A perspectiva das famílias sobre atividades remotas na educação infantil em tempos de Covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e84086

Resumo

A pesquisa investigou a perspectiva das famílias brasileiras sobre a relação com creches/pré-escolas no contexto da Pandemia de COVID-19, mais especificamente frente à adoção de atividades remotas, e seus impactos no ambiente familiar e na vivência da criança. Participaram do estudo, realizado em 2020 por meio de questionário online, 880 responsáveis por crianças de 0 a 6 anos de creches/pré-escolas. Os dados foram analisados quali-quantitativamente. A maioria das instituições de educação infantil propunha atividades remotas lúdicas. Em virtude das reconfigurações do ambiente doméstico, experiências educacionais significadas como relevantes para crianças coexistiam com desafios e sofrimentos nas famílias para atenderem demandas das instituições. Evidencia-se a necessidade de considerar a nova dinâmica doméstica, na relação educação infantil e família, em prol do desenvolvimento infantil integral.

Biografia do Autor

Luciana Pereira de Lima, UFU

É professora Adjunta no Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia. Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia; Mestrado e Doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo. É pós-doutora pela Universidade Federal de Rondônia. É membro da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. Possui os seguintes temas de interesse e investigação: Educação Infantil em áreas urbanas e rurais; relação escola-família; violência contra a criança e educação; e políticas públicas educacionais para a infância. 

Regiane Sbroion de Carvalho , Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Faculdade de Educação

Possui graduação em Psicologia - Licenciatura, Bacharelado Formação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (2008), mestrado (2011) e doutorado (2015) em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade do Estado de São Paulo (FFCLRP-USP). Realizou estágio doutoral no Institut d'Études Politique de Grenoble (França). Atualmente é professora adjunta do Departamento de Estudos da Subjetividade e da Formação Humana (DESF) na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (EDU-UERJ). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento, da Educação e Social, atuando principalmente nos seguintes temas: infância, participação infantil, participação política da criança e infância em territórios rurais. 

Ana Paula Soares da Silva, Universidade de São Paulo - USP

É Professora Livre-Docente da Universidade de São Paulo e atua no curso de Psicologia e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP). Possui mestrado e doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio doutoral na Katholieke Universiteit Nijmegen (Holanda). É Pós-Doutora pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (IPUSP). Foi membro da Diretoria da Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento - ABPD (2010/2012). Coordenou o Grupo Nacional de Trabalho Orientações Curriculares para a Educação Infantil do Campo, instituído pela COEDI/SEB/MEC. Compôs a Coordenação Geral da Pesquisa Nacional sobre oferta e demanda da educação infantil no campo (MEC/SEB/COEDI/UFRGS, 2012). Coordena o Laboratório de Psicologia Socioambiental e Práticas Educativas (LAPSAPE/FFCLRP-USP). É revisora de revistas nacionais e internacionais. É membro do GT Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP). Ministra disciplinas e supervisiona estágios, na Graduação, nas áreas de Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia Ambiental. Pesquisa e realiza atividades de extensão relacionadas aos seguintes temas: relações sujeito-ambiente em contextos rurais, periurbanos e urbanos; espaço e relações intergeracionais; subjetividade, educação e infância nos territórios rurais e urbanos; educação infantil em áreas urbanas e rurais; avaliação de espaços, políticas e programas para a infância; dinâmicas psicossociais em territórios periféricos.É Professora Livre-Docente da Universidade de São Paulo e atua no curso de Psicologia e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP). Possui mestrado e doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio doutoral na Katholieke Universiteit Nijmegen (Holanda). É Pós-Doutora pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho (IPUSP). Foi membro da Diretoria da Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento - ABPD (2010/2012). Coordenou o Grupo Nacional de Trabalho Orientações Curriculares para a Educação Infantil do Campo, instituído pela COEDI/SEB/MEC. Compôs a Coordenação Geral da Pesquisa Nacional sobre oferta e demanda da educação infantil no campo (MEC/SEB/COEDI/UFRGS, 2012). Coordena o Laboratório de Psicologia Socioambiental e Práticas Educativas (LAPSAPE/FFCLRP-USP). É revisora de revistas nacionais e internacionais. É membro do GT Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP). Ministra disciplinas e supervisiona estágios, na Graduação, nas áreas de Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia Ambiental. Pesquisa e realiza atividades de extensão relacionadas aos seguintes temas: relações sujeito-ambiente em contextos rurais, periurbanos e urbanos; espaço e relações intergeracionais; subjetividade, educação e infância nos territórios rurais e urbanos; educação infantil em áreas urbanas e rurais; avaliação de espaços, políticas e programas para a infância; dinâmicas psicossociais em territórios periféricos.

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Publicado

2022-03-21