O tradutor (e o ) dicionarista
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p279Resumo
A tradução faz interagir dois universos linguísticos, a língua de partida e a língua de chegada. Na tradução de línguas mortas, como o latim e o grego antigo, o uso de dicionários é imprescindível. Por outro lado, essa interação muitas vezes beneficia a língua de chegada, que incorpora novas palavras. Nesta abordagem, que se restringe à tradução de textos gregos para a língua portuguesa, considera-se o dicionário sob dois aspectos: (I) sendo ele um guia de uso — e de recepção, sobretudo para as línguas mortas —, dicionários de grego se enriquecem de termos e significados à medida que novos textos são encontrados; (II) a riqueza de sentidos de certas palavras gregas estimula o tradutor a transliterá-las e, quando se tornam familiares, elas são dicionarizadas. Tudo isso é possível porque o acervo lexical das línguas é aberto, afirmação válida mesmo para línguas mortas.Referências
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