A municipalização do ensino superior no Brasil: um estudo de multicasos na dimensão estrutural e de gestão de pessoas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1983-4535.2021.e80173

Palavras-chave:

Adolescentes, Puberdade, Resistência à Insulina, Antropometria.

Resumo

A municipalização do ensino superior é realidade no Brasil, mas se constitui em um mecanismo pouco estruturado, dependente da capacidade de arrecadação para obter maior autonomia administrativa e financeira do município. O objetivo do artigo é compreender a dimensão estrutural e de gestão de pessoas das instituições de ensino superior públicas municipais e gratuitas no Brasil. Para o cumprimento do objetivo, utilizou-se os métodos de pesquisa bibliográfico e documental, abordagem qualitativa e pela análise explicativa e descritiva dos dados. Dessa forma, o estudo buscou responder como se compõem as estruturas legal e funcional de quatro IMES (Instituição Municipal de Ensino Superior), USJ, FMP, FAIBI e FACELI, enquadradas como públicas e gratuitas. Os resultados do estudo permitiram identificar, dentre outros aspectos, que a FMP é uma autarquia mantida pela prefeitura enquanto as demais IMES são mantidas por fundações educacionais; o USJ configura como um centro universitário representado pelo reitor e as demais são enquadradas como Faculdades retratadas por seus diretores; a FAIBI é a única que não possui um sistema de cotas para o ingresso do aluno na instituição; a FACELI e a FMP possuem o plano de cargos e carreira instituídos, porém a FACELI apresenta ações mais próximas de uma gestão estratégica de pessoas por competência, vigorando o Plano de Cargos, Carreira e Remunerações tanto para o corpo docente quanto para os técnicos administrativos, assim como o sistema de Avaliação de Desempenho voltado para competências.

 

A municipalização do ensino superior é realidade no Brasil, mas se constitui em um mecanismo pouco estruturado, dependente da capacidade de arrecadação para obter maior autonomia administrativa e financeira do município. O objetivo do artigo é compreender a dimensão estrutural e de gestão de pessoas das instituições de ensino superior públicas municipais e gratuitas no Brasil. Para o cumprimento do objetivo, utilizou-se os métodos de pesquisa bibliográfico e documental, abordagem qualitativa e pela análise explicativa e descritiva dos dados. Dessa forma, o estudo buscou responder como se compõem as estruturas legal e funcional de quatro IMES (Instituição Municipal de Ensino Superior), USJ, FMP, FAIBI e FACELI, enquadradas como públicas e gratuitas. Os resultados do estudo permitiram identificar, dentre outros aspectos, que a FMP é uma autarquia mantida pela prefeitura enquanto as demais IMES são mantidas por fundações educacionais; o USJ configura como um centro universitário representado pelo reitor e as demais são enquadradas como Faculdades retratadas por seus diretores; a FAIBI é a única que não possui um sistema de cotas para o ingresso do aluno na instituição; a FACELI e a FMP possuem o plano de cargos e carreira instituídos, porém a FACELI apresenta ações mais próximas de uma gestão estratégica de pessoas por competência, vigorando o Plano de Cargos, Carreira e Remunerações tanto para o corpo docente quanto para os técnicos administrativos, assim como o sistema de Avaliação de Desempenho voltado para competências.

Biografia do Autor

Cibelli de Medeiros Pickler, Faculdade Municipal de Palhoça

Mestre em Administração Universitária pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, especialista em Controle da Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e bacharel em Administração pelo Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis - IES. Possui experiência profissional em gestão universitária e docência em cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente é sócia na Teckex Uniformes Profissionais Ltda, coordenadora do curso de administração e professora da Faculdade Municipal de Palhoça - FMP

Fabiana Elisa Boff Silveira, Faculdade Municipal de Palhoça

Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul (2000) e mestrado em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2004). Atua como docente desde 2004. Tem experiência em Graduação e Pós Graduação nos cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis. Leciona disciplinas de economia, custos, matemática (aplicada e financeira) e análise de investimentos. Trabalhou como docente, coordenadora de núcleos institucionais, diretora geral e membro da CPA.

Irineu Manoel de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1986), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999) e doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009). É professor da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de, com ênfase em Ciências Sociais Aplicadas, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão universitária, administração, gestão pública, estrutura do ensino superior e administração acadêmica. É líder do grupo de pesquisa Gestão Social e Administração Pública (2016) e integrante do grupo Novas Práticas e Abordagens da Administração Pública e os seus Desafios (2016). Atualmente é Diretor do Centro Sócio Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

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2021-08-30

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Artigos