Entendendo a desinformação: algumas determinações e uma proposta de conceituação
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2024.e95042Palavras-chave:
Desinformação, Capitalismo, Informação e sociedade, Conceitos de informação, Dominação ideológicaResumo
Objetivo: Realizar aproximações teóricas a respeito da desinformação tendo em vista suas relações com o capitalismo.
Metodologia: Pesquisa exploratória tendo como instrumento principal a pesquisa bibliográfica, e como norte epistemológico o materialismo dialético. Realiza uma investigação teórica que visa contribuir para um entendimento geral sobre desinformação, aplicando uma visão materialista que tem base em teorias marxistas e bakhtinianas, além das contribuições dos estudos de autores da Ciência da Informação como Capurro, Buckland e Dantas. Trata de questões envolvendo as estratégias de dominação burguesa, em especial de forma discursiva por meio da formação de consenso através da perpetuação de ideologias materializadas em gêneros discursivos.
Resultados: Traz determinações basilares para a compreensão da desinformação envolvendo seu teor e sua forma de atuação; aponta três níveis de circulação nas dimensões da infraestrutura e da superestrutura, além de elencar tipologias e dimensões de manifestação, propondo sua conceituação enquanto um fenômeno material.
Conclusões: O combate à desinformação vai muito além de combater informações falsas e isso demanda articulações teóricas e práticas mais complexas que envolvem o funcionamento da sociedade como um todo
Downloads
Referências
ALTHUSSER, L. Aparelhos ideológicos de Estado: notas sobre os aparelhos ideológicos de Estado. 10. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2007. 128 p.
ARAÚJO, C. A. Á. Novos desafios epistemológicos para a ciência da informação. Palavra clave, La Plata, v. 10, n. 2, p. 1-15, abr./set. 2021. Disponível em: http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/119516. Acesso em: 07 jun. 2022.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: _______. Estética da criação verbal. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. p. 261-306.
BRASIL. Senado Federal. Comissão parlamentar de inquérito da pandemia: relatório final. Brasília, DF: Senado Federal, 2021. 1287 p. Disponível em: https://static.poder360.com.br/2021/10/relatorio-final-renan-calheiros-cpi.pdf.
Acesso em: 26 dez. 2022.
BUCCI, E. News não são fake – fake news não são news. In: BARBOSA, M. (org.). Pós-verdade e fake news: reflexões sobre a guerra de narrativas. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. p. 37-48.
BUCKLAND, M. Information and society. Massachusetts: MIT Press, 2017. 217 p.
CENTER FOR COUNTERING DIGITAL HATE. The anti-vaxx industry: how big techs powers and profits from vaccine misinformation. [S.l.]: CCDH, 2020. Disponível em: https://counterhate.com/research/the-anti-vaxx-industry/. Acesso em: 11 set. 2022.
CAPURRO, R. Epistemología y ciencia de la información. Enl@ce: revista venezolana de información, tecnología y conocimiento, [s.l.], v.4, n.1, p. 11-29, jan./abr. 2007. Disponível em:
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2281778. Acesso em: 08 dez. 2022.
CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.12, n.1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/54/47. Acesso em: 03 mar. 2022.
DANTAS, M. Economia política da informação e comunicação em tempos de internet: revisitando a teoria do valor nas redes e no espetáculo. Liinc em revista, Rio de Janeiro, v.8, n.1, p. 283-307, mar. 2012. Disponível em: https://revista.ibict.br/liinc/article/download/3356/2963/8294. Acesso em: 08 dez. 2022.
EAGLETON, T. Ideologia: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 1997. 204 p.
FALLIS, D. What is disinformation?. Library Trends, [Baltimore], v. 63, n. 3, p. 401-426. jan/mar. 2015. Disponível em: https://arizona.pure.elsevier.com/en/publications/what-is-disinformation. Acesso em: 05 de abr. 2021.
HARNECKER, M. Os conceitos elementais do materialismo dialético. [S.l.]: [s.n.], 1973. 317 p.
LÊNIN, V. I. O que fazer?: questões candentes de nosso movimento. São Paulo: Boitempo, 2020. 222 p.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008. 288 p.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007. 614 p.
PROCESSO de trabalho. In: BOTTOMORE, T.; GUIMARÃES, A. M. Dicionário do pensamento marxista. São Paulo: Zahar, 1988. e-book.
SILVA, J. L. C. Informação e ideologia: diálogos filosóficos no âmbito do proselitismo informacional. LOGEION: filosofia da informação, Rio de Janeiro, v.2, n.1, p. 72-89, set. 2015/fev. 2016. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/1477. Acesso em: 18 nov. 2022.
SANTOS-D’AMORIM, K.; MIRANDA, M. K. F. de O. Informação incorreta, desinformação e má informação: esclarecendo definições e exemplos em tempos de desinfodemia. Encontros Bibli: revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 26, p. 01-23. jan. 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/76900. Acesso em: 21 abr. 2023.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2018. 369 p.
WARDLE, C.; DERAKHSHAN, H. Information disorder: toward an interdisciplinary framework for research and policy making. Strasbourg: Council of Europe, 2017. 107 p. Disponível em: https://edoc.coe.int/en/media/7495-information-disorder-toward-an-interdisciplinary-framework-for-research-andpolicy-making.html. Acesso em: 14 abr. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Wérleson Alexandre de Lima Santos, Hélio Márcio Pajeú
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor deve garantir:
- que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
- que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.
Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. Encontros Bibli reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.
Todas as submissões recebidas para avaliação na revista Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.
Esta revista, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo que a Encontros Bibli possa publicar seus artigos e disponibilizar pra toda a comunidade.
Os conteúdos de Encontros Bibli estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.