25 anos de Orçamento Participativo: algumas reflexões analíticas

Autores

  • Lígia Helena Hahn Lüchmann Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2014v13n28p167

Resumo

Originalmente do Brasil, o Orçamento Participativo (OP), notadamente o modelo de Porto Alegre criado em 1989, veio, ao longo do tempo, servindo como exemplo e referência de inovação democrática tanto no plano nacional como internacional, e instigando diferentes avaliações acerca de suas potencialidades e limites em promover mudanças sociais, culturais e político-institucionais. Tomando como base um conjunto de estudos sobre os Orçamentos Participativos (OPs), este trabalho pretende realizar um mapeamento dos debates sobre o tema buscando identificar, especialmente: a) as definições de OPs que são utilizadas na bibliografia; e b) as referências analíticas que têm sido utilizadas para a avaliação do surgimento, da sustentação e/ou do declínio das experiências, em diálogo com as principais variáveis que têm sido mobilizadas pelos estudos, em especial no Brasil, apontando que a diversificação de casos amplia as dificuldades de enquadramentos teóricos, estimula o desenvolvimento de esforços na construção de modelos e/ou tipologias, e traz rebatimentos conceituais.

 

Biografia do Autor

Lígia Helena Hahn Lüchmann, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora do Departamento de Sociologia e Ciência Política e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGSP/UFSC) e integrante do Núcleo de Pesquisas em Movimentos Sociais (NPMS/UFSC).

Referências

ABERS, R. From clientelism to cooperation: local government, participatory policy, and civic organizing in Porto Alegre, Brazil. Politics and Society, v. 26, p. 511-37, 1998.

ALLEGRETTI, G.; HERZBERG, C. Participatory budgets in Europe: between efficiency and growing local democracy. Amsterdam: Transnational Institute and the Center for Democratic Policy-Making, 2004. Disponível em: <http://www.tni.org/sites/www.tni.org/archives/reports/

newpol/participatory.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2014.

AVRITZER, L. Sociedade civil, espaço público e democratização: uma análise do orçamento participativo em Belo Horizonte e Porto Alegre. In: DAGNINO, E. Sociedade civil e espaços públicos no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 17-45.

______. O orçamento participativo e a teoria democrática: um balanço crítico. In: AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. (Org.). A inovação democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez, 2003.

______. New public spheres in Brazil: local democracy and deliberative politics. International Journal of Urban and Regional Research, v. 30, n. 3, p. 623-637, 2006.

______. Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático. Opin. Pública, v. 14, n. 1, p. 43-64, 2008.

AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. A inovação democrática no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.

BAIERLE, S. G. Um novo princípio ético-político: prática social e sujeito nos movimentos populares urbanos em Porto Alegre nos anos 80. 1992. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Curso de Ciência Política, UNICAMP, São Paulo, 1992.

BAIERLE, S. Lutas em Porto Alegre: entre a revolução política e o transformismo. Relatório de pesquisa. Porto Alegre: Mapas, dez. 2005.

BAIOCCHI, G. Participation, activism, and politics: the Porto Alegre experiment and deliberative democratic theory. Politics & Society, v. 29, n. 1, p. 43-72, 2001.

BAIOCCHI, G.; HELLER, P.; SILVA, M. K. Making Space For Civil Society: Institutional Reforms and Local Democracy in Brazil. Social Forces, v. 86, n. 3, p. 911-936, 2008.

BASSOLI, M. Participatory budgeting in Italy: an analysis of (almost democratic) participatory governance arrangements. International Journal of Urban and Regional Research, v. 36, n. 6, p. 1183-1203, 2012.

BLAND, G. Supporting post-conflict democratic development? External promotion of participatory budgeting in El Salvador. World Development, v. 39, n. 5, p. 863-873, 2011.

BORBA, J.; LÜCHMANN, L. H. H. Orçamento participativo: análise das experiências desenvolvidas em Santa Catarina. Florianópolis: Insular, 2007.

BOSCHI, R. R. Descentralização, clientelismo e capital social na governança urbana: comparando Belo Horizonte e Salvador. Dados, Rio de Janeiro, v. 42, n. 4, 1999.

CABANNES, Y. Participatory budgeting: a significant contribution to participatory democracy. Environment and Urbanization, v. 16, n. 1, p. 27-46, 2004.

CARLOS, E. Associativismo e desenho institucional no orçamento participativo da região metropolitana do Espírito Santo. Ciências Sociais Unisinos, v. 47, n. 2, p. 116-128, maio/ago. 2011.

