. Disponível em: http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/zama/article/view/1149. Acesso em: 13 jul. 2019.

BASTOS, Elide Rugai. “A história nunca se fecha”. In: sociol. antropol. Rio de Janeiro, v.10.02: 677–694, may.–aug., 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sant/a/Dy7NnKNxTWHZq6YqwrghW3m/ . Acesso em: 11 nov. 2021.

BERTAZONI, Cristiana. “Apu Ollantay: Inca Theatre as an example of the modes of interaction between the Incas and Western Amazonian societies”. In: Boletim Museu do Pará Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 9, n. 1, p. 27-36, jan./abr. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-81222014000100003&script=sci_abstract. Acesso em: 01 ago. 2019.

CALAVIA SAÉZ, Oscar. “Autobiografia e sujeito histórico indígena: considerações preliminares”. In: Novos Estudos, v. 76, 2006. In: http://novosestudos.uol.com.br/v1/Issues/index. Acesso em: 14 abr. 2017.

CAMPBELL, Maria. Halfbreed. Lincoln e Londres: University of Nebraska Press, 1973.

CASTRO, Eduardo Batalha Viveiros de. A Inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naif, 2016.

CONEJO POLAR, Antonio. Literatura y sociedad en el Peru: la novela indigenista. Lima: CELACP, 2005.

DEL VALLE ESCANDANTE, Emilio (editor). “Teorizando las literaturas indígenas contemporáneas: Introducción”. In: A Contracorriente, v. 10, n. 3, Spring 2013, p. 1-20, 2015. Disponível em: https://acontracorriente.chass.ncsu.edu/index.php/.../712/1265/ Acesso em: 12 jul. 2019.

DEPASQUALE, Paul; EIGENBROD, Renate; LAROQUE, Emma. Across cultures, across borders – Canadian Aboriginal and Native literatures. Peterborough: Broadview Press, 2010.

DORRICO, Julie. et al (org.). Literatura indígena brasileira contemporânea: criação, crítica e recepção. Porto Alegre: Editora Fi, 2018.

EL LIBRO DE CHILAM BALAM. Tradução de Antonio Mediz Bolio. San José de Costa Rica: Lehman, 1980.

FAGAN, Kristina. et al. Reading the reception of Maria Campbell’s Halfbreed. In: The Canadian Journal of Native Studies, v. 29, p:257-28, 2009.

Disponível em: http://www3.brandonu.ca/cjns/29.1-2/17Halfbreed%20collaborative.pdf Acesso em: 11 jan. 2019.

FULFORD, Tim. Romantic Indians: Native Americans, British Literature and Transatlantic culture 1756 – 1830. Londres: Oxford University Press, 2006.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: Edusp, 2008.

GREENE, Alma. Forbidden Voice: Reflections of a Mohawak Indian. Toronto: Green Dragon Press, 1972.

GRONDIN, Marcelo; VIEZZER, Moema. Abya Yala: genocídio, resistência e sobrevivência dos povos originários das Américas. Rio de Janeiro: Bambual, 2021.

HUNT, Peter (ed.). Understanding children literature. Taylor and Francis e-Library, 2002.

JIMENÉZ, Robert T; SMITH, Patrick H. “Mesoamerican Literacies: Indigenous Writing Systems and Contemporary Possibilities”. In: Reading Research Quarterly, Newark, v. 43, p. 28-46, 2008. Disponível em: dx.doi.org/10.1598/RRQ.43.1.3. Acesso em: 31 out. 2018.

LAJOLO, Marisa. Literatura infantil brasileira e estudos literários. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 36, 2010.

MATIÁS RENDON, ANA. La discursividad indígena: Caminos de la palabra escrita. Cidade do México: Kumay Ediciones, 2019.

MIRÓ, César; SALAZAR BONDY, Sebastián (versão). Ollantay: drama incaico de la tradición oral. Lima: Ediciones Peisa, 2008.

MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (19970 - 1990). São Paulo: Paulinas, 2012.

OITTINEN, Riitta. Translating for children. Taylor & Francis e-library, 2000.

PACHECO, Carlos. La comarca oral: la ficcionalizacion de la oralidad cultural en la narrativa latinoamericana contemporánea. Caracas: La Casa de Bello Ediciones, 1992.

PAPILLON, Martin. “Structure, agency, and the reconfiguration of Indigenous citizenship in Canada”. In: Citizenship as a Regime. Canadian and International Perspectives. Mireille Paquet, Nora Nagels and Aude-Claire Fourotm eds., Montreal: McGill-Queen's Press, 2018

POMEDLI, Michael. Living with animals: Ojibwe spirit powers. Toronto: University of Toronto Press and Toronto Buffalo London, 2014.

POPOL VUH. Tradução de Josely Vianna. São Paulo: Editora Ubu, 2019.

TAUPERANG et al. Makunaimã: o mito através do tempo. São Paulo: Elefante, 2019.

ROEMER, K. M. Native American oral narratives: context and continuity. In: SWANN, B. (org). Smoothing the ground: essays on native American oral literature. Londres: University of California Press, 1983.

SAHÁGUN, Frei Bernardino de. História general de las cosas de Nueva España. Tomo 1. Imprenta del ciudadano Alejandro Valdés, Oaxaca, 1829. Livro de domínio público. Disponível em: https://archive.org/details/historiagenerald01saha Acesso em: 10 jul 2019.

Downloads

Publicado

2022-08-09