Mulheres de preto: trajetórias na arbitragem do futebol profissional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e72680

Resumo

O presente estudo  diz sobre o baixo número de árbitras que atuam no futebol brasileiro e as barreiras que estas enfrentam para se manterem apitando nos motivam a analisar as trajetórias de árbitras no futebol brasileiro, a fim de desvendar possíveis questões de gênero implicadas nesse campo. Utilizamos a história oral temática como metodologia e a entrevista com dez árbitras como instrumento de coleta dos dados. Os resultados apontam que elas tiveram diferentes vivências esportivas e iniciaram a carreira contando com o apoio da família e de outras mulheres referência. Atuando em competições nacionais e internacionais, as árbitras que iniciaram na arbitragem nas décadas de 1980 e 1990 foram pioneiras, rompendo barreiras e deixando como legado o campo de atuação mais acessível às suas sucessoras.  

Biografia do Autor

Igor Chagas Monteiro, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutorando em Educação Física
Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação Física e Desportos, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil

Mariana Cristina Borges Novais, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestra em Educação Física
Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação Física e Desportos, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil

João Paulo Fernandes Soares, Universidade Federal de Juiz de Fora- Campus Governador Valadares

Doutor em Educação Física
Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de Educação Física, Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil

Ludmila Mourão, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutora em Educação Física
Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação Física e Desportos, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil

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Publicado

2020-08-23

Como Citar

MONTEIRO, Igor Chagas; NOVAIS, Mariana Cristina Borges; SOARES, João Paulo Fernandes; MOURÃO, Ludmila. Mulheres de preto: trajetórias na arbitragem do futebol profissional. Motrivivência, Florianópolis, v. 32, n. 63, p. 01–15, 2020. DOI: 10.5007/2175-8042.2020e72680. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2020e72680. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais