Aprendizagem de Astronomia em grupos do Facebook

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2019v36n2p383

Resumo

Neste artigo trazemos os resultados de uma pesquisa que teve por objetivo analisar a aprendizagem da Astronomia em grupos do Facebook. Foram analisados posts de três grupos de Astronomia Amadora da referida rede, representados por nove diálogos, com o intuito de caracterizar as ações virtuais realizadas por seus membros durante a troca de mensagens. Foram identificadas 225 ações virtuais, acomodadas em 22 categorias de ação, separadas em ações do tipo pessoal e técnica. As ações mais representativas foram: elogia foto; informa; explica; comenta; expressa opinião; faz pergunta; fornece dados; posta link. Com base nos Focos da Aprendizagem Científica (FAC) foi possível verificar indícios de aprendizagem de Astronomia relacionados aos focos: conhecimento, prática, reflexão e comunidade. Sobre os dois focos que não tiveram incidência nos diálogos – o interesse e a identidade – pudemos demonstrar, por meio de dados complementares (entrevistas), que existem indícios sobre a existência dos mesmos em membros mais experientes dos grupos. Podemos concluir que, de fato, as redes sociais, em particular, o Facebook, podem dar suporte a comunidades de aprendizagem, cujos membros partilham de interesses comuns sobre um determinado assunto, ou seja, os grupos de Astronomia Amadora podem ser considerados como ambientes de aprendizagem informal e ao longo da vida.

Biografia do Autor

Sergio de Mello Arruda, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Bacharel em Física (USP, 1976). Doutor em Educação (USP, 2001). Atualmente é Professor Sênior da Universidade Estadual de Londrina.

Ferdinando Vinicius Domenes Zapparoli, Universidade Estadual de Londrina

Graduação em Física (UEL, 1994). Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática (UEL, 2017). Atualmente é Professor de Ensino Fundamental II da Escola Maestral, Físico da Universidade Estadual de Londrina e Professor convidado da Universidade Estadual de Londrina.

Marinez Meneghello Passos, Universidade Estadual de Londrina

Licenciada e Bacharel em Matemática (UEL, 1982). Doutora em Educação para a Ciência (UNESP, 2009). Atualmente é professora Sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e professora  colaboradora da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), atuando no Programa de Pós-graduação em Ensino (PPGEN).

Referências

ALEGRETTI, S. M. M.; HESSEL, A. M. G.; HARDAGH, C. C.; SILVA, J. E. Aprendizagem nas redes sociais virtuais: o potencial da conectividade em dois cenários. Revista Contemporaneidade, Educação e Tecnologia, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 54-60, 2012.

ARRUDA, S. M.; PASSOS, M. M. Instrumentos para a análise da relação com o saber em sala de aula. REPPE: Revista de Produtos Educacionais e Pesquisas em Ensino, Cornélio Procópio, v. 1, n. 2, p. 95-115, 2017.

ARRUDA, S. M.; PASSOS, M. M.; FREGOLENTE, A. Focos da aprendizagem docente. ALEXANDRIA: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 5, n. 3, p. 25-48, 2012.

ARRUDA, S. M.; PASSOS, M. M.; PIZA C. A.; M.; FELIX, R. A. B. O aprendizado científico no cotidiano. Ciência & Educação, Bauru, v. 19, n. 2, p. 481-498, 2013.

ARRUDA, S. M.; PORTUGAL, K. O; PASSOS, M. M. Focos da aprendizagem: revisão, desdobramentos e perspectivas futuras. REPPE: Revista de Produtos Educacionais e Pesquisas em Ensino, Cornélio Procópio, v. 2, n. 1, p. 91-121, 2018.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Porto: Edições 70, 2011.

CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.

DIERKING, L. D. Lessons without limit: how free-choice learning is transforming science and technology education. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, p. 145-160, 2005. (Supplement).

DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de filosofia. Tradução: Marina Appenzeller. 5. ed. Campinas: Papirus, 2005.

FEJOLO, T. B.; ARRUDA, S. M.; PASSOS, M. M. Aprendizagem científica informal no PIBID: identificando e interpretando os focos da aprendizagem científica. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 30, n. 3, p. 628-649, 2013.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

ILLERIS, K. Uma compreensão abrangente sobre a aprendizagem humana. In: ILLERIS, K. (Org.). Teorias contemporâneas da aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 15-30.

KLEIN, A. E.; ARRUDA, S. de M.; PASSOS, M. M.; ZAPPAROLI, F. V. D. Os sentidos da observação astronômica: uma análise com base na relação com o saber. RELEA – Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, São Carlos, v. 10, p. 37-54, 2010.

LANGHI, R.; NARDI, R. Ensino da Astronomia no Brasil: educação formal, informal, não formal e divulgação científica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 31, n. 4, p. 4402-1-4402-11, 2009.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Pedagógica e Universitária, 1986.

MARANDINO, M. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação formal, não formal e informal? Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 4, p. 811-816, 2017.

MINHOTO, P.; MEIRINHO, M. As redes sociais na promoção da aprendizagem colaborativa: um estudo no ensino secundário. Educação, Formação & Tecnologias, Lisboa, v. 4, n. 2, p. 25‐34, 2011.

MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação, Bauru, v. 9, n. 2, p. 191-210, 2003.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). A Framework for K-12 Science Education: Practices, Crosscutting Concepts, and Core Ideas. Washington: The National Academic Press, 2012.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Learning Science in Informal Environments: people, places, and pursuits. Washington: The National Academic Press, 2009.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Taking Science to School: Learning and Teaching Science in Grades K-8. Washington: The National Academic Press, 2007.

PEDRO, C. L.; PASSOS, M. M.; ARRUDA, S. M. Aprendizagem científica no Facebook. ALEXANDRIA: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 3-19, 2015.

SCHUNK, D. H. Learning theories: an educational perspective. Boston: Pearson Education, 2012.

TEIXEIRA, L. A.; PASSOS, M. M.; ARRUDA, S. de M. A formação de pesquisadores em um grupo de pesquisa em Educação em Ciências e Matemática. Ciência & Educação, Bauru, v. 21, n. 2, p. 525-541, 2015.

WENGER, E. Uma teoria social da aprendizagem. In: ILLERIS, K. (org.). Teorias contemporâneas da aprendizagem. Porto Alegre: Penso, p. 246-257, 2013.

WENGER, E.; McDERMOTT, R.; SNYDER, W. Cultivating communities of practice: a guide to managing knowledge. Boston: Harvard Business School Press, 2002.

ZAPPAROLI, F. V. D. A aprendizagem da astronomia em redes sociais. 2017. 118f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.

Downloads

Publicado

2019-08-28

Como Citar

Arruda, S. de M., Zapparoli, F. V. D., & Passos, M. M. (2019). Aprendizagem de Astronomia em grupos do Facebook. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 36(2), 383–413. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2019v36n2p383

Edição

Seção

Pesquisa em Ensino de Física