Notas sobre o amor e a melancolia: da estrutura à resistência
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n259368Resumen
Michel Foucault, no texto “Un Plaisir si Simple”, mostra-nos que a miséria do amor moderno se fundaria sobre a ressignificação psicanalítica do remorso cristão. Por outro lado, Judith Butler nos explica, ao problematizar a relação entre a psicanálise e a matriz heterossexual, que o amor é melancólico e que o mecanismo da melancolia constitui a identidade de gênero. Conforme Butler, a melancolia parece ter duas disposições, uma estruturada e outra desviante. A melancolia estruturada garantiria a “cura” dos desvios sexuais mediante a aplicação dos códigos fálicos ao desejo do sujeito. Inversamente, a melancolia desviante estaria ligada à subversão da heteronormatividade. A partir disso, interessa-nos interrogar em que medida a interpretação foucaultiana do prazer concernente às transgressões amorosas se articularia à disposição desviante da melancolia butleriana; e, finalmente, gostaríamos de indicar algumas convergências entre a melancolia criativa e a ética antiga do cuidado de si.
Descargas
Citas
BRENNAN, Tad. “Psicologia moral estoica”. In: INWOOD, Brad (Org.). Os Estoicos. Tradução de Paulo Fernando Tadeu Ferreira e Raul Fiker. São Paulo: Odysseus, 2006. p. 285-327.
BUTLER, Judith. Gender Trouble: feminism and subversion of identity. London: Taylor & Francis e-Library, 2002.
BUTLER, Judith. Giving an Account of Oneself. New York: Fordham University Press, 2005.
BUTLER, Judith. The Psychic Life of Power: Theories in Subjection. California: Stanford University Press, 1997.
BUTLER, Judith. What is Critique? An Essay on Foucault’s Virtue, 2001. Disponível em http://eipcp.net/transversal/0806/butler/en. Acesso em 26/01/2017.
DIOGENES LAERTIUS. Live of Eminent Philosophers. Tradução de R. D. Hicks. Cambridge: Harvard University Press, 1972.
EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto. Tradução de Aldo Dinucci e Alfredo Julien. São Cristóvão: EDUFS, 2012. (Cap. 11)
FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. Tradução de Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FOUCAULT, Michel. A Coragem da Verdade. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2011a.
FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade 3: O cuidado de si. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Graal, 2011b.
FOUCAULT, Michel. Dits et écrits II. 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FREUD, Sigmund. Deuil et mélancolie. Tradução de Aline Weill. Paris: Payot & Rivages, 2011a.
FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
HADOT, Pierre. Exercices Spirituels et Philosophie Antique. Paris: Albin Michel, 1993.
LACAN, Jacques. O Seminário, Livro 8: A Transferência. Tradução de Dulce Duque Estrada. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia e a Ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
PLUTARCO. Como distinguir o amigo do bajulador. Tradução de Ísis Borges B. da Fonseca. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La Revista Estudos Feministas está bajo licencia de la Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con los debidos créditos de autoría y publicación inicial en este periódico.
La licencia permite:
Compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y/o adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material) para cualquier propósito, incluso comercial.
El licenciante no puede revocar estos derechos siempre que se cumplan los términos de la licencia. Los términos son los siguientes:
Atribución - se debe otorgar el crédito correspondiente, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Esto se puede hacer de varias formas sin embargo sin implicar que el licenciador (o el licenciante) haya aprobado dicho uso.
Sin restricciones adicionales - no se puede aplicar términos legales o medidas de naturaleza tecnológica que restrinjan legalmente a otros de hacer algo que la licencia permita.


