O significado do sacrifício nos rituais de alisamento capilar e autoimagem feminina
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8077.2020.e70165Resumen
As pessoas consomem baseadas na forma como se veem e querem ser vistas, principalmente no que refere-se ao consumo estético, apresentando, muitas vezes, condutas sacrificiais pela efetivação de seus desejos. Associados a estereótipos negativos, cabelos cacheados ou crespos, geralmente, são submetidos a mudanças estruturais a partir de alisamentos, para seguir padrões socialmente aceitáveis. Neste contexto, esse trabalho objetiva compreender o significado do sacrifício envolvido no ritual de alisamento e sua relação com a autoimagem e padrões sociais idealizados. A pesquisa, de abordagem qualitativa interpretativista a partir da história oral e análise de conteúdo temática, percebeu que o ritual de alisamento é visto como um sacrifício para as mulheres por fatores, como o tempo, dinheiro, risco à saúde e o próprio processo; e a maioria delas é influenciada a realizar o alisamento por influência dos elogios, julgamentos e preconceitos capilares alheios.
Citas
AGNEW, C. R.; ETCHEVERRY, P. E. Cognitive interdependence: Considering self-in-relationship. In K. D. Vohs, E. J. Finkel (Eds.), Self and relationships: Connecting intrapersonal and interpersonal processes, p. 274-293. New York: Guilford Press, 2006
AGNEW, C. R.; VAN LANGE, P. A.; RUSBULT, C. E.; LANGSTON, C. A. Cognitive interdependence: Commitment and the mental representation of close relationships. Journal of personality and social psychology, v. 74, n. 4, 1998.
BADJE, D. To possess and to be possessed: the sacred facet of gift giving. European Advances in Consumer Research. v. 7, 2007.
BANKHEAD, T.; JOHNSON, T. Self-Esteem, Hair-Esteem and Black Women with Natural Hair. International Journal of Education and Social Science. v. 1, n. 4, p; 92-102, 2014.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BAUER, M.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 7 ed, 2008.
BELK, R. W. Digital consumption and the extended self. Journal of Marketing Management, v. 30, n. 1/2, p. 1101-1118, 2014.
BELK, R. W. Extended Self in a Digital World. Journal of Consumer Research, 2013.
BELK, R. W. Possessions and the Extended Self. Journal of Consumer Research, v. 15, p. 139-168, 1988.
BELK, R. W.; COON, G. S. Gift giving as agapic love: An alternative to the exchange paradigm based on dating experiences. Journal of Consumer Research, v. 2, n.3, p. 393-417, 1993.
BELK, R. W.; COSTA, J. A. The Mountain Man Myth: A Contemporary Consuming Fantasy. Journal of Consumer Research, v. 25, n. 3, p. 218-240, December, 1998.
BELK, R. W.; GER, G.; ASKEGAARD, S. The Fire of Desire: A Multisited Inquiry into Consumer Passion. Journal of Consumer Research. Vol. 30, N. 3, p. 326-351, 2003.
BELK, R. W.; WALLENDORF, M.; SHERRY, J. F. JR. The Sacred and the Profane in Consumer Behavior: Theodicy on the Odyssey. Journal of Consumer Research. v. 16, p. 1-38, 1989.
BENSON, E. P.; COOK, A. G. Ritual sacrifice in ancient Peru. Austin, TX: University of Texas Press, 2001.
BIRDWELL, A. E. A study of influence of image congruence on consumer choice. Journal of Business, v. 41, n. 1, p. 76-88, 1968.
CAMPOS, R. D.; CASOTTI, L. M. Bela na tela da TV: padrões de beleza e imaginário nos textos culturais televisivos. Revista Interdisciplinar de Marketing, v.6, n.1, p. 26-39, 2016.
CASOTTI, L. M.; SUAREZ, M. C.; CAMPOS, R. D. O tempo da beleza: consumo e comportamento feminino, novos olhares. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
CHAPMAN, Y. "I am Not my Hair! Or am I?": Black Women's Transformative Experience in their Self Perceptions of Abroad and at Home (Master’s thesis), 2007.
CHERRIER, H.; RAHMAN K. Galloping Through the Global Brandscape: Consumers in a Branded Reality. Advances in Consumer Research, v. 37, eds., 2010.
