Notas para uma teoria crítica discursiva da informação
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e92925Palavras-chave:
Teoria crítica discursiva, Informação, Agir comunicativoResumo
Objetivo: o artigo apresenta anotações iniciais para uma teoria crítica discursiva da informação.
Método: a teoria parte de Habermas, que considera o Discurso uma forma especial de Agir Comunicativo para construção de entendimento intersubjetivo. O Discurso é o meio que os sujeitos usam para resolver conflitos sobre algo no mundo, e para construir acordos teóricos e práticos. O Discurso entre sujeitos tem função de validação pragmática de expressões e representações do mundo da vida. Habermas observa que acordos por argumentos devem ter correspondência com o mundo objetivo.
Resultado: a partir desses pressupostos se faz o esboço de uma teoria crítica da informação. A informação é construção de significado e representação, mas é também acordo intersubjetivo sobre algo que existe no mundo.
Conclusões: assim, não existe informação fora, antes ou depois da comunicação. A informação faz parte da comunicação, nas interações mediadas pela linguagem.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Guido Antônio. Nota preliminar do tradutor. In: HABERMAS, Jurgen. Consciência Moral e Agir Comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
BELKIN, Nicholas J. The cognitive viewpoint in information science. Journal of Information Science, [S. l.], v. 16, p. 11-15, 1990. Available in: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/016555159001600104. Access at: 23 nov. 2022.
CAMPOS, Milton N. Integrando Habermas, Piaget e Grize: contribuições para uma Teoria Construtivista-Crítica da Comunicação. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 966-996, 3 fev. 2014. Available in: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/18777. Access at: 23 nov. 2022.
CAPURRO, Rafael. What is information science for? A philosophical reflection was published. In: Vakkari, Pertti; Cronin, Blaise (ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London: Taylor Graham 1992, p. 82-98.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 18 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GONÇALVES, Marcio; LIMA, Clóvis R. M. Validação discursiva da informação. Linguagem & Ensino, Pelotas, v.17, n.3, p. 901-925, set./dez. 2014. Available in: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15319. Access at: 23 nov. 2022.
GONÇALVES, Marcio. Wikipédia: discurso e validade da informação. 2014. 175 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação). IBICT/UFRJ, Rio de Janeiro, 2014.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Maria N. A informação no pensamento contemporâneo: aproximações à teoria do agir comunicativo de Habermas. In: BRAGA, Gilda Maria; PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro (org.) Desafios do impresso ao digital: questões contemporâneas de informação e conhecimento. Brasília: IBICT: Unesco, 2009a. p. 177-204.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Maria N. Habermas, informação e argumentação. In: PINZANI, A.; LIMA, C. R. M.; DUTRA, D. V. O pensamento vivo de Habermas: uma visão interdisciplinar. Florianópolis: NEFIPO, 2009b. p. 115-138.
HABERMAS, Jürgen. Agir comunicativo e razão descentralizada. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002.
HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 2003.
HABERMAS, Jürgen. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. Tradução Milton Camargo Mota. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
HABERMAS, Jürgen. Fundamentação linguística da sociologia: obras escolhidas de Jürgen Habermas. Lisboa: Edições 70, 2010.
HERMANN, Nadja. Conferência sobre Jürgen Habermas. Rio de Janeiro. 2012. Aula ministrada em 25 abril e 9 mai. 2012.
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apostila.
LEYDESDORFF, L. Luhmann, Habermas, and the Theory of Communication. Systems Research and Behavioral Science, [S. l.], v. 17, p. 273-288, 2000.Available in: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/%28SICI%291099-1743%28200005/06%2917%3A3%3C273%3A%3AAID-SRES329%3E3.0.CO%3B2-R. Access at: 23 nov. 2022.
LIMA, Clóvis R. M. de; CORBO, Dayo D. S. Comissão da verdade: os documentos e a validez do discurso. Informação@Profissões, Londrina, v. 2, p. 45-65, 2013. Available in: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/63817. Access at: 23 nov. 2002.
MAIA, Mariangela R. Informação sobre saúde bucal nas plataformas digitais: entre crença e ciência. 2019. 137 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação). IBICT/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2019. Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/1054.
MIDDLETON, Lyndsey; HALL, Hazel, RAESIDE, Robert. Applications and applicability of Social Cognitive Theory in information science research. Journal of Librarianship and Information Science, [S. l.], v. 51, n. 4, 2018. Available in: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0961000618769985. Access at: 23 nov. 2022.
PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento: ensaio sobre as relações orgânicas e os processos cognitivos. Petrópolis: Vozes, 1973.
SANTOS, Fabiana, S; SANTOS, Thais S. Linguística formal e linguística do discurso: continuidades e rupturas teóricas. Linguística, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 31-49, abr. 2016. Available in: https://www.linguisticario.letras.ufrj.br/uploads/7/0/5/2/7052840/santos_e_santos.pdf. Access at: 23 nov. 2022.
SIEBENEICHLER, Flávio B. Razão comunicativa e técnicas de comunicação e informação em rede. In: GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N.; LIMA, C. R.M de. (org.). Informação e democracia: a reflexão contemporânea da ética e da política. Brasília, DF: IBICT, 2010.
ZITKOSKI, Jaime J. Dicionário Paulo Freire. In: STRECK, Danilo et al. (org.). Dicionário Paulo Freire. São Paulo: Autêntica, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Clovis Ricardo Montenegro de Lima, Márcio Gonçalves, Mariangela Rebelo Maia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor deve garantir:
- que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
- que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.
Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. Encontros Bibli reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.
Todas as submissões recebidas para avaliação na revista Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.
Esta revista, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo que a Encontros Bibli possa publicar seus artigos e disponibilizar pra toda a comunidade.
Os conteúdos de Encontros Bibli estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.