Sem palavras, apenas imagens para contar a história da humanidade: um caso de arte em Bocejo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8026.2018v71n2p219Resumo
Os livros sem palavras são tradicionalmente associados a crianças analfabetas. No entanto, muitos deles têm uma proposta fragmentada e densa, assumindo habilidades e conhecimento prévio que um jovem leitor dificilmente teria. Assim, em pesquisa cujo foco é em livros para crianças selecionados pelo Programa Nacional Brasileiro de Escolas (PNBE), escolhemos estudar Ilan Brenman e Bocejo de Renato Moriconi. O livro consiste em cenas aparentes isoladas que, unidas, formam um todo único, dialogando com estágios que mostram a história da humanidade - da véspera da Bíblia à chegada do homem na lua ou do ato de um leitor individual à interação com o livro. A falta de palavras que possam guiar a compreensão do leitor, as lacunas temporais entre as cenas e a multiplicidade de elementos que compõem cada imagem levam à estrutura e a fracturas temáticas, que complicam a recepção do livro pelo leitor inicial. Os significados da história surgem por uma imagem e a articulação com o fato de o personagem representado se referir. A proposta do trabalho prioriza a natureza emancipatória do leitor, no entanto, no caso dos jovens leitores, a mediação é necessária para ajudar as crianças no processo de compreensão, compreensão do livro e do processo artístico envolvido neste caminho da humanidade.Referências
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