Pedagogia da presença na formação de educadoras/es de infância: perspectivas sobre as suas (im)potências no âmbito da pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e79039

Resumo

O artigo que aqui se propõe discute um conjunto de ideias em torno da formação inicial de educadoras/es de infância que se tornaram especialmente visíveis no contexto da pandemia provocada pela doença Covid-19. A partir do lugar ambíguo da educação de infância no sistema educativo português, pretende-se dar eco a questões emergentes e ao seu impacto na vivência da pedagogia do ensino superior, especialmente no que diz respeito ao isomorfismo da formação inicial e às potencialidades do que se faz e do que escolhe não fazer na formação inicial. Apresenta-se o caso de duas escolas superiores de educação da área metropolitana de Lisboa, uma pública e uma privada, ambas com uma história de várias décadas na formação inicial de educadoras de infância. O foco será colocado na experiência de ensino não presencial, com especial ênfase na resposta dada aos estágios curriculares previstos para o 2º semestre de 2019/2020.

Biografia do Autor

Elisabete X. Gomes, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal

Doutora em Ciências da Educação. Professora Adjunta de Pedagogia. Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Educação. Membro integrado do CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, Portugal

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Publicado

2021-01-29