Maria Esther Bueno: eficiência e competitividade no tênis

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n279453

Resumo

Maria Esther Bueno foi uma importante tenista brasileira que venceu os maiores e mais reconhecidos torneios de tênis do mundo. O objetivo desta pesquisa foi compreender os processos que possibilitaram a Maria Esther Bueno tornar-se uma grande atleta em uma época de baixa inserção das mulheres no esporte competitivo. Foram analisadas as incidências da tenista em matérias do jornal O Estado de São Paulo, publicadas entre 1950 e 1970. Patrocinador da tenista na época, o jornal ressaltava aspectos conservadores e inovadores na representação de uma mulher em um ambiente competitivo. A pesquisa identificou elementos de rupturas de gênero na inserção da mulher no esporte, propagados pelas conquistas da atleta e pelas inovações de um estilo de jogo marcado por competitividade, potência, eficiência e uso de roupas especializadas.

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Biografia do Autor

Giovanna Garcia Ticianelli, Universidade Estadual de Campinas

Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Bacharela e licenciada em Educação Física pela Unicamp. Pesquisadora da área de gênero e Educação Física.

Helena Altmann

Professora Associada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), mestra em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFM) e graduada em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi coordenadora do Grupo de Trabalho Temático Gênero do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (2015-2017). Tem experiência de pesquisa e ensino em Educação, Educação Física e Esportes, com ênfase em gênero e sexualidade. Integra o Grupo de Pesquisa Corpo e Educação e o Grupo de Pesquisa Focus, ambos da Unicamp.

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Publicado

2021-10-21

Como Citar

Garcia Ticianelli, G., & Altmann, H. (2021). Maria Esther Bueno: eficiência e competitividade no tênis. Revista Estudos Feministas, 29(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n279453

Edição

Seção

Gênero, tecnologias e (novas) formas de subjetivação nas práticas esportivas