O que constitui uma república?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-7055.2021.e74680

Resumo

O objetivo deste artigo é retornar ao acervo histórico do constitucionalismo moderno para pensar as relações entre república, violência e emoção. O momento revolucionário francês é retomado, a partir de uma pesquisa teórica de caráter genealógico, por localizar no centro da vida republicana a necessidade de uma economia afetiva, isto é, de uma organização das paixões. A hipótese aqui testada é a de que o destino de toda república, enquanto projeto comum de superação das relações típicas do Antigo Regime, depende não apenas de direitos fundamentais e de limitação de poderes, senão também daquilo que os revolucionários conheciam como institucionalização de afecções recíprocas.

Biografia do Autor

Gabriel Rezende de Souza Pinto, Instituto Brasiliense de Direito Público

Professor de Teoria do Estado e da Constituição no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Doutor em Filosofia pela Université Paris 8. Bolsista do Programa de Doutorado Pleno no Exterior da CAPES.

Referências

BODIN, Jean. Les six livres de la république. Genebra: Etienne Gamonet, 1629.

DIMAGGIO, Paul; EVANS, John; e BRYSON, Bethany. Have American’s Social Attitudes Become More Polarized?. American Journal of Sociology, v. 102, n. 3, p. 690–755, 1996.

ELSTER, Jon. Political Psychology. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

ESPINOSA, Baruch. Ética, tradução: Tomaz Tadeu, Belo Horizonte: Autêntica editora, 2007.

FERNANDES, Florestan. Que tipo de República? Rio de Janeiro: Globo Livros, 2014.

FURET, François. Penser la révolution française. Paris: Gallimard, 1985.

GIRARDET, K. M. Rom auf dem Weg von der Republik zum Prinzipat. Bonn: Habelt, 2007.

GODIN, C. La totalité. La totalité réalisée, vol. 6. Paris: Champ Vallon, 1997.

GUIMARÃES, Juarez. A Revolução democrática e o momento Lefortiano da democracia brasileira. Cadernos de Ética e Filosofia Política, v. 1, n. 32, p. 123-139, 27 ago. 2018.

HAMEL, E. Histoire de Saint-Just: député à la convention nationale. Paris: Poulet-Malassis et de Broise, 1860.

HAMILTON, Alexander; JAY, John; MADISON, James. The Federalist Papers. Oxford: Oxford University Press, 2008.

HURLET, Frédéric. Les métamorphoses de l’imperium de la République au Principat. Pallas, nº 96, 13-33, 2014.

LEVITSKY, S.; D. ZIBLATT. How Democracies Die. New York: Crown, 2018.

LORAUX, Nicole. La cité divisée: l’oubli dans la mémoire d’Athènes. Paris: Payot, 1997.

MARTIN, J. C. Contre-révolution, révolution et nation en France: 1789-1799. Paris: Éditions du Seuil, 1998.

MOMMSEN, Theodor. Römisches Staatsrecht. Tomo 3, parte 2. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1963.

MONTLOSIER, F. D. DE R. COMTE DE. Des moyens d’opérer la contre-révolution. Paris: [s.n.], 1791.

MORETTO, M.; ORTELLADO, P.; SOLANO, E. 2016: o ano da polarização? Análise, nº 22, p. 1-20, 2017.

SAINT-JUST, L. A. L. et al. Papiers inédits trouvés chez Robespierre, Saint-Just, Payan, etc., supprimés ou omis par Courtois; précédés du rapport de ce député à la Convention nationale; avec un grand nombre de fac-simile et les signatures des principaux personnages de la Révolution. Tomo segundo. Paris: Frères Badouin, 1828.

SAINT-JUST, Louis-Antoine-Léon. Discours et rapports. 1789-1989. Paris: Messidor, 1988.

SAINT-JUST, Louis-Antoine-Léon. Fragments sur les institutions républicaines: ouvrage posthume. Paris: Libr. Techener, 1831.

SAINT-JUST, Louis-Antoine-Léon. Œuvres choisies: discours, rapports, institutions républicaines, proclamations, lettres. Paris: Gallimard, 1968.

SCHMITT, C. Über die drei Arten des rechtswissenschaftlichen Denkens. Berlin: Duncker & Humblot, 1993.

WAHNICH, S. La longue patience du peuple: 1792, naissance de la République. Paris: Payot, 2008.

WAHNICH, Sophie. L’hospitalité et la Révolution française. In: FASSIN, D. Les Lois de l’inhospitalité. Paris: La Découverte, 1997, p. 9-27.

WAHNICH, Sophie. La liberté ou la mort: Essai sur la Terreur et le terrorisme. Paris: La Fabrique éditions, 2003.

WAHNICH, Sophie. Retenue de la violence et amour des droits de l’homme et du citoyen (1789-1792). Anthropologie et Sociétés, v. 32, n. 3, p. 39–55, 2008.

WYSZOMIRSKI, Margaret Jane. From Accord to Discord: Arts Policy During and After the Culture Wars. In: America’s commitment to culture : government and the arts, 1–46. Boulder: Westview Press, 1995.

TURCAN, Robert. Notions romaines de l’État: de la ‘Res Publica’ au ‘Status Romanus”. Latomus, v. 70, nº 3, 621–41, 2011.

Downloads

Publicado

2021-08-18

Como Citar

PINTO, Gabriel Rezende de Souza. O que constitui uma república?. Seqüência Estudos Jurídicos e Políticos, Florianópolis, v. 42, n. 87, p. 1–23, 2021. DOI: 10.5007/2177-7055.2021.e74680. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/74680. Acesso em: 29 mar. 2024.