Acesso aberto imediato ou embargo dos trabalhos de conclusão de curso? Estudo embasado na teoria da ação racional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2021.81917

Palavras-chave:

Acesso aberto imediato, Embargo, Repositórios, Trabalho de conclusão de curso, Teoria da Ação Racional

Resumo

Objetivo: Identificar os fatores e as motivações determinantes do comportamento dos discentes da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA) com respeito ao acesso aberto imediato ou ao embargo dos trabalhos de conclusão de curso (TCC)

Método: Embasada teoricamente na Teoria da Ação Racional com os construtos Crença, Norma, Atitude e Intenção. Utilizou-se como técnica de coleta de dados o levantamento por questionários, em amostras de discentes e docentes da FACISA, assim como entrevistas.

Resultado: No construto Crença, os resultados sugerem que a comunidade em estudo entende as vantagens do acesso aberto para a visibilidade e aproveitamento da produção científica, assim como a finalidade do embargo. Foi identificada a crença de que se embarga devido à exigência de ineditismo por parte dos periódicos científicos. Como Norma subjetiva alunos e professores percebem que o embargo do TCC pode gerar atraso a futuros estudos e que o uso de uma política de embargo muito restritiva é prejudicial à discussão científica. Já nas atitudes se evidenciam contradições, pois enquanto são favoráveis ao acesso aberto imediato também são favoráveis ao embargo, sobretudo, motivado pela crença de a necessidade de garantir ineditismo. Essas contradições se revelam na incerteza da intenção de depósito com acesso aberto imediato e em comportamentos que se inclinam ao embargo dos trabalhos.

Conclusões: Se requerem ações para fomentar o acesso aberto imediato à luz das mudanças na comunicação científica, por exemplo, o uso ampliado dos preprints, assim como incentivar uma tomada de decisões informada por conhecimentos sobre as políticas das revistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AL SALMI, Jamal M. Y. Electronic theses and dissertations programmes in the Arab Gulf States: exploring factors affecting their adoption and development. 2014. Tese (Doctor of Philosophy in Information Systems) – Victoria University of Wellington, Wellington, 2014.

ASSIS, Tainá Batista de. Gestão de teses e dissertações eletrônicas no contexto do acesso aberto à informação científica no Brasil. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

BABOR, Thomas F. The fickle Inglefinger of fate: observations on embargo policies and the timely release of scientific findings. Addiction, v. 92, n. 10, p. 1237-1339, oct. 1997. Editorial.

BAMIGBOLA, Alice A. Surveying Attitude and Use of Institutional Repositories (IRs) by Faculty in Agriculture Disciplines: a case study. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 147, p. 505-509, 2014.

BARDIN, Lawrence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições, 2011.

BARNES, Tina et al. Electronic Doctoral Theses in the UK: a Sector-wide Survey into Policies, Practice and Barriers to Open Access. Staffordshire: UK Council for Graduate Education, 2012.

BARNES, Tina. Confidentiality of PhD theses in the UK. Lichfield: UK Council for Graduate Education, 2010.

BARTON, Mary R.; WATERS, Margaret M. Creating an Institutional Repository: Leadirs Workbook. Cambridge: MIT Libraries, 2004.

BJÖRK, Bo-Christer et al. Open access to the scientific journal literature: situation 2009. PloS ONE, v. 5, n. 6, p. 1-9, jun. 2010.

BJÖRK, Bo-Christer et al. Anatomy of green open access. Journal of the American Society for information science and technology, v. 65, n. 2, p. 237-250, 2014.

BRIERLEY, Liam. Lessons from the influx of preprints during the early COVID-19 pandemic. The Lancet Planetary Health, v. 5, n. 3, p. e115–e117, 1 mar. 2021.

BROWN, Josh; SADLER, Kathy; MOYLE, Martin. Influencing the Deposit of Electronic Theses in UK HE: report on a sector-wide survey into thesis deposit and open access. JISC, out. 2010.

BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE. Frequently Asked Questions. Is open access compatible with an embargo period?. 2012. Disponível em: http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/boaifaq.htm. Acesso em: 20 maio 2021.

CONFEDERATION OF OPEN ACCESS REPOSITORIES. Statement about embargo periods. 2016. Disponível em: https://www.coar-repositories.org/old-pages/activities/advocacy-leadership/aligning-repository-networks-across-regions/statement-about-embargo-periods/. Acesso em: 20 maio 2021.

FISHBEIN, Martin.; AJZEN, Icek. Belief, attitude, intention and behavior: an introduction to theory and research. New York: John Wiley, 1975.

FRASER, Nicholas. et al. The evolving role of preprints in the dissemination of COVID-19 research and their impact on the science communication landscape. PLOS Biology, v. 19, n. 4, p. e3000959, 2 abr. 2021.

HAWKINS, Ann R.; KIMBALL, Milles A.; IVES, Maura. Mandatory open access publishing for electronic theses and dissertations: ethics and enthusiasm. The journal of Academic Librarianship, v. 39, p. 32-60, 2013.

