"A vida não é útil": sonhar e suspender o céu
DOI :
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1530Résumé
Esta resenha tem o objetivo apresentar não só último livro do líder indígena, jornalista e ambientalista Ailton Krenak intitulado A vida não é útil (2020b), mas, sua cosmovisão sobre a dualidade vida e morte, como também, sobre nossa relação com a Terra, desnudando a ficção do modelo econômico no qual nos inserimos. Sua linguagem objetiva, sensível e irônica são marcas de um pensamento anticolonial, anticapitalista e intensamente crítico do modelo de vida predatório que a alta casta que se autodenomina humanidade vive, a qual ele tece críticas contundentes. O autor expõe, a partir de seus saberes tradicionais ancestrais, sua forma de conexão com a Terra como organismo vivo inteligente. Tece considerações sobre as diferentes percepções de vida e morte, para os indígenas e os não-indígenas, situando essa discussão no contexto da pandemia do novo Coronavirus – Covid19. Aborda o fetiche pelas tecnologias e faz a defesa da conexão ente sonhos e a vida cotidiana, ao mesmo tempo que defende menos desenvolvimento e mais envolvimento. O convite à leitura desta obra dar-se tanto por seu conteúdo crítico de defesa de uma política de vida, mas também, pela estética sensível da sua cosmopolítica realista microesperançosa.
Références
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