(In)visíveis? crianças quilombolas e a necropolítica da infância no Brasil
DOI :
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1281Mots-clés :
Estado Social – Crise – Direitos Sociais – Trabalho.Résumé
O texto discorre sobre a invisibilidade em torno das condições de vida das crianças quilombolas no contexto da pandemia da Covid-19, a partir da constatação da omissão do Estado na implementação de políticas públicas de proteção e defesa das vidas em seus territórios. Diante da ausência de dados sobre os efeitos da pandemia na vida das crianças quilombolas, alcançou-se a realidade das comunidades de que são parte, e os efeitos da necropolítica que, historicamente, nega-lhes direitos sociais e territoriais. Em diálogo com teorias e pesquisas da Sociologia da Infância e Antropologia da Criança, compreende-se a infância como categoria que revela as múltiplas experiências das crianças, e desse modo, amplia a compreensão das injunções sociais, políticas e institucionais que atravessam seus territórios e identidades.
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