Interpretar ensinando e ensinar interpretando: posições assumidas no ato interpretativo em contexto de inclusão para surdos
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35nesp2p534Resumen
O objetivo desse artigo é descrever algumas passagens da atuação do intérprete educacional no contexto de uma escola regular, mais especificamente do 7º ano em que quatro alunos surdos estão incluídos, e que conta com a implementação de um projeto bilíngue. Partindo da premissa de que a situação inclusiva impõe aos intérpretes fazeres pedagógicos durante o ato interpretativo, interessou observar, por um lado, as construções de espaços temporais na sala de aula que suscitam vínculos e parcerias entre intérprete e professor para além da mera interpretação instrumentalizada; e por outro, a configuração das tomadas de decisões durante o ato interpretativo a partir de um acontecimento didático versado pelo professor regente. A análise dos registros gerados indica que há um trânsito entre a “posição-intérprete” e a “posição-mestre”, sendo esta última ativada pela vontade da intérprete de criar vínculos e conexões com os alunos surdos em seu processo de aprendizagem; e a primeira, como efeito próprio dos desafios individuais com os quais se depara cotidianamente, em termos linguísticos, cognitivos, físicos e referenciais.
Citas
AGAR, M. The professional stranger. New York: Academic Press, 1980.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. MEC/SEESP, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf>. Acesso em: abr. 2015.
CARVALHO, A. F. de. Foucault e a Função-educador. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2014.
CARVALHO, A. F. de; e MARTINS, V. R. de O. Posição-mestre e função-educador: relações ativas no ato da interpretação da língua brasileira de sinais em contexto de ensino. Políticas Educativas, Porto Alegre, vol. 7(2), pp. 51-70, 2014.
ERICKSON, F. Qualitative methods in research on teaching. In M. C. Wittrock (Org.), Handbook of research on teaching, pp. 77-200. New York: MacMillan, 1986.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
GESSER, A. Tradução e Interpretação da Libras II. Material didático desenvolvido para o curso Letras Libras na modalidade a distância. UFSC, 2011.
LACERDA, C. B. F. de. Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil e no ensino fundamental. Porto Alegre: Mediação/FAPESP, 2009.
LACERDA, C. B. F. de. O intérprete de língua de sinais no contexto de uma sala de aula de alunos ouvintes: problematizando a questão. In: Lacerda, C. B. F. de e Góes, M. C. R. de (Orgs.). Surdez: processos educativos e subjetividade. São Paulo: Editora Lovise, 2000.
SANTOS, L. F., DINIZ, C. L. L. M., e LACERDA, C. B. F. de. Práticas de interpretação no espaço educacional: para além dos limites da sala de aula. In: Lacerda, C. B. F. de, Santos, L. F. e Martins, V. R. (Orgs.) Escola e diferença: caminhos para educação bilíngue de surdos. São Paulo: Fapeu. (no prelo).
MARTINS, V. R. de O. Posição-mestre: desdobramentos foucaultianos sobre a relação de ensino do intérprete de língua de sinais educacional. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2013.
SOUZA, R. M. O professor intérprete de língua de sinais em sala de aula: ponto de partida para se repensar a relação ensino, sujeito e linguagem. ETD, vol. 8, 2007, pp. 154-170.
WINKIN, Y. A nova comunicação: da teoria ao trabalho de campo. Trad. Roberto Leal Ferreira. Campinas, SP: Papirus, 1998.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Declaración de Derecho de Autor
Los autores conservan sus derechos de autor y conceden a la revista el derecho a la primera publicación bajo la Licencia Creative Commons Attribution, que permite que se comparta el trabajo reconociéndose la autoría y publicación inicial en esta revista.
Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (por ej.: publicar en un repositorio institucional o como capítulo de libro, reconociéndose la autoría y publicación inicial en esta revista).