A dimensão estética do desenho livre e suas implicações no processo de formação das funções psicológicas superiores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4512.2022.e83300

Palavras-chave:

Psicologia histórico-cultural, Educação estética, Desenho livre, Educação Infantil

Resumo

A partir da abordagem Histórico-Cultural em Psicologia, o presente texto apresenta parte dos resultados de uma intervenção que buscou compreender as formas de expressão do desenho livre na Educação Infantil, as suas implicações no processo de formação das funções psicológicas superiores e as mediações docentes em grupos. Com base no aporte de pesquisa do método cartográfico foi realizada uma pesquisa-intervenção, a partir da aplicação de oficina de desenho livre numa turma da pré-escola com crianças de 5 anos. Durante a realização da oficina observou-se que a prática do desenho livre é uma atividade que precisa ser ampliada na infância, pois permite à criança a emergência e a elaboração de sentidos estéticos, verificou-se também que em torno dessa prática existem significados reducionistas inadequados que precisam ser discutidos a nível de formação docente e cultura infantil.

Biografia do Autor

Alisson Souza, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Professor da rede pública municipal da cidade de Santo Antônio de Jesus - Bahia. Coordenador pedagógico da Creche Criança Feliz I. Integrante do grupo de pesquisa TRACE, cujo interesse se constrói na interface entre Trajetórias de vida, Culturas e Educação. Áreas de interesse: Formação docente, Origem e Organização das Funções Psicológicas Superiores, Desenvolvimento Humano, Psicologia Cognitiva da leitura, habilidades metalinguísticas e aprendizagem da leitura e escrita.

Mirela Figueiredo Santos Iriart, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Graduei-me em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia em 1995 e entre 2000 e 2005 realizei o mestrado e o doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Sou professora Plena em regime de dedicação exclusiva no Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), ensinando as disciplinas Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano para os cursos de licenciatura. Nos últimos anos tenho me dedicado à pesquisas em torno das trajetórias juvenis em contextos de vulnerabilidade social, das culturas juvenis urbanas, das transições para vida adulta, recortados pela diversidade social, de gênero e étnico racial, e na relação com a escola, em espaços formais e não formais de educação. Atuo desde 2010 no programa de Pós-graduação em Educação da UEFS, orientando estudantes de Mestrado em seus projetos de dissertação, no ensino de disciplinas tais como Juventude e Educação, Culturas e Educação e Metodologia da Pesquisa em Educação. Coordeno o grupo de pesquisa TRACE cujo interesse se constrói na interface entre trajetórias de vida, Culturas e Educação. Entre o período de Setembro de 2014 e Agosto de 2015 realizei estágio pós-doutoral na London School of Economics and Political Science (LSE), junto ao Departamento de Psicologia Social e em parceria com a Professora Sandra Jovchelovitch, aprofundando meus estudos na perspectiva da Psicologia Social, Cultural e Dialógica. Atualmente coordeno a pesquisa Processos de Ingresso no Ensino Superior: desafios, suportes e transições entre jovens em universidades públicas da Bahia.

Referências

ARCOVERDE, Lílian Rocha; LIBARDI, Susana Santos; MENEZES, Jaileila de Araújo. A pesquisa-intervenção com adolescentes: oficina como contexto narrativo sobre igualdade e diferença. CASTRO, Lucia Rabello de e BESSET, Vera Lopes (Orgs.). Pesquisa-intervenção na infância e juventude. Rio de Janeiro: Trarepa/ PAPERJ, 2008. 205-223.

BARBOSA, Ivone Garcia; SOARES, Marcos Antônio. Educação estética na perspectiva histórico-cultural: contribuições à Educação Infantil de orientação dialética. In: PEDERIVA, Patrícia Lima Martins; BARROS, Daniela; PEQUENO, SAULO. (orgs.). Educar na perspectiva histórico-cultural. Campinas: Mercado de Letras, 2018. p.137-160.

PACHECO, Alessandra Brandoli; PASSOS, Paula Lannes Pereira; CASTRO, Liana; RICCI, Aline; OLIVEIRA, Andreia de; CARDOSO, Alah; MARTINS, Aline. A pesquisa como espaço de formação. In: KRAMER, Sonia; NUNES, Maria Fernanda; CARVALHO, Maria Cristina. (orgs.). Educação Infantil: formação e responsabilidade. Campinas: Papirus, 2013. p. 297-308.

