Um patrimônio em conflito: os reflexos dos discursos de civilidade e lazer no antigo Cemitério da Lagoa em Barra Velha/SC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2017v14n1p19

Resumo

O artigo trata dos impactos que o antigo cemitério da lagoa localizado em Barra Velha, Santa Catarina, sofreu no decorrer do século XX. Vila de pescadores, Barra Velha compartilhava o antigo campo santo com comunidades vizinhas e os enterros destacavam-se pelo aspecto pitoresco, pois era necessária a utilização de canoas para transportar tanto o defunto quanto os familiares e amigos. Utilizado desde o final do século XVIII, o antigo cemitério foi substituído no ano de 1929 por outro localizado mais ao centro do vilarejo, e após dezenas de anos servindo a população da região, foi definitivamente abandonado. Símbolo do patrimônio barra-velhense o terreno que abriga os restos mortais dos primeiros habitantes da região sofre as consequências da especulação imobiliária, cujo atual interesse é vender terrenos às margens da lagoa de Barra Velha para turistas de todo o sul do Brasil.

Biografia do Autor

Angelita Borba de Souza, Universidade da Região de Joinville, Joinville, SC

Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade pela Universidade da Região de Joinville, Joinville, SC. Gestora da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina em Joinville, SC 

Euler Renato Westphal, Universidade da Região de Joinville, Joinville, SC

Doutor em Teologia pelo Instituto Ecumênico de Pós-Graduação na Escola Superior de Teologia em São Leopoldo, São Leopoldo, RS. Professor de Ética, Cultura e Sociedade e Pensamento Contemporâneo no Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade da  Universidade da Região de Joinville, Joinville, SC

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Publicado

08.01.2017

Edição

Seção

Artigos - Condição Humana e Saúde na Modernidade