Sinto que estou fazendo tudo errado. O malabarismo das mães trabalhadoras na pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n188610

Palavras-chave:

gênero, maternidade, trabalho de cuidado, covid-19, Equilíbrio trabalho-vida

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as experiências de mães trabalhadoras na organização do cuidado dos seus filhos durante as semanas de confinamento obrigatório causadas pela pandemia de covid-19, entre março e maio de 2020. Trata-se de uma investigação qualitativa realizada em Saragoça, Espanha, com entrevistas semiestruturadas a 16 mães trabalhadoras, espanholas e estrangeiras, com filhos menores de 12 anos a seu cargo, e que vivem em casal ou sozinhas. Os resultados mostram que a pandemia e o confinamento provocaram desequilíbrios nos agregados familiares em termos de cuidados infantis, principalmente devido ao encerramento de serviços de acolhimento de crianças, à reconfiguração do trabalho assalariado e à ausência de redes de apoio. Esta situação obrigou-os a criar novos arranjos domésticos que resultaram numa sobrecarga de trabalho para as mães.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Lucia Hernández Cordero, Unviersidad de Zaragoza

Possui doutorado em Antropologia da Orientação Pública pela Universidade Autônoma de Madrid, Espanha (2013), professora da Faculdade de Ciências Sociais e do Trabalho da Universidade de Saragoça. As suas linhas de investigação centraram-se na maternidade, na organização social do cuidado, na migração feminina e nas políticas públicas e gênero. Pertence ao grupo de investigação GESES (Grupo de Estudos Sociais e Económicos do Terceiro Setor), também da Universidade de Saragoça.

Paula González Granados, Universidad de Zaragoza

É doutora em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Rovira i Virgili (Tarragona, 2011). Desde 2015 é professora da Faculdade de Ciências Sociais e do Trabalho da Universidade de Saragoça, e pertence ao Grupo de Investigação de Bem-Estar e Capital Social, vinculado a esta mesma universidade. As suas principais linhas de investigação baseiam-se na desigualdade de género em relação à esfera do cuidado, à maternidade, ao equilíbrio familiar e profissional e à antropologia audiovisual.

Mar Dieste Campo, Universidad de Zaragoza

É graduada em Serviço Social e mestre em Relações de Género pela Universidade de Saragoça. Atualmente é bolsista de pré-doutorado no Programa de Sociologia das Políticas Públicas e Sociais da mesma universidade, com financiamento do Governo de Aragão. Suas linhas de pesquisa tratam de maternidades, saúde ocupacional na perspectiva de gênero, organização social do cuidado e políticas públicas para cuidado de dependências. Pertence ao grupo de investigação GESES (Grupo de Estudos Sociais e Económicos do Terceiro Sector), também da Universidade de Saragoça.

Referências

ABRIL, Paco; BOTIA, Carmen; DOMÍNGUEZ, Marta; GONZÁLEZ, María José; JURADO, Teresa; LAPUERTA, Irene; MARTÍN GARCÍA, Teresa; MONFERRER, Jordi; SEIZ PUYUELO, Marta. “Ideales igualitarios y planes tradicionales: análisis de parejas primerizas en España”. Revista Española de Investigaciones Sociológicas, n. 150, p. 3-22, 2015. Disponible en http://hdl.handle.net/10261/205912.

ALCORTA, Eider; CALZADA, Inés; FOUASSIER, Maite; HERNÁNDEZ-CORDERO, Ana Lucía; GÓMEZ GARRIDO, María; GUTIÉRREZ SASTRE, Marta; MURIEL, Mercedes; PAEZ, Virginia; RUIZ-CIARRETA, Irune. Los servicios sociales ante la pandemia. Relatos a través de las vivencias de las trabajadoras sociales. Madrid: Instituto Nacional de Administración Pública -INAP, Colección INAP Investiga, 2022.

ALMEDA, Elisabet; DI NELLA, Dino. Las familias monoparentales a debate. Barcelona: Copalqui Editorial, 2011.

Á LVAREZ-REBOLLEDO, Alondra; BARRIOS, Erika. “Efectos del Burnout en madres solteras mexicanas durante la contingencia del COVID-19”. Psicología(s), v. 4, p. 28-50, 2020.

AMILPAS, Mónica. “Mujeres, trabajo de cuidados y sobreexplotación desigualdades de género en México durante la pandemia por COVID-19”. Espacio I+D, Innovación más Desarrollo, v. 9, n. 25, p. 99-117, 2020.

ATKINSON, Rowland; FLINT, John. “Accessing hidden and hard-to-reach populations: Snowball research strategies”. Social research update, v. 33, n. 1, p. 1-4, 2001.

