A infância e o direito de brincar: da didatização do lúdico à expressão livre das crianças
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2017v19n36p445Resumo
Este artigo integra os estudos teóricos realizados pelo grupo de pesquisadores participantes do projeto “Estudo do perfil das brinquedotecas em Centros Municipais de Educação Infantil brasileiros”. Trata-se de pesquisa bibliográfica e documental a partir das orientações legais sobre a infância e o direito de brincar (BRASIL, 1990, BRASIL, 2005, BRASIL, 2005) e literatura da educação infantil (SANTOS, 2000; POSTMAN, 2002; DAHLBERG; MOSS; PENCE, 2003; FRIEDMAN, 2005; KRAMER, 2007), dentre outros. O estudo direcionou-se à infância e ao direito de brincar e a análise possibilitou compreender que, ao mesmo tempo em que a concepção de infância modificou-se nos documentos legais reconhecendo-a enquanto sujeito histórico, social e cidadã, o direito de brincar também assumiu novos sentidos, como o de essencialidade das expressões infantis. No entanto, cabe considerar que nem sempre tal expressão encontra livre espaço na escola, decorrendo em desafios e busca por processos formativos que possibilitem a compreensão sobre o lugar do brincar na escola, não apenas enquanto atividade pedagógica, mas como linguagem e expressão livre da criança que aprende e se desenvolve.
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