BRASIL. Resolução n.º 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Nacionais Para a Educação Infantil. Dário oficial da união, Brasília, DF, 18 dez. 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf. Acesso em: 14 de nov. 2020.

BRASIL. Parecer CNE/CEB nº20, de 11 de dezembro de 2009. Revisão das Diretrizes Nacionais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário oficial da união, Brasília, DF, 11 dez. 20009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=3748-parecer-dcnei-nov-2009&category_slug=fevereiro-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso em 17 de dez. 2020.

BRASIL. Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Diário oficial da união, Brasília, DF, 24 maio. 2016. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf. Acesso em junho de 2017.

DELARI, Junior Achilles. Vigotski: consciência, linguagem e subjetividade. Campinas, São Paulo: Alínea, 2013.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs. 1.ed. São Paulo: editora 34, 1995.

KASTRUP, Virgínia. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 19, n.1, p. 15-22, 2007.

KASTRUP, Virgínia. O Lado de Dentro da Experiência: Atenção a Si mesmo e Produção de Subjetividade numa Oficina de Cerâmica para Pessoas com Deficiência Visual Adquirida. In: Psicologia Ciência e Profissão, v.28, n.1, p. 186-199. Brasília, 2008.

NATIVIDADE, Michele Regina da; COUTINHO, Maria Chalfin; ZANELLA, Andréa Vieira. Desenho na pesquisa com crianças: análise na perspectiva histórico-cultural. Contextos Clínicos, São Leopoldo, n. 1, p. 9-18, jan/jun.2008.

OLIVEIRA, Artur Bruno Fonseca; LIMA, Ana Ignez Belém. Vigotski e os Processos Criativos de Professores ante a Realidade Atual. In: Educação e realidade, Porto Alegre, v. 42, n. 4, p. 1399-1419, out./dez. 2017.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Cultura e Psicologia: questões sobre o desenvolvimento do adulto. 1. ed. São Paulo: Hucitec, 2009.

OLIVEIRA, Thiago Ranniery Moreira de; PARAÍSO, Marlucy Alves. Mapas, dança, desenhos: a cartografia como método de pesquisa em educação. Pró-Posições, Campinas, v. 23 n. 3, p. 159-178, 2012.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de; MARANHÃO, Damaris; ABBUD, Ieda; ZURAWSKI, Maria Paula; FERREIRA, Marisa Vasconcelos; AUGUSTO, Silvana. (orgs.). O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Biruta, 2012.

PINO, Angel. (2006). A produção imaginária e a formação do sentido estético. Reflexões úteis para uma educação humana. In: Pro-Posições, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 47-70.

PRESTES, Zóia Ribeiro; TUNES, Elisabeth; PEDERIVA, Patrícia Lima Martins; TERCI, Carla. A emergência da reação estética da criança na atividade música. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, p. 46-57, 2018.

SOARES, Rosana. A educação estética como possibilidade de emancipação dos sujeitos no ensino da arte: desdobramentos e implicações. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

VALLADARES, Licia. Os dez mandamentos da observação participante. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 22, n. 63, 153-155, 2007.

VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

VIGOTSKY, Lev Semenovich. A educação estética. In: VIGOTSKY, Lev Semenovich. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 323-363.

VIGOTSKY, Lev Semenovich. Imaginação e criatividade na infância. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

WEDEKIN, Luana Maribele; ZANELLA, Andréa Vieira. Problematizando o ensino de artes na educação regular: contribuições de Lev Vigotski. In: PEDERIVA, Patrícia Lima Martins; BARROS, Daniela; PEQUENO, SAULO. (orgs.). Educar na perspectiva histórico-cultural. Campinas: Mercado de Letras, 2018. p.79-102.

Downloads

Publicado

2022-10-27

Edição

v. 24 n. 46 (2022): Dossiê Arte da Pergunta: a criança como propositora de sentidos estéticos

Seção

Dossiê: A arte da pergunta: as crianças como propositoras de sentidos estéticos

Licença

Os direitos autorais referentes aos artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais.

Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.