Sociologia da Infância, protagonismo infantil e cultura de pares: um mapeamento da produção acadêmica sobre o tema
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2019v21n39p31Resumo
O objetivo deste trabalho foi compreender no campo da Sociologia da Infância, como tem se compreendido os conceitos “cultura de pares” e “protagonismo infantil”. Procuramos entender quais os caminhos que estão sendo seguidos para compreender a criança como ator social e o modo como elas tem se desenvolvido como construtoras de uma cultura autônoma e protagonistas de suas vidas. Para isso foi utilizada a pesquisa bibliográfica de autores estrangeiros e brasileiros que dialogam com o assunto, tendo também no Scielo uma importante fonte de dados. Foram analisados dados de pesquisas e artigos publicados no período de 1994 a 2016 e compreendemos que cultura de pares é um conjunto de atividades, rotinas, valores produzidos por um grupo de crianças a partir da interação e da brincadeira e protagonismo infantil só sendo possível a partir das relações de poderes que se estabelecem, podendo promover ou apagar por completo a participação das crianças. A partir dos dados obtidos, destaca-se a significativa presença nos textos estudados da ideia de que é preciso mudar a concepção de adulto como superior e da criança como inferior, bem como é importante que se criem espaços onde as crianças possam fazer parte das tomadas de decisões dentro do coletivo.Referências
ABRAMOWICZ, Anete. (Org.). Estudos da Infância no Brasil: encontros e memórias. São Carlos: Edufscar, 2015.
ABRAMOWICZ, Anete; OLIVEIRA, Fabiana de. A sociologia da infância no Brasil: uma área em construção. Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 35, n. 01, p. 39-52, jan./abr. 2010.
BELLONI, Maria Luiza.Infância, mídias e educação: revisitando o conceito de socialização. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, 41-56, jan./jun. 2007.
CORSARO, William. Interpretative reproduction in children’s role play. Childhood, v. 1, p. 64-74, 1993.
CORSARO, William. A reprodução interpretativa no brincar ao “faz-de-conta” das crianças. Revista Educação, Sociedade e Culturas – Revista do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal, n. 17, 2002. Disponível em: http://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC17/17-5.pdf Acesso em: 15 de abril, 2018.
CORSARO, William. We’re friends right? Inside kids’ culture. Washington: Joseph Henry Press, 2003. 249 p.
CORSARO, William. Peer culture. In: QVORTUP, Jens; CORSARO, William; HONIG, Michael-Sebastian. The Palgrave handbook of childhood studies. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009. p. 301- 315.
CORSARO, William. Sociologia da infância. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
DIP, Flavia. Sociologia da infância: o que tem sido dito sobre ela e seu impacto sobre o entendimento de protagonismo infantil e cultura de pares.2016. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 11. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de. A contribuição dos parques infantis de Mário de Andrade para a construção de uma pedagogia da educação infantil, Educação & Sociedade,v. 20, n. 69, p. 60-91, dez. 1999.
FERNANDES, Florestan. As “Trocinhas” do Bom Retiro: contribuições do estudo folclórico e sociológico da cultura e dos grupos infantis. Pro-Posições, v. 15, n. 1 (43), jan./abr. 2004.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Lisboa: FCG, 2004.
JAMES, Allison; PROUT, Alan. Constructing and reconstructing childhood: Contemporary issues in the sociological study of childhood. London and New York: Routledge Falmer, 2007 [1a ed. 1997].
JENKS, Chris. (Org.). The Sociology of childhood. Essential readings. Brookfield, VT: Gregg Revivals, 1982.
JENKS, Chris. Constituindo a criança. Educação, sociedade e culturas, v. 17, p. 185-216, 2002.
MARCHI, Rita de Cássia. O ofício de aluno e o ofício de criança: articulações entre a sociologia da educação e a sociologia da infância. Revista Portuguesa de Educação, Minho, v. 23, n. 1, p. 183-202, 2010.
MAUSS, Marcel. Três observações sobre a sociologia da infância. Pro-Posições, Campinas, v. 21, n. 3, p 237-244, 2010.
MOLLO-BOUVIER, Suzanne. Transformação dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. Educação & Sociedade, v. 26, n. 91, p. 391-403, 2005.
NASCIMENTO, Maria Letícia Barros Pedroso (Coord.). Infância e Sociologia da Infância: entre a invisibilidade e a voz. Relatório de Pesquisa. São Paulo: FEUSP, 2013.
OPIE, Iona; OPIE, Peter. (Ed.) The Oxford Dictionary of Nursery Rhymes. Oxford: OUP, 1951.
PIRES, Sergio Fernandes S.; BRANCO, Angela Uchoa. Protagonismo infantil: co-construindo significados em meio às práticas sociais. Paidéia, v. 17, n. 38, p. 311-320, 2007.
PROUT, Alan. Reconsiderando a nova Sociologia da Infância. Cadernos de Pesquisa, São Paul,v. 40, n. 141, p. 729-750, set./dez. 2010.
QUINTEIRO, Jucirema. Sobre a emergência de uma sociologia da Infância: contribuições para o debate. Perspectiva, Florianópolis: v. 20, n. Especial, p. 137-162, jul./dez. 2002.
QVORTRUP, Jens. Nine theses about “childhood” as a social phenomenon. In: QVORTRUP, Jens. (Ed.). Childhood as a social phenomenon: lessons from an international project. EurosocialReport 47. Vienna: European Centre, 1993.
QVORTRUP, Jens. Childhood in Europe: a new field of social research. In: CHISHOLM, Lynne et al. (Org.). Growing up in Europe - contemporary horizons. Childhood and youth studies. Berlin: Walter de Gruyter, 1995.
QVORTRUP, Jens. Childhood and societal macrostructures. In: QVORTRUP, Jens. Working Paper 9. Child and youth culture. Odense University Printing Office, 1999.
QVORTRUP, Jens. Childhood as a structural form. In: QVORTRUP, Jens; CORSARO, William; HONIG, Michael-Sebastian. The Palgrave handbook of childhood studies. London: PalgraveMacmillan, 2009.
QVORTRUP, Jens. Nove teses sobre a “infância” como fenômeno social. Pro-Posições, Campinas, v. 22, n. 1 (64), p. 199-211, jan./abr. 2011.
QVORTRUP, Jens. O trabalho escolar infantil tem valor? A colonização das crianças pelo trabalho escolar. In: CASTRO, Lúcia Rabello. Crianças e jovens na construção da cultura, v. 1, p. 129-152, 2001.
SARMENTO, Manuel Jacinto. Imaginário e culturas da infância. Cadernos de Educação, v. 12, n. 21, p. 51-69, 2003.
SARMENTO, Manuel Jacinto. As crianças: contextos e identidades. Universidade do Minho-Instituto de Educação, 1997.
SARMENTO, Manuel Jacinto. As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade. Crianças e miúdos: perspectivas sócio-pedagógicas da infância e educação. Porto: Asa, p. 9-34, 2004.
SILVA, Cleber Fabiano da; RAITZ, Tânia Regina; FERREIRA, Valéria Silva. Desafios da Sociologia da Infância: uma área emergente. Psicologia & Sociedade, Itajaí, n. 21, p. 75-80, mar. 2009.
TEBET, Gabriela Guarnieri de Campos. Isto não é uma criança! Teorias e métodos para o estudo de bebês nas distintas abordagens da sociologia da infância de língua inglesa.2013. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais referentes aos artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.