BADINTER, Elisabet. La mujer y la madre. Un libro polémico sobre la maternidad como nueva forma de esclavitud. Madrid: La esfera de los libros, 2011.

BLÁZQUEZ, María; MONTES, María. “Emociones ante la maternidad: de los modelos impuestos a las contestaciones de las mujeres”. Ankulegui, Revista de Antropología Social, n. 14, p. 81-92, 2010.

BODENDORFER, Catherine. “The Myth of Choice in Intensive Mothering”. Studies in the Maternal, v. 7, n. 1, p. 1-4, 2015.

BONCORI, Ilaria. “The Never-ending Shift: A feminist reflection on living and organizing academic lives during the coronavirus pandemic”. Gender Work Organ, v. 27, p. 677-682, 2020.

BROWN, Catrina. “Speaking of Women’s Depression and the Politics of Emotion”. Affilia, v. 34, n. 2, p. 151-169, 2019.

CALARCO, Jessica; ANDERSON, Elizabeth; MEANWELL, Emily; KNOPF, Amelia. “‘Let´s Not Pretend It´s Fun’: How COVID-19 related School and Childcare Closures are Damaging Mother´s Well-being”. SocArXiv, v. 4, 2020. Disponible en https://doi.org/10.31235/osf.io/jyvk4.

CAPPELLINI, Benedetta; HARMAN, Vicki; MARILLI, Alessandra; PARSONS, Elizabeth. “Intensive mothering in hard times: Foucauldian ethical self-formation and cruel optimism”. Journal of Consumer Culture, v. 19, n. 4, p. 469-492, 2019.

CARRASCO, Cristina. “Mujeres, sostenibilidad y deuda social”. Revista de educación, n. 1 extraordinario, p. 169-191, 2009.

DARRÉ, Silvana. Maternidad y tecnologías de género. Buenos Aires: Katz, 2013.

DOUGLAS, Susan; MICHAELS, Meredith. The Mommy Myth: The Idealization of Motherhood and How It Has Undermined All Women. New York: Free Press, 2004.

DEL BOCA, Daniela; OGGERO, Noemi; PROFETA, Paola; ROSSI, María. “Women’s work, housework and childcare, before and during Covid-19”. Review of Economic of the Household, v. 18, p. 1001-1017, 2020.

DÍAZ, Magdalena. “La conciliación en la encrucijada: vida laboral y familiar de empleadas y empleadoras de hogar”. LexSocial, Revista Jurídica De Derechos Sociales, v. 9, n. 2, p. 198-211, 2019.

ELIZALDE-SAN MIGUEL, Begoña; DÍAZ, Magdalena. “Grupos de crianza comunitaria: ¿iniciativas comunitarias o grupos identitarios?”. Revista Española de Sociología, v. 30, n. 2, 2021. Disponible en https://doi.org/10.22325/fes/res.2021.30.

ENNIS, Linda. Intensive Mothering: The Cultural Contradictions of Modern Motherhood. Toronto: Demeter Press, 2014.

ESPAÑA. Instituto Nacional de Estadística (INE) (2020). Encuesta de Población Activa (EPA). Ocupados a tiempo parcial por número de hijos. España, UE-27 y UE-28 (% de ocupados de 25 a 54 años). Madrid: Instituto Nacional de Estadística.

ESPING-ANDERSEN, Gøsta. Three Worlds of Welfare Capitalism. Cambridge: Polity Press, 1990.

EZQUERRA, Sandra. “Crisis de los cuidados y crisis sistémica: la reproducción como pilar de la economía llamada real”. Investigaciones Feministas, v. 2, p. 175-194, 2011. https://doi:10.5209/rev_INFE.2011.v2.38610.

EZQUERRA, Sandra; DE EGUIA HUERTA, María. “¿Redistribución de los cuidados? El papel de la familia, el mercado y las políticas públicas en Catalunya”. Política y Sociedad, v. 57, n. 3, p. 769-795, 2020.

FARRÉ, Lidia; FAWAZ, Yarine; GONZÁLEZ, Libertad; GRAVES, Jennifer. “How the COVID-19 Lockdown Affected Gender Inequality in Paid and Unpaid Work in Spain”. IZA, Institute of Labor Economics, Discussion Papers Series, n. 13434, p. 1-36, 2020.

FERNÁNDEZ, Juan; TOBÍO, Constanza. “Mujeres: entre el salario y el cuidado”. ICE, Revista de Economía, n. 908, p. 99-118, 2019.

FERNÁNDEZ, Paloma; BOGINO, Mercedes. “Paradojas de género: mujeres que declinan la maternidad y padres que reclaman la crianza”. AIBR, revista de Antropología iberoamericana, v. 14, n. 3, p. 491-514, 2019.