DIAS, T. C.; BABY, A.; KANEKO, T. M.; VELASCO, M. V. Relaxing/ straightening of Afro-ethnic hair: historical overview. Journal of Cosmetic Dermatology, v. 6. p. 2–5, 2007.
DOLICH, I. J. Congruence Relationship Between Self-Image and Product Brands. Journal of Marketing Research, v. 6, n. 1, p. 80-84, 1969.
DOMZAL, T. J.; KERNAN, J. B. Variations on the Pursuit of Beauty: Toward A Corporal Theory of the Body. Psychology & Marketing, v. 10, n.6, p. 495-511, 1993.
ERASMUS, Z. 'Oe! My Hare Gaan Huistoe': Hair-Styling as Black Cultural Practice. Race, Identity and Change, v. 32, p. 11-16, 1997.
FEIN, S.; SPENCER, S. J. Prejudice as Self-image Maintenance: Affirming the Self Through Derogating Others. Journal of Personality and Social Psychology, v. 73, n. 1, p. 31-44, 1997.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 36. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
FRANQUILINO, E. Cabelos através dos tempos. Revista de Negócios da Indústria da Beleza, Edição Temática, v. 4, n. 11, p. 6-16, 2009.
GASKELL, G.; BAUER, M. Para uma prestação de contas pública: além da amostra, da fidedignidade e da validade. In: Bauer, M. W. & Gaskell, G. Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e som. Um manual prático. 8. ed. Petrópolis: Vozes, p. 39-63, 2010.
GRUBB, E. L.; GRATHWOHL, L. H. Consumer Self Concept, Symbolism and Market Behavior: A Theoretical Approach. Journal of Marketing Research, v. 31, p. 22-27, 1967.
HIRSCHMAN, E. C. Commonality and idiosyncracy in popular culture: An empirical examination of the “layers of meaning” concept. Paper read at Consumer Esthetics and Symbolic Consumption, at New York, 1980.
HIRSCHMAN, E.; HOLBROOK, M. B. Hedonic consumption: emerging concepts, methods and propositions. Journal of Marketing. v. 46, 1982.
HOLT, D. B. How Consumers Consume: A Typology of Consumption Practices. Journal of Consumer Research, v. 22, n. 1, p. 1-16, June, 1995.
HUBERT, H.; MAUSS, M. Sobre o sacrifício. São Paulo: Cosac Naify, 1899.
KEARNS, C. M. Theory and description in recent work on sacrifice. Journal of the Royal Anthropological Institute. v. 22, n. 2, p. 412-414, 2016.
KELLER, M.; KALMUS V. Between Consumerism And Protectionism Attitudes towards children, consumption and the media in Estonia, Childhood, v. 16 n. 3 p.355–375, 2009.
LEACH, E. R. Two Essays Concerning the Symbolic Representation of Time. Reader in Comparative Religion, eds. William Lessa and Evon Vogt, New York: Harper; Row, 1958.
LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 2 ed. São Paulo: Ed. Santa Isabel, 2008.
LEVY, S. J. Symbols for Sale. Harvard Business Review, v. 37, n. 4, p. 117-124, 1959.
LIAO, K. H.; CHEN, S. H.; JHOU, Y. S. The Effect of Price, Quality, Sacrifice, Risks and Value on General Consumers’ Perceptions with Aesthetic Medicine. International Academic Conference on Social Sciences, p. 163–171, 2014.
LIPOVETSKY, G. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
LIPOVETSKY, G. A terceira mulher: permanência e evolução do feminino. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.
LIVRAMENTO, M. N.; HOR-MEYLL, L. F.; PESSOA, L. A. Valores que motivam mulheres de baixa renda a comprar produtos de beleza. RAM - Rev. Adm. Mackenzie. São Paulo, v. 14, n. 1, p. 44-74, 2013.
MANNING, J. The Sociology of Hair: Hair Symbolism Among College Students, Social Sciences Journal, v. 10, p. 35-48, 2011.
MATEAR, M. A. The Role and Nature of Willingness to Sacrifice in Marketing Relationships. Kingston: Queen’s University, 2014.
MCCRACKEN, G. Culture and consumption: a theoretical account of the structure and movement of the cultural meaning of consumer goods. Journal of Consumer Research, v. 13, n. 1, p. 71-84, 1986.
OLASODE, O. A. Chemical hair relaxation and adverse outcomes among Negroid women in South West Nigeria, Journal of Pakistan Association of Dermatologists, v. 19, n. 4 p. 203-207, 2009.