KIM, Jihyun. Faculty Self-Archiving: Motivations and Barriers. Journal of the american society for information science and technology, v. 61, n. 9, p. 1909-1922, 2010.

KURAMOTO, Hélio. Acesso Livre: uma solução adotada em todo o globo; porém, no Brasil parece existir uma indefinição. RECIIS, v. 8, n. 2, p. 166-179, jun. 2014.

MEADOWS, Arthur Jack. A comunicação científica. Tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

MEDEIROS, Joyanne de Souza. Ações para promoção ao acesso aberto imediato à produção acadêmica da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi: um estudo embasado na teoria da ação racional. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão da Informação e do Conhecimento) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.

MOUTINHO, Karina; ROAZZI, Antonio. As teorias da ação racional e da ação planejada: relações entre intenção e comportamentos. Avaliação psicológica, v. 9, n. 2, p. 279-287, 2010.

MUÑOZ BAUTISTA, Eduardo; CAVAZOS ARROYO, Judith; LEZAMA SÁNCHEZ, Ana Paola. Creencias, actitudes y normas subjetivas como predictores de la intención de realizar comportamientos preventivos en hijos de personas que padecen diabetes mellitus tipo 2. Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, v. 27, n. 1, p. 43-52, jan./mar. 2014.

MUSA, Aminu Umar; KABIR, Sahabi Muhammad; DAHIRU, Lawal. Deposition Mandate to Self-Archiving Practices among Academic Librarians in the Northwestern States of Nigeria: Benefit and Challenges. American International Journal of Research in Humanities, Arts and Social Sciences, v. 14, n. 1, mar./may, p. 38-50, 2016.

NG’ANDU, Clive et al. An investigation into factors that hinder self-archiving of scholarly works among lecturers at the university of Zambia. 2018. Disponível em: https://www.academia.edu/43332860/RESEARCH_REPORT_ON_AN_INVESTIGATION_INTO_FACTORS_THAT_HINDER_SELF_ARCHIVING_OF_SCHOLARLY_WORKS_AMONG_LECTURERS_AT_THE_UNIVERSITY_OF_ZAMBIA. Acesso em: 25 maio 2021.

OWEN, Terry M.; HACKMAN, Timothy; HARROD, Thomas. ETDs in lock-down: trends, analyses and faculty perspectives on ETD embargoes. [S.l.], 2009. Disponível em: https://drum.lib.umd.edu/handle/1903/9087. Acesso em: 20 maio 2021.

REGO, Teresa Cristina. Produtivismo, pesquisa e comunicação científica: entre o veneno e o remédio. Educ. Pesq., São Paulo, v. 40, n. 2, p. 325-346, abr./jun. 2014.

RESNIK, David B. Preprints eletrônicos e a regra Ingelfinger. 2018. Disponível em: http://www.bioethics.net/2018/01/electronic-preprints-and-the-ingelfinger-rule/. Acesso em: 20 maio 2021.

SÁNCHEZ-TARRAGÓ, Nancy. El movimiento de acceso abierto a la información y las políticas nacionales e institucionales de autoarchivo. ACIMED, v. 16, n. 3, 2007.

SANTOS, Paula Xavier dos; GUANAES, Paulo. Ciência aberta, dados abertos: desafio e oportunidade. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 5-7, jan./abr. 2018.

SCHÖPFEL, Joaquim. Document supply of grey literature and open acess: tem years later. Interlending & Document Spply, v. 43, p. 84-93, 2015.

SCHÖPFEL, Joaquim; PROST, Hèlène. Degrees of secrecy in an open environment: the case of electronic theses and dissertations. Journal for communication studies, v. 6, n. 2, p. 65-86, 2013.

SOUSA, Mailson Marques de et al. Teoria da ação racional e suas características em pesquisas na enfermagem. Revista Electronica Trimestral de Enfermaría, n. 51, p. 588-600, jul. 2018.

SUBER, Peter. Access Overview: focusing on open access to peer-reviewed research articles and their preprints. [S.l.], 2015. Disponível em: http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/overview.htm. Acesso em: 17 maio 2021.

TRUSCHKE, Audrey. Open Access and Dissertation Embargoes. [S.l.], 2015. Disponível em: http://dissertationreviews.org/archives/11861. Acesso em: 05 jan. 2021. Part 1.

YANG, Zheng Y.; LI, Yu. University Faculty Awareness and Attitudes towards Open Access Publishing and the Institutional Repository: a Case Study. Journal of Librarianship and Scholarly Communication, v. 3, n. 1, 2015.

Publicado

2021-10-08

Como Citar

MEDEIROS, Joyanne de Souza; SÁNCHEZ-TARRAGÓ, Nancy. Acesso aberto imediato ou embargo dos trabalhos de conclusão de curso? Estudo embasado na teoria da ação racional. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, [S. l.], v. 26, n. Especial, p. 1–22, 2021. DOI: 10.5007/1518-2924.2021.81917. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/81917. Acesso em: 28 mar. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.