Mulheres de preto: trajetórias na arbitragem do futebol profissional
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e72680Resumo
O presente estudo diz sobre o baixo número de árbitras que atuam no futebol brasileiro e as barreiras que estas enfrentam para se manterem apitando nos motivam a analisar as trajetórias de árbitras no futebol brasileiro, a fim de desvendar possíveis questões de gênero implicadas nesse campo. Utilizamos a história oral temática como metodologia e a entrevista com dez árbitras como instrumento de coleta dos dados. Os resultados apontam que elas tiveram diferentes vivências esportivas e iniciaram a carreira contando com o apoio da família e de outras mulheres referência. Atuando em competições nacionais e internacionais, as árbitras que iniciaram na arbitragem nas décadas de 1980 e 1990 foram pioneiras, rompendo barreiras e deixando como legado o campo de atuação mais acessível às suas sucessoras.
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