Entre Decisões Individuais e Deliberações Colegiadas: decidindo como decidir, influenciando o resultado.
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-7055.2019v40n81p10Resumo
Como o desenho institucional do Supremo Tribunal Federal Brasileiro interfere no processo decisório dos conflitos que lhe são submetidos a julgamento? Os Ministros do STF, na qualidade de relatores dos processos em tramitação, por meio de recursos procedimentais disponíveis, podem decidir estrategicamente o que e quando levar a julgamento, individual ou coletivamente. O presente artigo insere-se neste debate para questionar a independência dos seus Ministros perante os demais atores políticos, mas também diante (ou contra) seus pares, cogitando-se as possibilidades de interação de modelos estratégicos ao caso brasileiro, diante das normas constitucionais, legais e regimentais que fixam a atuação dos membros do Tribunal. A hipótese geral é que o desenho normativo da corte assegura múltiplas opções aos magistrados na condução dos processos judiciais, promovendo estratégias voltadas a maximizar as chances vitoriosas de suas preferências, bem como reduzir os respectivos custos decisórios.Referências
ALMEIDA, F. (2015). Judicialização da política e composição dos tribunais superiores. Revista Parlamento e Sociedade, 3-4, 75-98.
ARGUELHES, D. W.; RIBEIRO, Leandro M. (2018). Ministrocracia: O Supremo Tribunal individual e o processo democrático brasileiro. Novos estudos CEBRAP, 37-1, 13-32.
BRENNER, S.,; WHITMEYER, J. M. (2009). Strategy on the United States Supreme Court. Cambridge University Press.
CARVALHO, A. D. Z. (2017). Imagens da imparcialidade: entre o discurso constitucional e a prática judicial. São Paulo: Almedina.
CLARK, T., MONTAGNES, P., & SPENKUCH, J. L. (2018). Politics From the Bench?: Ideology and Strategic Voting in the US Supreme Court. CESifo Working Paper, No. 7264.
EPSTEIN, L.; KNIGHT, J. (1998). The choices justices make. Washington, D. C., Congressional Quarterly.
EPSTEIN, L.; WALKER, T. G. (2007). Constitutional Law for a Changing America: Institutional Powers and Constraints. Washington, D.C., Congressional Quarterly Press.
EPSTEIN, L.; JACOBI, T. (2010). The strategic analysis of judicial decisions. Annual Review of Law and Social Science, 6, 341-358.
EPSTEIN, L.; LANDES, W. M.; POSNER, R. A. (2011). Why (and when) judges dissent: A theoretical and empirical analysis. Journal of Legal Analysis, 3(1), 101-137.
FALCÃO, J. (2015). O Supremo: compreenda o poder, as razões e as consequências das decisões da mais alta Corte do Judiciário no Brasil. Rio de Janeiro, Edições de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas.
FALCÃO, J.; ARGUELHES, D. (2017). Onze Supremos: Todos contra o Plenário. In: FALCÃO, J.; ARGUELHES, D. W.; RECONDO, F. (Eds.). Onze Supremos: o Supremo em 2016. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 20-28.
FALCÃO, J.; HARTMANN, I. A., CHAVES, V. P. (2014). Relatório Supremo em Números: o Supremo e o tempo. Rio de Janeiro: Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas.
KAGAN, R. A., KAPISZEWSKI, D., & SILVERSTEIN, G. (2018). New judicial roles in governance. In Comparative Judicial Review. Edward Elgar Publishing.
LANDES, W. M., e POSNER, R. A. (2009). Rational judicial behavior: A statistical study. Journal of Legal Analysis, 1(2), 775-831.
LARSSON, O., NAURIN, D., DERLÉN, M., & LINDHOLM, J. (2017). Speaking law to power: the strategic use of precedent of the court of justice of the European Union. Comparative Political Studies, 50 (7), 879-907.
LIMA, F. D. S.; ANDRADE, L. D.; OLIVEIRA, T. M. (2017). Emperor or President? Understanding the (almost) unlimited power of the Brazilian Supreme Court’s President. Revista Brasileira de Direito, 13, 161-176.
LIMA, J. N.; BEÇAK, R. (2016). Emenda constitucional e constitucionalismo político: a potencial moderação das críticas ao controle judicial de constitucionalidade. Conpedi Law Review, 2-4. 275-296.
MURPHY, W. (1964). Elements of judicial strategy. Chicago, University of Chicago Press.
OLIVEIRA, F. L. (2012). Processo decisório no Supremo Tribunal Federal: coalizões e “panelinhas”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, 20-44, 139-153.
POSNER, R. A. (1993). What do judges and justices maximize?(The same thing everybody else does). Supreme Court Economic Review, 3, 1-41.
POSNER, R. A. (2008). How judges think. Cambridge, Harvard University Press.
SILVA, V. A. (2011). Deciding without deliberating. I•CON, 11-3, 557–584.
TOMIO, F. R. L.; ROBL FILHO, I. N. (2013). Accountability e independência judiciais: uma análise da competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Revista de Sociologia e Política, 21- 45, 29-46.













