(In)visibilidade negra e cultura visual: chapeuzinho vermelho negra e lobo mau branco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2023.e90703

Palavras-chave:

Cultura Visual, Infância, Racismo, Imagem, Educação

Resumo

Filmes, novelas, brinquedos, publicidades, literatura e demais artefatos da cultura visual, quando elaborados a partir de valores racistas, conferem violências às existências negras. Interessamo-nos, pois, por buscar artefatos que positivem as estéticas e experiências características das negritudes. A partir disso, esse artigo objetiva problematizar os aspectos racistas atrelados à educação conferida pela cultura visual endereçada às infâncias. Para isso, adota, primeiro, uma abordagem bibliográfica e, depois, analítica/documental, ambas respaldadas nos estudos da cultura visual. Num primeiro tópico, sustenta-se em outras elaborações acadêmicas, a partir das quais destacam os aspectos educativos e pedagógicos das imagens. A discussão é direcionada aos significados que, visualmente, são ensinados no que tange às relações étnico-raciais. Em seguida, analisa a obra literária Chapeuzinho Vermelho (2016) de Daniel Wu, a partir de procedimentos metodológicos advindos do mesmo campo de investigação. Considera-se inusitada a caracterização visual feita sobre bem e mal e positivo o protagonismo atribuído à personagem negra.

Biografia do Autor

João Paulo Baliscei, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Doutor em Educação (2018) pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) com estudos na Facultad de Bellas Artes/ Universitat de Barcelona, Espanha. Mestre em Educação (2014) pela UEM; Especialista em Arte-Educação (2010) e Educação Especial (2011) pelo Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação; e Graduado em Artes Visuais pelo Centro Universitário de Maringá (2009). É professor no curso de Artes Visuais na UEM; Coordenador do Curso de Artes Visuais na UEM; Coordenador do Grupo de Pesquisa em Arte, Educação e Imagens - ARTEI; Coordenador do Estágio Supervisionado em Artes Visuais na UEM; Desenvolve pesquisas sobre Educação, Arte/ Ensino de Arte; Estudos Culturais; Estudos da Cultura Visual; Visualidades; Gênero e Masculinidades. É autor dos livros: "PROVOQUE: Cultura Visual, Masculinidades e ensino de Artes Visuais" (2020), "A vida de um Chuveirando" (2021) e "Não se nasce Azul ou Rosa, torna-se: Cultura Visual, Gênero e Infâncias" (2021); e organizador das coletâneas "Como pode uma Pedagogia viver fora da escola? Estudos sobre Pedagogias Culturais" (2020) e "É de menina ou menino? Imagens de Gêneros, Sexualidades e Educação" (2022). É, também, artista visual com produções que versam sobre gênero e infâncias, dentre as quais se destaca a exposição individual "Saber de Cor: existências outras para além do azul e rosa", na Galeria Benedito Nunes, Belém - PA (2022).

Emanuelle Dalécio da Costa, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Graduanda de Artes Visuais pela Universidade Estadual de Maringá. Bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica -PIBIC. Membro do grupo de pesquisa em Arte, Educação e Imagens (ARTEI) da Universidade Estadual de Maringá. Possui interesse nas áreas de educação, pedagogia e ensino de artes.  Realiza estudos sobre Cultura Visual, Educação e questões Étnico-Raciais.

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Publicado

2023-05-03

Edição

Seção

Dossiê - Infâncias, racismos e educação infantil