CARVALHO, M. do C. A. et al. Orçamento participativo nos municípios paulistas: gestão 1997-2000. São Paulo: Pólis, 2002. 32 p. (Cadernos Pólis, 5).

COHEN, J.; ARATO, A. Civil society and political theory. Cambridge: The Mit Press, 1992.

COHEN J.; ROGERS, J. Associations and democracy. London: Verso, 1995.

COHEN, J. Deliberation and democratic legitimacy. In: BOHMAN, J: REGH, W. Deliberative democracy: essays on reason and politics. Massachusetts: Institute of Tecnology, 1999.

D’ALBERGO, E.; MOINI, G. Political consequences of participative practices in an urban context: two case studies in Rome. Métropoles, n. 2, 2007.

DAGNINO, E.; OLVERA, A. J.; PANFICHI, A. Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na América Latina. In: DAGNINO, E.; OLVERA, A. J.; PANFICHI, A. (Org.). A disputa pela construção democrática na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

DIAS, M. R. Na encruzilhada da teoria democrática: efeitos do orçamento participativo sobre a Câmara Municipal de Porto Alegre. 2000. Tese (Doutorado em Ciência Política)–IUPERJ, Rio de

Janeiro, 2000.

DIAS, N.; ALLEGRETTI, G. Orçamentos participativos em Portugal: em busca de uma democracia de maior proximidade ou de uma racionalidade funcional? Cidades - Comunidades e Territórios, n. 18, p. 59- 78, 2009.

DIAS, N. (Org.). Esperança democrática: 25 anos de orçamento participativo no mundo. Portugal: In Loco, 2013.

DRYZEK, J. Foundations and frontiers of deliberative governance. NY: Oxford University Press, 2010.

FEDOZZI, L. J. Do patrimonialismo à cidadania participação popular na gestão municipal: o caso do orçamento participativo de Porto Alegre. 313 f. 1996. Dissertação (Mestrado em Sociologia)−Curso de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1996.

______. Orçamento participativo: reflexões sobre a experiência de Porto Alegre. Porto Alegre: Tomo; Rio de Janeiro: FASE-IPPUR, UFRJ, 1997.

______. Observando o orçamento participativo de Porto Alegre. Porto Alegre: Tomo, 2007.

______. Cultura política e orçamento participativo. Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 11, n. 22, p. 385-414, jul.-dez. 2009.

FEDOZZI, L.; MARTINS, A. L. B. Novas instituições participativas, processos de elitização e o orçamento participativo de Porto Alegre. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 2012, Águas de Lindóia.

FEDOZZI et al. Orçamento participativo de Porto Alegre: perfil, avaliação e percepções do público participante. Porto Alegre: Hartmann Editora, 2013. Disponível em:

com.br>.

FUNG, A.; WRIGHT, E. O. Deepening democracy: innovations in empowered participatory governance. Politics & Society, v. 29, n. 1, p. 5-41, 2001.

GANUZA, E.; BAIOCCHI, G. The power of ambiguity: how participatory budgeting travels the globe. Journal of Public Deliberation, v. 8, Iss. 2, art. 8, 2012.

GANUZA, E; NEZ, H.; MORALES, E. The struggle for a voice: tensions between associations and citizens in participatory budgeting. International Journal of Urban and Regional Research, v. 38, n. 6, p.2274–2291, Nov. 2014. (First published online, 1 Sept. 2013).

GOLDFRANK, B. Los procesos de ‘presupuesto participativo’ en América Latina: éxito, fracaso y cambio. Revista de Ciencia Política, v. 26, n. 2, p. 3-28, 2006.

GUGLIANO, A. Participação e governo local: comparando a descentralização de Montevidéu e o orçamento participativo de Porto Alegre. Sociologia, problemas e práticas, n. 46, p. 51- 69, 2004.

GURZA LAVALLE, A. Crítica ao modelo da nova sociedade civil. Lua Nova, n. 47, 1999.

______. Sem pena nem glória: o debate da sociedade civil nos anos 1990. Novos Estudos, CEBRAP, n. 66, 2003.

______. Após a participação: nota introdutória. Lua Nova, n. 84, p. 13-23, 2011.

GURZA LAVALLE, A.; HOUTZAGER, P.; CASTELLO, G. Democracia, pluralização da representação política e sociedade civil. Lua Nova, n. 67, 2006.

HABERMAS, J. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Rio Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. v. 2.

