Objetos de fronteira: um diálogo entre a ciência da informação e a ciência de dados
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2021.e77247Palavras-chave:
Objetos de fronteira, Assistentes virtuais, Inteligência artificial, Aprendizado de máquinaResumo
Objetivo: A tecnologia mediadora envolvida nas comunicações possibilitou um significativo incremento da quantidade de interações entre produtores e consumidores de informação, produtos ou serviços. Neste artigo, será apresentada uma proposta para a organização da informação necessária no desenvolvimento de artefatos utilizados na mediação e conhecidos como assistentes virtuais (Chatbots). Esses canais integradores de comunicação serão conceituados como objetos de fronteira e a sua prototipação como atividade sugerida aos profissionais da Ciência da Informação em busca de uma sinergia cada vez maior com a Ciência de Dados.
Método: O artigo se baseia em uma metodologia de natureza exploratória e aplicada com a utilização de um “Estudo de Caso” orientado por uma profunda revisão bibliográfica da teoria dos objetos de fronteira e do estudo das plataformas de inteligência artificial utilizadas para desenvolvimento de chatbots, investigando as ações, métodos e ferramentas para organização da informação.
Resultados: É apresentada uma proposta de método para a organização da informação baseada em uma taxonomia específica para o domínio das interações estabelecidas entre o poder público e os cidadãos. Nesse contexto é estabelecido um conjunto de intenções, entidades e diálogos informacionais que podem justamente prover a habilidade necessária para prototipação do assistente virtual.
Conclusões: Os objetos de fronteira se constituem como uma alternativa apropriada para mediação das práticas sociais utilizadas por diversos tipos de comunidades que precisem trocar informações de forma estruturada. Por meio de uma base de conhecimento previamente modelada na forma de intenções, entidades e diálogos, as necessidades informacionais de diferentes comunidades passam a ser atendidas com a consequente abertura de um campo excepcional para atuação do profissional da Ciência da Informação.
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