PIRES, K. T.; MOCELLIN, M. C. Manipulando cabelos e identidades: um estudo com mulheres negras em Santa Maria-RS. Revista África e africanidades, v. 9, n. 21, p. 1-20, 2016.
PONCHIO, M. C.; STREHLAU, V. I. Eu estendido no interesse por automóveis clássicos: estudo comparativo entre consumidores paulistanos. FACEP PESQUISA, v. 14, n. 3, p. 299- 308, 2011.
ROGERS, C. R. Cl&nt-Centered Therapy. Houghton-Mifflin, Boston, 1951.
ROOK, D. W. The Ritual Dimension of Consumer Behavior. Journal of Consumer Research, v.12, p. 251-264, Dez, 1985.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 34a ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
RUSBULT, C. E.; AGNEW, C. R. Prosocial motivation and behaviour in close relationships. Herzliya Symposium, v. 2, March, 4, 2008.
RUVIO, A.; BELK, R. The Routledge companion to identity and consumption. London and New York: Routledge, 2013.
SCHEWE, C. D.; DILLON, W. R. Marketing Information system utilization: An application of self-concept theory. Journal of Business Research, v. 6, n.1, p. 67-79, 1978.
SCHUELLER, R. Iniciação a química cosmética. v. 2. São Paulo. Tecnopress, 2002.
SIRGY, M. J. Self-Concept in Consumer Behavior: A Critical Review. Journal of Consumer Research, v. 9, n. 3, p. 287-300, 1982.
SIRGY, M. J. The Self-Concept in Relation to Product Preference and Purchase Intention. In: BELLUR, V. Marketing Horizons: A 1980's Perspective: Proceedings of the 1980 Academy of Marketing Science (AMS) Annual Conference (E-book). Springer, p. 350-354, 2015.
THOMPSON, C. Black women, beauty, and hair as a matter of being. Women’s Studies, v. 38, p. 831–856, 2009.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, Atlas, 1987.
TSEELON, E. The Masque of Femininity. London: Sage, 1995.
VAN LANGE, P. A. M.; AGNEW, C. R.; HARINCK, F.; STEEMERS, G. E. M. From game theory to real life: How social value orientation affects willingness to sacrifice in ongoing close relationships. Journal of Personality and Social Psychology, v. 73 n. 6, p.1330-1344, 1997.
ZEITHAML, V. A. Consumer perceptions of price, quality, and value: a means-end model and synthesis of evidence. The Journal of Marketing, v. 52, n. 3, p. 2-22, 1988.
WOLF, N. O mito da beleza: como as imagens da beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
El autor deberá garantizar:
- que exista pleno consenso entre todos los coautores para aprobar la versión final del documento y su envío para publicación.
que su trabajo es original, y si se utilizó trabajo y/o palabras de otras personas, estos fueron debidamente reconocidos.
El plagio en todas sus formas constituye un comportamiento editorial poco ético y es inaceptable. RCA se reserva el derecho de utilizar software o cualquier otro método de detección de plagio.
Todos los envíos recibidos para evaluación en la revista RCA pasan por la identificación de plagio y autoplagio. El plagio identificado en los manuscritos durante el proceso de evaluación dará lugar al archivo del envío. Si se identifica plagio en un manuscrito publicado en la revista, el Editor Jefe realizará una investigación preliminar y, de ser necesario, se retractará.
Los autores otorgan a RCA los derechos exclusivos de primera publicación, estando la obra licenciada simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY) 4.0 Internacional.

Los autores están autorizados a celebrar contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en un repositorio institucional, en un sitio web personal, publicación de una traducción o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
Esta licencia permite a cualquier usuario tener derecho a:
Compartir: copiar, descargar, imprimir o redistribuir el material en cualquier medio o formato.
Adapte: remezcle, transforme y cree a partir del material para cualquier propósito, incluso comercial.
Bajo los siguientes términos:
Atribución: debe dar el crédito apropiado (citar y hacer referencia), proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se realizaron cambios. Debe hacerlo bajo cualquier circunstancia razonable, pero de ninguna manera que sugiera que el licenciante lo respalda a usted o su uso.
Sin restricciones adicionales: no puede aplicar términos legales ni medidas tecnológicas que restrinjan legalmente a otros hacer algo que la licencia permite.