Práticas e articulações pedagógicas na educação infantil: contribuições ao processo de desenvolvimento de uma criança com autismo
DOI:
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2018v20n38p488Resumo
O presente artigo está pautado no reconhecimento da integralidade do sujeito e da necessidade de um trabalho pedagógico que amplie as possibilidades formativas da criança na educação infantil. O objeto de estudo é o autismo e as possibilidades de desenvolvimento de Suely na relação com os pares e adultos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). A metodologia corresponde a um estudo de caso etnográfico, com pesquisa participante, empregado para acompanhar as práticas pedagógicas em um CMEI do município de Vitória, desenvolvidas com uma turma do Grupo 4/5, crianças de 04 e 05 anos. O sujeito da pesquisa corresponde a uma criança diagnosticada clinicamente com autismo. A pesquisa compreendeu o período de 02 anos (2015-2016). Como propõe Vygotsky (2005, 2006, 2007), a formação da identidade perpassa as relações sociais, estão presentes nas interações com o outro, na apropriação da cultura e no desenvolvimento da linguagem. Os objetivos da pesquisa buscaram traçar perspectivas de trabalho pedagógico para auxiliar no processo de desenvolvimento de uma criança com autismo, atendida na educação infantil. O trabalho realizado ao longo de 2015 esteve organizado a partir das interações e brincadeiras. Em 2016, buscou romper com possíveis limitações advindas do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), numa abordagem colaborativa. Os aprendizados que podem ser destacados na formação de Suely foram o desenvolvimento da linguagem oral, uma vez que capacita o sujeito a interagir com os demais e se apropriar de signos e produzir novos significados, a apropriação dos usos da leitura e da escrita, das capacidades de interação social, de expressão artística e estética e autonomia nas escolhas necessárias no cotidiano da instituição.
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