A natureza e o papel da subjetividade no jornalismo: estado da arte da discussão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2023.96039

Palavras-chave:

Teorias do Jornalismo, Subjetividade, Interpretação

Resumo

A proposta deste trabalho é apresentar o estado da arte da discussão sobre a natureza e o papel da dimensão subjetiva na atividade jornalística, além de procurar indicações dos seus limites. Como resultados, pode-se afirmar que as investigações analisadas não fazem qualquer defesa de subjetivismos ou relativismos, nem apologia ao desrespeito à dimensão objetiva da existência. A subjetividade no jornalismo é caracterizada como tendo fundamento individual, mas também coletivo, visto que depende de um envolvimento pessoal e também de articulações sociais. Apesar de apontarem a subjetividade como importante instrumento de resistência aos automatismos e na luta pela hegemonia, as investigações indicam que nem toda interpretação subjetiva é adequada, sendo limitada intersubjetivamente; pela práxis ou pela própria objetividade, que deve permanecer como referência imprescindível para a produção jornalística.

Biografia do Autor

Rafael da Silva Paes Henriques, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestre em C. da Comunicação/Universidade do Minho. Doutor em Filosofia/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor no Depto de Comunicação Social/Universidade Federal do Espírito Santo, onde é professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades.

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2024-08-08

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