Pretuguês, interseccionalidade e agência político-cultural das mulheres negras no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105667Palavras-chave:
Lélia Gonzalez, pretuguês, interseccionalidade, psicanáliseResumo
Neste artigo, busco posicionar a teoria de Lélia Gonzalez em diálogo com as teorias interseccionais contemporâneas. Para tanto, são retomadas as contribuições da autora para a psicanálise e a centralidade do conceito de pretuguês em sua obra. Por meio deste, objetivo observar o papel central atribuído pela autora às mulheres negras na formação social brasileira, assim como as formas de ação política cotidiana dessas sujeitas. A teoria de Gonzalez, assim, é entendida como uma contribuição para a construção da interseccionalidade situada no contexto brasileiro.
Downloads
Referências
ABREU, Mariana. “Dimensões metodológicas do Atlântico Negro: revisitando a obra de Paul Gilroy”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, [s. l.], v. 37, n. 109, 2022a. https://doi.org/10.1590/3710911/2022. Acesso em 24/04/2024.
ABREU, Mariana. “Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes”: teoria e música em Beyoncé e Emicida. 2022b. Dissertação de mestrado - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/49916. Acesso em 24/04/2024.
AMBRA, Pedro. “O lugar e a fala: psicanálise contra o racismo em Lélia Gonzalez”. SIG: Revisa de Psicanálise, [s. l.], v. 8, n. 1, p. 81–102, 2019.
ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: The new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Book Company, 1987.
BENJAMIN, Walter. “Sobre o conceito de história”. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre a literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012. v. Obras escolhidas v.1, p. 241–252.
BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
COLLINS, Patricia Hill. “Aprendendo com a outsider within: A significação sociológica do pensamento feminista negro”. Sociedade e Estado, [s. l.], v. 31, n. 1, p. 99–127, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006. Acesso em 24/04/2024.
COLLINS, Patricia Hill. Intersectionality as Critical Social Theory. Durham: Duke University Press, 2019a.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: Conhecimento, Consciência e a Política do Empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019b.
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Intersectionality. Cambridge/Malden: Polity Press, 2016.
CRENSHAW, Kimberlé. “Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics”. University of Chicago Legal Forum, [s. l.], v. 1989, n. 1, p. 139–167, 1989.
CRENSHAW, Kimberle. “Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence against Women of Color”. Stanford Law Review, [s. l.], v. 43, n. 6, p. 1241–1299, 1991.
DAS, Veena. “O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade”. Cadernos Pagu, [s. l.], v. 37, p. 9–41, 2011.
FANON, Franz. Pele Negra, Máscaras Brancas. São Paulo: Ubu, 2020.
FREUD, Sigmund. “O eu e o id". In: FREUD, Sigmund. Obras completas: o eu e o id, “autobiografia” e outros textos - 1923-1925. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. v. 16, p. 8–49.
FREUD, Sigmund. “O Fetichismo”. In: FREUD, Sigmund. Obras completas: inibição, sintoma e angústia, o futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2014. v. 17, p. 424–436.
GONZALEZ, Lélia. “A categoria político-cultural da amefricanidade”. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020a. p. 127–138.
GONZALEZ, Lélia. A propósito de Lacan. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020b. p. 337–350.
GONZALEZ, Lélia. “Cultura, etnicidade e trabalho: efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher”. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020c. p. 25–44.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020d. p. 139–150.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (org.). Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020e. p. 75–93.
KLEIN, Stefan. “Reflexões preliminares envolvendo (algumas) formas e os conteúdos da crítica”. In: CANTU, Rodrigo et al. (org.). Sociologia, crítica e pragmatismo: diálogos entre Brasil e França. Campinas: Pontes, 2019. p. 203–224.
LACAN, Jacques. “A agressividade em psicanálise”. In: LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998a. p. 104–126.
LACAN, Jacques. “O estádio do espelho como formador da função do eu”. In: LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998b. p. 96–103.
MCCLINTOCK, Anne. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
NASCIMENTO, Beatriz. “Kilombo”. In: RATTS, Alex (org.). Uma história feita por mãos negras. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. p. 241–246.
PEREIRA, Ana Cláudia Jaquetto. Intelectuais Negras Brasileiras: Horizontes Políticos. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
RIOS, Flavia; RATTS, Alex. “A perspectiva interseccional de Lélia Gonzalez”. In: PINTO, Ana Flavia Magalhães; CHALHOUB, Sidney (org.). Pensadores Negros - Pensadoras Negras: Brasil dos séculos XIX e XX. Cruz das Almas: Editora UFRB, 2016. p. 389–402.
SCOTT, Joan W. “A invisibilidade da experiência”. Projeto História, [s. l.], v. 16, p. 297–325, 1998.
SILVEIRA, Léa. “The Black Mother and the Name-of-the-Father: Questions with Lélia Gonzalez”. Revista Estudos Feministas, [s. l.], v. 30, n. 3, 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.