FRONTONI, Elisabetta. “Covid-19 and Inequality: A Gender Perspective”. European Journal of Social Sciences, v. 3, n. 2, p. 127-134, 2020.

FODOR, É va; GREGOR, Anikó ; KOLTAI, Jú lia; KOVÁ TS, Eszter. “The impact of COVID-19 on the gender division of childcare work in Hungary”. European Societies, v. 23, n. 1, p. 95-110, 2020.

HAYS, Sharon. The Cultural Contradictions of Motherhood. New Haven: Yale University Press, 1996.

HERTZ, Rossana; MATTES, Jane; SHOOK, Alexandría. “When Paid Work Invades the Family: Single Mothers in the covid-19 Pandemic”. Journal of Family Issues, v. 42, n. 9, p. 2019-2045, 2020. Disponible en https://doi.org/10.1177/0192513X20961420.

HENNEKAM, Sophie; SHYMKO, Yuliya. “Coping with the COVID-19 crisis: force majeure and gender performativity”. Gender, Work & Organization, v. 27, n. 5, p. 788-803, 2020. Disponible en https://doi.org/10.1111/gwao.12479.

HOCHSCHILD, Arlie-Russell; MACHUNG, Anne. The second shift: working families and the revolution al home. USA: Penguin Books, 1989.

MANZO, Lidia; MINELLO, Alessandra. “Mothers, childcare duties, and remote working under Covid-19 Lockdown in Italy: Cultivating communities of care”. Dialogues in Human Geography, v. 10, n. 2, p. 120-123, 2020.

MEIL, Gerardo; ROGERO-GARCÍA, Jesús. “Abuelas y abuelos y padres varones en el cuidado de la infancia”. Cuadernos de Relaciones Laborales, v. 32, n. 1, p. 49-67, 2014.

MORÉ, Paloma. “Cuidados y crisis del coronavirus: el trabajo invisible que sostiene la vida”. Revista Española de Sociología (RES), v. 29, n. 3, p. 737-745, 2020.

O’BRIEN, Lynn. “Conceiving Intensive Mothering”. Journal of the Association for Research on Mothering, v. 8, n. 1-2, p. 96-108, 2006.

O´'REILLY, Andrea. “We need to talk about patriarchal motherhood: essentialization, naturalization and idealization in Lionel Shriver´s We Need to Talk about Kevin”. Journal of the Motherhood Initiative for Research and Community Involvement, v. 7, n. 1, p. 64-81, 2016.

PAZOS, María. Contra el Patriarcado. Economía feminista para una sociedad justa y sostenible. Pamplona: Katakrak Liburuak, 2018.

PÉREZ OROZCO, Amaia. “Amenaza tormenta. La crisis de los cuidados y la reorganización del sistema económico”. Revista de Economía Crítica, n. 5, p. 7-37, 2006.

SEIZ, Marta; GONZÁLEZ, María José; JURADO-GUERRERO, Teresa; LAPUERTA, Irene; MARTÍNGARCÍA, Teresa. “Non-normative Couples in Spain: Mothers’ Career Commitment, Fathers’ Work Arrangements, and Egalitarian Ideology”. In: GRUNOW, Daniela; EVERTSSON, Marie (Eds.). New Parents in Europe. Work-Care Practices, Gender Norms and Family Policies. UK: Edward Elgar Publishing, 2019. p. 169-186.

SERRANO, Cecilia. “Impacto emocional y crianza de menores de cuatro años durante el COVID-19”. Perifèria, revista de recerca i formació en antropologia, v. 25, n. 2, p. 74-87, 2020.

SERRANO, Cecilia. “COVID-19 y vivienda. Experiencias de familias confinadas con menores de cuatro años en el hogar”. EHQUIDAD. Revista Internacional De Políticas De Bienestar y Trabajo Social, n. 15, p. 27-46, 2021.

TORRES, Yorneylis. “La Maternidad como ideal femenino: desde lo dominante, lo residual y lo emergente”. Perspectivas Revista de Ciencias Sociales, v. 5, n. 9, p. 32-50, 2020.

VEGA, Cristina; MARTÍNEZ-BUJÁN, Raquel; PAREDES, Myriam (Eds.). Cuidado, comunidad y común. Extracciones, apropiaciones y sostenimiento de la vida. Madrid: Traficantes de Sueños, 2018.

Downloads

Publicado

2024-05-27

Como Citar

Hernández Cordero, A. L., González Granados, P., & Dieste Campo, M. (2024). Sinto que estou fazendo tudo errado. O malabarismo das mães trabalhadoras na pandemia. Revista Estudos Feministas, 32(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n188610

Edição

v. 32 n. 1 (2024)

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2024 Revista Estudos Feministas

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.

A licença permite:

Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.

O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:

Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.

Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.