Feminismo, culturas infantis, gênero e raça: uma reflexão sobre ser menina negra

Autores

  • Raíssa Francisco Santos Faculdade de Educação da Universidade de Campinas - UNICAMP
  • Edna Rodrigues Araújo Rossetto Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2018v20n37p157

Resumo

O presente artigo tem como objetivo discutir aspectos referentes aos estudos da produção das culturas infantis, destacar a importância do protagonismo de meninas negras na pré-escola e evidenciar o quanto são afetadas pelas relações sociais racistas e sexistas legitimadas pelo sistema capitalista. O aporte teórico é constituído por estudos de Kimberly Crenshaw(1989), Helena Hirata(2014), Ângela Davis(1982), Lélia Gonzales(1984). Podemos observar a relevância relativa a cada uma dessas categorias, seu sentido e a compreensão de como operam em conjunto. Os estudos de Fernandes (1989) propiciarão a abrangência histórica necessária e a relação classe/raça que contextualiza a relevância de entender as interseccionalidades de tais categorias.


Biografia do Autor

Raíssa Francisco Santos, Faculdade de Educação da Universidade de Campinas - UNICAMP

Mestranda membra do Grupo de Estudos e Pesquisas em Diferenciação Sociocultural/GEPEDISC - linha culturas infantis do PPG da Faculdade de Educação da Unicamp

Edna Rodrigues Araújo Rossetto, Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (UNICAMP)

Doutora pelo PPG da Faculdade de Educação da Unicamp e membra do Grupo de Estudos e Pesquisas em Diferenciação Sociocultural/GPEDISC - linha culturas infantis

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Publicado

2018-05-21