O cinema indígena no Brasil e no Canadá tecendo culturas: Topawa (2020) e Waban-aki: People from Where the Sun Rises (2007)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2022.e86400

Palavras-chave:

documentário, cinema indígena, Brasil, Canadá

Resumo

Partindo de uma breve exposição sobre o cinema indígena,  este artigo aborda  duas produções, uma brasileira e outra canadense.  No documentário  Topawa (2020) , um coletivo de cineastas do povo Parakanã,  da região amazônica no Brasil,  apresenta o trabalho de produção artesanal de redes. No documentário Waban-aki: People from Where the Sun Rises (2007), a cineasta canadense Alanis Obomsawin constrói  um retrato lírico de seu povo, os Abenaki, na luta contemporânea para manter vivas as práticas tradicionais de cestaria. Ainda que se  considerem  as diferenças de contexto de produção dos dois documentários, ambos exploram  um tema  em comum, o papel das atividades tradicionais no  complexo processo de (re)construção de identidade cultural  em virtude de adversidades históricas. As duas produções  ilustram que o cinema indígena ultrapassa as fronteiras locais, incluindo-se em um movimento nas Américas e no mundo para a afirmação  política e renascença cultural indígena.

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Publicado

2022-08-09