HE, B. Civic engagement through participatory budgeting in China: three different logics at work. Public. Admin., Dev. 31, p. 122-133, 2011.

HIRST, P. Associative democracy: new forms of economic and social governance. Amhertz: University of Massachusetts, 1994.

______. Can associationalism come back? In: HIRST, P.; BADER, V. (Ed.). Associative democracy: the real third way. London: F. Cass, 2001.

HOROCHOVSKI, R. R.; CLEMENTE, A. J. Democracia deliberativa e orçamento público: experiências de participação em Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Curitiba. Rev. Sociol. Polít., v. 20, n. 43, p. 127-157, 2012.

LOPES, M. A.; ALLEGRETTI, G. (In)stability, a key element to understand participatory budgeting: discussing portuguese cases. Journal of Public Deliberation, v. 8, Issue 2, article 3, 2012.

LÜCHMANN, L. H. H. Possibilidades e limites da democracia deliberativa: a experiência do Orçamento Participativo de Porto Alegre. 2002. Tese (Doutorado em Ciências Sociais)−Unicamp,

Campinas, 2002.

______. A representação no interior das experiências de participação. Lua Nova, n. 70, p. 139-170, 2007.

______. Participação e representação nos conselhos gestores e no orçamento participativo. Caderno CRH, UFBA, v. 21, n. 52, p. 87-97, abr. 2008.

______. Modelos contemporâneos de democracia e o papel das associações. Revista de Sociologia e Política, UFPR, v. 20, n. 43, p. 59-80, 2012.

LÜCHMANN, L. H. H.; BORBA, J. Participação, desigualdades e novas institucionalidades: uma análise a partir de instituições participativas em Santa Catarina. Ciências Sociais Unisinos, v. 44, n.1, p. 58-68, jan./abril 2008.

MACPHERSON, C. B. A democracia liberal: origens e evolução. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MARQUETTI, A.; CAMPOS, G. A.; PIRES, R. (Org.). Democracia participativa e redistribuição: análise de experiências de orçamento participativo. São Paulo: Xamã, 2008.

MATOS, A. R.; NEVES, D. Participação pública, capacitação e sistemas de accountability: experiências de orçamento participativo na América Latina e na Europa em comparação. E-cadernos do CES, 2008. Disponível em: <http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/documentos/ecadernos2/

ana_raquel_matos_e_daniel_neves.pdf>.

McNULTY, S. An unlikely success: Peru’s top-down participatory budgeting experience. Journal of Public Deliberation, v. 8, Iss. 2, art. 4, 2012.

MONTECINOS, E. Democracia participativa y presupuesto participativo en Chile: ¿Complemento o subordinación a las instituciones representativas locales? Revista de Ciência Política, v. 31, n. 1,

p. 63-89, 2011.

NAVARRO, Z. O. Orçamento participativo de Porto Alegre (1989-2002): um conciso comentário crítico. In: AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. (Org.) A inovação democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez, 2003.

PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

______. Participatory democracy revisited. Perspectives on Politics, v. 10, n. 1, p. 7-19, 2012.

PINNINGTON, E.; LERNER, J.; SCHUGURENSKY, D. Participatory budgeting in North America: the case of Guelph, Canada. J. of Public Budgeting, Accounting & Financial Management, v. 21, n. 3, p. 455-484, 2009.

PIRES, R. R. (Org.) Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação. Brasília, DF: Ipea, 2011. 372 p. v. 7.

RENNÓ, L. R.; SOUZA, A. A metamorfose do orçamento participativo: mudança de governo e seus efeitos em Porto Alegre. Revista de Sociologia e Política, v. 20, n. 41, p. 235-262, 2012.

RIBEIRO, A. C. T.; GRAZIA, G. As experiências de orçamento participativo no Brasil (1997-2000). São Paulo: Paz e Terra, 2003.

ROMÃO, W. Conselheiros do orçamento participativo nas franjas da sociedade política. Lua Nova, n. 84, p. 219-244, 2011.

RUESCH, M. A.; WAGNER, M. Participatory Budgeting in Germany: Citizens as Consultants. 2013. Disponível em: <http://www.buergerhaushalt.org/sites/default/files/German_PB_final_engl1.pdf#overlay-context=en/start> . Acesso em: 24 jan. 2014.

SAMPAIO, R. C.; MAIA, R. C. M.; MARQUES, F. P. J. A. Participação e deliberação na internet: um estudo de caso do orçamento participativo digital de Belo Horizonte. Opin. Pública, v. 16,

n. 2, p. 446-477, 2010.

