Matemática
uma construção humana ante a complexidade dos fenômenos e da realidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/1982-5153.2022.e82193Resumo
A pesquisa descrita nas laudas que se seguem é teórico-bibliográfica e volta-se para a discussão acerca de duas visões opostas sobre a natureza da matemática: descoberta x criação. Um exame histórico conduz à compreensão de que a matemática primordial ancorava-se na indução, além de ser assumida como descoberta e como algo equivalente aos fenômenos analisados. Com o decorrer do tempo, a matemática, em especial a dedutiva, complexificou-se, gerando modelos cada vez mais aprimorados. Ainda assim, os modelos estavam (e estão) distantes da complexidade dos fenômenos e, em última instância, afastados da presumida realidade. Tal separação é indicativa (Obs.: eis o cerne da perquirição exposta neste texto) de que a matemática (indutiva ou dedutiva) redunda de elaborações, ao invés de provir de descobertas. A propositura de reflexões, no ambiente escolar, acerca da essência da matemática, constitui-se numa das necessidades defendidas pelo autor do presente artigo. Entre outras coisas, tais reflexões, favorecendo a ideia de matemática-criação, elevariam a autoestima dos estudantes, que começariam a acolher a matemática como algo abarcável pelas fronteiras da capacidade das pessoas em geral.
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