“Manoelês” e a desfunção da infância lírica: experiência estética da costura de outras infâncias possíveis

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e83880

Schlagworte:

Educação, Filosofia , Infância, Manoel de Barros, Poesia

Abstract

Neste artigo, insiste-se na palavra “infância”, não para definir um (novo) verdadeiro e derradeiro sentido, mas para pensar como resistir a uma infância que modela e emoldura a criança; como redobrar a força criadora do “devir-criança” sobre a própria noção de infância. Para tanto, lança-se mão da escrita e da costura como estratégias de criação de uma “máquina de guerra”, o “Manoelês”, como forma de “desterritorialização” do conceito de infância. Com o uso de costuras, linhas e fios, em um devir-artesã da pesquisadora na produção de conhecimento, faz-se a palavra “infância” perambular, bordando-a sobre excertos da poesia de Manoel de Barros, e criando uma “zona autônoma temporária” de experiência e sentido. A costura e a escrita abrem assim espaço para pensar-se uma ética/estética “crianceira” – não uma ética/estética da ou para a criança, mas uma ética que faz da criança um modo de “desformar” o educador.

Autor/innen-Biografien

Helena Almeida e Silva Sampaio, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP

Doutoranda pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGF-PUCSP) na linha de Filosofia das Ciências Humanas, com parte dos estudos realizados na Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau (PPGE-FURB) na linha de pesquisa Educação, cultura e dinâmicas sociais. Possui licenciatura plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR/ 2008) e bacharelado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR/ 2007). É aluna bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Integrante do grupo de pesquisa Saberes de Si (PPGE-FURB) e do grupo de pesquisa ?Michel Foucault? (PUCSP). Pesquisa infâncias poéticas e filosóficas, suas implicações ético-estéticas, políticas e ontológicas, e sua articulação com a biopolítica e o neoliberalismo. Mãe de dois filhos, teve licença maternidade em 2014 e 2016. 

Celso Kraemer, Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Licenciado em Filosofia pela UNIFEBE de Brusque (1990), mestrado em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2003) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Professor titular da Universidade Regional de Blumenau desde 1991, lotado no Departamento de Ciências Sociais e Filosofia e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação, atuando área de Filosofia da Educação, Epistemologia da Educação. Docente na Faculdade São Luiz desde 2002. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, capacitação docente, ética e política, e história da filosofia. Experiência em Coordenar o PIBID Interdisciplinar em Direitos Humanos. Coordenador do Comitê Gestor do Pacto Universitário dos Direitos Humanos na FURB. Líder do Vozes Livres: Núcleo de Estudos da Diversidade de Gênero e Sexualidade - FURB e Líder do Grupo de Pesquisa Saberes de Si, vinculado ao PPGE/FURB. Pesquisa a temática da filosofia contemporânea, da sociedade, da educação de gênero e sexualidade, pensamento Queer.

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Veröffentlicht

2022-10-27

Ausgabe

Rubrik

Dossiê: A arte da pergunta: as crianças como propositoras de sentidos estéticos