Práticas de percepção da fertilidade entre mulheres jovens
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n161724Resumen
Neste artigo temos como objetivo caracterizar uma configuração em torno da percepção da fertilidade e descrever sua articulação ao aparato de gênero e à biomedicalização. Com uma abordagem etnográfica, tomamos como ponto de partida um grupo no Facebook sobre percepção da fertilidade e realizamos entrevistas semiestruturadas com seis de suas porta-vozes. Além disso, analisamos livros e sítios que nos foram indicados nessas entrevistas e fizemos observação participante em um curso presencial ministrado por uma das interlocutoras. Concluímos que concomitante a projetos coletivos de empoderamento de corpos e subjetividades com ciclos menstruais, há responsabilização individual pela saúde e pelo autoaprimoramento. Ademais, reforça-se a substancialização do binarismo sexual com a produção de uma “natureza hormonal”, ainda que seja mais associada à saúde que ao gênero.
Descargas
Citas
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BUTLER, Judith. Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity. Oxford: Routledge, 2010.
BUTLER, Judith. Bodies that Matter: On the Discursive Limits of “Sex”. New York: Routledge, 2011.
CLARKE, Adele E.; SHIM, Janet; MAMO, Laura; FOSKET, Jennifer; FISHMAN, Jennifer (Eds.). Biomedicalization: Technoscience and Transformations of Health and Illness in the U.S. Durham: Duke University Press, 2010.
FARO, Livi. “Mulher com bigode nem o diabo pode”: um estudo sobre testosterona, sexualidade feminina e biomedicalização. 2016. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
KLÖPPEL, Bruna. Aparatos de produção subjetivo-corporais nas práticas de percepção da fertilidade. 2017. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
LATOUR, Bruno. Reassembling the social: An introduction to actor-network theory. Oxford: Oxford University Press, 2005.
LAW, John. After Method: Mess in social science research. New York: Routledge, 2004.
MANICA, Daniela Tonelli. “A desnaturalização da menstruação: hormônios contraceptivos e tecnociência”. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 17, n. 35, p. 197-226, 2011. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832011000100007. Acesso em 31/01/2020.
MANICA, Daniela; NUCCI, Marina. “Sob a pele: implantes subcutâneos, hormônios e gênero”. Horizontes Antropológicos [online], v. 23, n. 47, p. 93-129, 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832017000100093&script=sci_abstract&tlng=pt. ISSN 1806-9983. https://doi.org/10.1590/s0104-71832017000100004. Acesso em 31/01/2020.
MURPHY, Michelle. “Immodest Witnessing: The Epistemology of Vaginal Self-Examination in the U.S. Feminist Self-Help Movement”. Feminist Studies, v. 20, n. 1, p. 115-147, 2004.
MURPHY, Michelle. Seizing the means of reproduction: entanglements of feminism, health, and technoscience. Durham/London: Duke University Press, 2012.
OUDSHOORN, Nelly. Beyond the natural body: an archeology of sex hormones. London: Routledge, 1994.
ROBERTS, Celia. Messengers of Sex: Hormones, biomedicine and feminism. New York: Cambridge University Press, 2007.
ROHDEN, Fabíola. “O império dos hormônios e a constituição da diferença entre os sexos”. História, ciências, saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, p. 133-152, 2008.
ROHDEN, Fabíola. “Vida saudável versus vida aprimorada: tecnologias biomédicas, processos de subjetivação e aprimoramento”. Horizontes antropológicos [online], v. 23, n. 47, p. 29-60, 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832017000100029&script=sci_abstract&tlng=pt. ISSN 1806-9983. https://doi.org/10.1590/s0104-71832017000100002. Acesso em 31/01/2020.
ROHDEN, Fabíola. “‘Os hormônios te salvam de tudo’: produção de subjetividades e transformações corporais com o uso de recursos biomédicos”. Mana [online], Rio de Janeiro, v. 24, p. 199-229, 2018a. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132018000100199&script=sci_abstract&tlng=pt. ISSN 1678-4944. http://dx.doi.org/10.1590/1678-49442018v24n1p199. Acesso em 31/01/2020.
ROHDEN, Fabíola. “Considerações teórico-metodológicas sobre objetos instáveis e ausências presentes: analisando processos de materialização do desejo feminino”. In: SEGATA, Jean; RIFIOTIS, Theophilos. Políticas etnográficas no campo da ciência e das tecnologias da vida. 1. ed. Porto Alegre: EDUFRGS, 2018b. p. 135-158.
SÁ, Ivone Manzali de. “‘Fito-hormônios’: ciência e natureza no tratamento do climatério”. Physis [online], v. 22, n. 4, p. 1503-1522, 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73312012000400013&script=sci_abstract&tlng=pt. ISSN 0103-7331. https://doi.org/10.1590/S0103-73312012000400013. Acesso em 31/01/2020.
SANTOS, Ananda Cerqueira Aleluia dos. “Adeus, hormônios!”: concepções sobre corpo e contracepção na perspectiva de mulheres jovens. 2018. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
ZANELLI, Carolina. “Percepção da Fertilidade: Parte 4 - O Método Sintotermal”. In: ZANELLI, Carolina. Lado Oculto da Lua: uma outra visão sobre fertilidade feminina, 29 maio 2015a. Disponível em http://www.ladoocultodalua.com/2015/05/29/percepcao-da-fertilidade-parte-4-o-metodo-sintotermal/.
ZANELLI, Carolina. “Percepção da Fertilidade: Parte 3 - O Ciclo Menstrual”. In: ZANELLI, Carolina. Lado Oculto da Lua: uma outra visão sobre fertilidade feminina, 08 maio 2015b. Disponível em http://www.ladoocultodalua.com/2015/05/08/ciclo-menstrual/.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Estudos Feministas

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
La Revista Estudos Feministas está bajo licencia de la Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con los debidos créditos de autoría y publicación inicial en este periódico.
La licencia permite:
Compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y/o adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material) para cualquier propósito, incluso comercial.
El licenciante no puede revocar estos derechos siempre que se cumplan los términos de la licencia. Los términos son los siguientes:
Atribución - se debe otorgar el crédito correspondiente, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Esto se puede hacer de varias formas sin embargo sin implicar que el licenciador (o el licenciante) haya aprobado dicho uso.
Sin restricciones adicionales - no se puede aplicar términos legales o medidas de naturaleza tecnológica que restrinjan legalmente a otros de hacer algo que la licencia permita.