SANTOS, B. S. Participatory budgeting in Porto Alegre: toward a redistributive democracy. Politics & Society, v. 26, n. 4, p. 461-489, 1998.

______. Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

SECONDO, D.; LERNER, J. Social our money, our decision: participatory budgeting takes root in New York City. Social Policy, p. 22-25, Winter, 2011.

SILVA, M. K. Dos casos aos tipos: notas para uma apreensão das variações qualitativas na avaliação das instituições participativas. In: PIRES, R. R. (Org.). Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação. Brasília, DF: Ipea, 2011. 372 p. v. 7.

______. Sociedade civil e construção democrática: do maniqueísmo essencialista à abordagem relacional. Sociologias, UFRGS, v. 8, n. 16, p. 156-179, dez. 2006.

SILVA, J. R.; FEDOZZI, L. A vulnerabilidade social como desafio inclusivo da democracia participativa: um estudo sobre o orçamento participativo de Porto Alegre. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 37., 2013. Seminário Temático Democracia e Desigualdades.

SINTOMER, Y.; HERZBERG, C.; RÖCKE, A. Participatory budgeting in Europe: potentials and challenges. International Journal of Urban and Regional Research, v. 32, n. 1, p. 164-78, 2008.

______. Modelos transnacionais de participação cidadã: o caso do orçamento participativo. Sociologias, v. 14, n. 30, p. 70-116, 2012.

SINTOMER, Y. et al. Learning from the south: participatory budgeting worldwide: an invitation to global cooperation. Dialog Global 25, 2010. Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2014.

SOUZA, C. Construção e consolidação de instituições democráticas: papel do orçamento participativo. São Paulo Perspec., v. 15, n. 4, p. 84-97, 2001.

SOUZA, L. Orçamento participativo e as novas dinâmicas políticas locais. Lua Nova, n. 84, p. 245-285, 2011.

TATAGIBA, L.; TEIXEIRA, A. C. C. Participação e democracia: velhos e novos desafios. Civitas: Revista de Ciências Sociais, v. 6, n.1, p. 223-240, 2006.

THOMPSON, D. Deliberative democratic theory and empirical political science. Annual Review of Political Science, Palo Alto, v. 11, p. 497-520, June 2008.

VITALE, D. Democracia direta e poder local: a experiência brasileira do orçamento participativo. In: COELHO, V. S. P.; NOBRE, M. (Org.). Participação e deliberação. São Paulo: Editora 34, 2004.

WAMPLER, B. A guide to participatory budgeting: the international budget projecct. 2000. Disponível em: http://www.internationalbudget.org/resources/library/GPB.pdf>.

______. A difusão do orçamento participativo brasileiro: “boas práticas” devem ser promovidas? Opinião Pública, Campinas, v. 14, n. 1, p. 69-95, 2008.

______. Expandindo accountability através de instituições participativas? In: LUBAMBO, C.; COÊLHO, D. B.; MELO, M. A. (Org.). Desenho institucional e participação política. Petrópolis: Vozes, 2005. p. 33-62.

______. Que tipos de resultados devemos esperar das instituições participativas? In: PIRES, R. R. (Org.). Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação. Brasília, DF: Ipea, 2011. 372 p. v. 7.

______. Participatory budgeting: core principles and key impacts. Journal of Public Deliberation, v. 8, Iss. 2, article 12, 2012. Disponível em: http://www.publicdeliberation.net/jpd/vol8/iss2/art12>.

WARREN, M. Citizen representatives. In: WARREN, M. E.; PEARSE, H. (Ed.). Designing deliberative democracy. The British Columbia Citizen’s Assembly. Cambridge (UK): Cambridge University, 2008.

______. When, where and why do we need deliberation, voting, and other means of organizing democracy? A problem‐based approach to democratic systems. In: ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN POLITICAL SCIENCE ASSOCIATION, august 30‐september 2, 2012.

YAN WU, Y.; WANG, W. The rationalization of public budgeting in China: a reflection on participatory budgeting in Wuxi. Public Finance and Management, v. 11, n. 3, 2011.

______. Does participatory budgeting improve the legitimacy of the local government? A comparative case study of two cities in China. The Australian Journal of Public Administration, v. 71, n. 2, p. 122-135, 2012.

Downloads

Publicado

2014-12-31

Edição

Seção

Dossiê Temático