Outros modos de palavrear: como nasce uma tese com crianças?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2024.e98154

Palavras-chave:

Pesquisa, Criança, Ética, Devolutiva

Resumo

Para (des)informar e desenformar as palavras acostumadas à dureza da ciência, escolhemos narrar, como gênero literário, como nasce uma tese de pesquisa com crianças. Um exercício poético que nos fez performar com/em outras linguagens. Escolher narrar uma tese de doutorado emergiu como uma proposta de devolutiva da pesquisa para as crianças. Assim, buscamos compartilhar nas linhas desse artigo com apoio em Gonçalves (2018), modos de palavrear, por meio de um ensaio poético-científico. Para tanto, nos movemos no caminho de uma escrita em primeira pessoa a qual o narrador-personagem é a própria tese, o objeto que vira gente, num enredo em que se amalgamam poética e ciência. Nos arranjos de uma pesquisa científica até o momento de sua defesa, buscamos apresentar uma narrativa que diz respeito a como nasce uma tese de pesquisa com crianças e que, nessa esteira, nos mobiliza a pensar em como comunicar uma tese para crianças, a devolutiva para os sujeitos colaboradores da pesquisa.

Biografia do Autor

Déborah Helenise Lemes de Paula, Prefeitura Municipal de Curitiba

Possui graduação em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2005) e graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (2009). Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Federal do Paraná (2008). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2015). Doutora em Educação pela UFPR (2023). Pesquisadora vinculada ao grupo de pesquisa Educamovimento/NEPIE-UFPR. Mãe de três. Atua como professora de Educação Física na Prefeitura Municipal de Curitiba. Têm experiência na formação de professores através do programa PIBID-UFPR, supervisão de estágio acadêmico e formações nas modalidades presencial e online. Atua nos seguintes temas: pesquisa com criança e suas infâncias, estudos do corpo, corpo criança em movimento na educação de crianças pequenas, Parkour e brincadeiras em contexto de aventura.

Marynelma Camargo Garanhani, UFPR

Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Mestre em Educação (Currículo e Conhecimento) pela UFPR, Doutora em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP e Pós-doutora em Educação (Contextos Educativos da Criança e Prática Docente) pela Universidade do Vale do Itajaí de Santa Catarina - UNIVALI. Atualmente é professora associada do Departamento de Educação Física e do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da UFPR (linha de pesquisa: linguagem, corpo e estética na educação). Coordena o Grupo de Pesquisa EDUCAMOVIMENTO que integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil (NEPIE) da UFPR, o qual é líder. Atua como voluntária internacional na Organização Mãos sem Fronteiras e foi Chefe do Departamento de Educação Física, Coordenadora do Curso Licenciatura em Educação Física e da Especialização (lato-sensu) em Educação Física Escolar da UFPR. Atuou como Coordenadora do Programa LICENCIAR da UFPR. Tem experiência nas áreas de ESTUDOS DO CORPO E MOVIMENTO e também ESTUDOS DA CRIANÇA. Atua nos seguintes temas: corpo, gestos e movimentos na formação humana; cultura infantil e pesquisa com crianças; docência na Educação Infantil e Educação Física na escola.

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Publicado

2024-12-18