Componentes indispensáveis no desenho da matriz regulatória de novas tecnologias
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-7055.2024.e98560Palavras-chave:
desenho regulatório, novas tecnologias, gestão de riscos, componentes do ecossistema regulatórioResumo
A ubiquidade de novas tecnologias é evidente, e sua regulação é apresentada como solução para todos os riscos potenciais que elas possam trazer à privacidade, democracia, e mesmo à autonomia da pessoa. Este artigo pretende identificar componentes que devem ser considerados na regulação de novas tecnologias. A hipótese é que a decisão relativa a quem deva ser o regulador de distintos aspectos do desenvolvimento e uso de novas tecnologias deve ser fundada no entendimento destes componentes mandatórios de uma matriz regulatória. O artigo se desenvolve no método crítico-dialético, e traz análise descritiva e prescritiva dos referidos componentes. A conclusão é de que um modelo regulatório que desconsidere os componentes aqui indicados será inexoravelmente inefetivo.
Referências
ARRUDA, Carmen Silvia Lima de. O princípio da transparência. Prefácios do Ministro Luis Roberto Barroso e do Professor Jacques Ziller. São Paulo: Editora Quartier Latin,2020.
BAPTISTA, Patrícia. Transformações do Direito Administrativo. 2ª edição, Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2018.
BLACK, Julia; MURRAY, Andrew Douglas. Regulating AI and machine learning: setting the regulatory agenda. European journal of law and technology, Exeter-UK, v. 10, n. 3, 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Parecer Preliminar de Plenário n. 1 PLEN, pelo Deputado Orlando Silva (PCdoB/SP -Fdr PT-PCdoB-PV) em 7/4/2023, disponível em https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2265334, acesso em 12 set. 2023a.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 21/2020. Disponível em https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2236340, acesso em 12 set. 2023b.
BRASIL. Comissão de Juristas Comissão de Juristas responsável por subsidiar elaboração de substitutivo sobre inteligência artificial (CJSUBIA). Relatório final. Disponível em https://legis.senado.leg.br/comissoes/mnas?codcol=2504&tp=4, acesso em 12 set. 2023c.
BRASIL. Senado Federal. Ato do Presidente n° 4, de 17 de fevereiro de 2022. Disponível em https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/152136, acesso em 12 set. 2023.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Do conhecimento à política. In CASTELLS, Manuel e CARDOSO, Gustavo (org.). A sociedade em rede: do conhecimento à acção política. Brasília: Imprensa Nacional – Casa da Moeda. 2006, p. 17-30.
CHEVALLIER, Jacques. O Estado pós-moderno. Tradução Marçal Justen Filho. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2009.
CLARKE, Roger. Regulatory alternatives for AI. Computer Law & Security Review, Southampton, v. 35, n. 4, 2019, p. 398-409.
COUTO, Cláudio Gonçalves. A longa constituinte: reforma do Estado e fluidez institucional no Brasil. Dados, Rio de Janeiro, v. 41, p. 51-86, 1998.
FILGUEIRAS, Fernando. República, Confiança e sociedade. Dados, Rio de Janeiro, v. 50, p. 863-897, 2007.
FROOMKIN, A. Big data: destroyer of informed consent. Yale Journal of Law and Technology, 21(Special Issue), 2019, p. 27-54.
GARCÍA-PELAYO, Manuel. Las transformaciones del Estado contemporâneo. Madrid: Alianza Editorial, 11ª reimp, 2005.
HARTMANN, Ivar A. Introdução à regulação de novas tecnologias. In PINHEIRO, Armando Castelar; PORTO, Antonio José Maristrello e SAMPAIO, Patrícia Regina Prinheiro (coord.). Regulação e novas tecnologias. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2022, p. 13-52.
HUPE, Peter e HILL, Michael. Street‐Level bureaucracy and public accountability. Public administration, v. 85, n. 2, p. 280, 2007, p. 279-299.
KERBER, Wolfgang; SCHWEITZER, Heike. Interoperability in the Digital Economy. Journal of Intellectual Property, Information Technology and Electronic Commerce Law, Special Issue on Contracts on Digital Goods and Services. Vol. 8, 2017, p. 39-58.
LEISER, Mark. The Problem with Dots: Questioning the Role of Rationality in the Online Environment, International Review of Law, Computers & Technology, v. 30, nº. 3, novembro 2016, p. 191-210.
MAJONE, Giandomenico. As transformações do Estado regulador. Revista de Direito Administrativo, Belo Horizonte, v. 262, p. 11-43, 2013.
MARRARA, Thiago; GASIOLA, Gustavo Gil. Regulação de novas tecnologias e novas tecnologias na regulação. International Journal of Digital Law, Belo Horizonte, ano 1, n. 2, p. 117-144, maio/ago. 2020.
MORAND, Charles-Albert. Le droit néo-moderne des politiques publiques. Paris: L.G.D.J., 1999.
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Direito regulatório. A alternativa participativa e flexível para a administração pública de relações setoriais complexas no estado democrático. Rio de Janeiro – São Paulo: Editora Renovar, 2003.
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Quatro paradigmas do Direito Administrativo pós-moderno. Legitimidade, finalidade, eficiência, resultados. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2008.
PASQUALE, Frank. Defending human expertise in the age of AI. Cambridge – London: The Belknap Press of Harvard University, 2020.
SOLOVE, Daniel J. Introduction: Privacy Self-Management and the Consent Dilemma. Harvard Law Review, Cambridge, 126, no. 7 (May 2013): 1880-1903.
SOUTO, Marcos Juruena Villela. Direito administrativo regulatório. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2002.
SUNSTEIN, Cass R. Political conflict and legal agreement. The Tanner Lectures on Human Values, Delivered at Harvard University, November, v. 29, 1994, p. 139-249, disponível em https://tannerlectures.utah.edu/_resources/documents/a-to-z/s/Sunstein96.pdf, acesso em 15 set. 2023.
THALER, Richard H. Misbehaving. A construção da economia comportamental. Tradução de George Schlesinger, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019.
WILSON, David W.; LIN, Xiaolin; LONGSTREET, Phil; and SARKER, Saonee. Web 2.0: A Definition, Literature Review, and Directions for Future Research. AMCIS 2011 Proceedings - All Submissions. Paper 368. 2011.