Leitura em voz alta: variação linguística e o sucesso na aprendizagem inicial da leitura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2019v72n3p41

Resumo

Em uma interface entre psicolinguística e sociolinguística, considerando o monitoramento estilístico (fala -> atividades orais -> leitura em voz alta) e as condições necessárias para a aprendizagem inicial da leitura na alfabetização, este artigo apresenta os perfis de leitura de estudantes do 3oano do ensino fundamental e os relaciona com o seu desempenho em um teste de compreensão leitora e com a ocorrência de traços variáveis da fala na leitura em voz alta. Os resultados evidenciam que a leitura em voz alta que apresenta traços variáveis da fala não pode ser considerada “imprecisa”; ao contrário, estes traços ocorreram somente na leitura hábil e palavra por palavra, e por estudantes que atingem níveis mais altos no teste. 

Referências

Almeida, A. N. S., & Freitag, R. M. K. (2012). Análise do diagnóstico do desempenho em leitura: Provinha Brasil vs. fluência em leitura oral. Signo, 37(63), 98-110.

Aquino, M. F. S. (2011). Uma proposta de tipologia de “erros” de leitura: análise sociolinguística e cognitiva. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Araujo, A. S., & Borges, D. K. V. (2018). Atitudes linguísticas de estudantes universitários: o fenômeno da monotongação em foco. Tabuleiro de Letras, 12(2), 97-113.

Bortoni-Ricardo, S. M. (2005). Educação em língua materna: a sociolingüística na sala de aula. São Paulo, Parábola.

Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.

Brasil. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental: Terceiro e Quartos Ciclos: Língua Portuguesa. Brasília, 2000.

Chartier, A. M. (2007). Práticas de leitura e escrita: história e atualidade. Belo Horizonte, Autêntica.

Coltheart, M. (2013). Modelando a leitura: a abordagem da dupla rota. In: M. J. Hulme (Ed). A Ciência da Leitura (pp. 24-41). Porto Alegre: Penso.

Dehaene, S. (2012). Os neurônios da leitura. Porto Alegre: Penso.

Farias, A., & Oliveira, I. (2013). O apagamento do rótico no português brasileiro e no português europeu: o lido e o dito. Anais do Colóquio Brasileiro de Prosódia da Fala, 2, 1-4.

Flôres, O. C. (2017). Ensino de leitura e Sistema de Escrita. Revista Linguagem & Ensino, 20(1), 105-125.

Freitag, R. M. K. (2011). Implicações da variação na alfabetização: a lateral palatal e seus correspondentes grafêmicos. Leitura, 2(46), 37-56.

Freitag, R. M. K. (2015). Entre a teoria e a prática: a Provinha Brasil e o tratamento da variação linguística na alfabetização. Interfaces Científicas-Educação, 3(3), 43-54.

Freitag, R. M. K., Rosário, M. M. S., Andrade, S. R. J., Lima, M. G. B., & Lima, M. (2014). Culto à avaliação, patologização da alfabetização e fracasso escolar. Revista Fórum Identidades, 15(8), 41-59.

Fuchs, L. S., Fuchs, D., Hosp, M. K., & Jenkins, J. R. (2001). Oral reading fluency as an indicator of reading competence: A theoretical, empirical, and historical analysis. Scientific studies of reading, 5(3), 239-256.

Gomes, C. A. (2006). Aquisição do tipo silábico CV (r) no português brasileiro. Scripta, 10(18), 77-90.

LaBerge, D., & Samuels, S. J. (1974). Toward a theory of automatic information processing in reading. Cognitive psychology, 6(2), 293-323.

Labov, W. (1972). Language in the inner city: Studies in the Black English vernacular (Vol. 3). Pennsylvania, University of Pennsylvania Press.

Labov, W. (2003). When ordinary children fail to read. Reading Research Quarterly, 38(1), 128-131.

Machado, A. P. G. (2018). Variação linguística e leitura: fenômenos variáveis da fala na leitura em voz alta. A Cor das Letras, 19(4), 196-218.

Machado, A. P. G. & Freitag, R. M. K. (a sair). Pistas de processos de decodificação que levam à compreensão da leitura.

Moderna (2016). Simulado para monitoramento da aprendizagem. Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), Língua Portuguesa. Caderno do Professor.

Moderna (2016). Simulado para monitoramento da aprendizagem. Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), Língua Portuguesa. Caderno do Aluno.

Mollica, M. C. M, & Fernandez, C. M. (2003). Um caso de estabilidade fonológica comprovado em tempo aparente e em tempo real. Revista de Letras, 1(25), 94-98.

Monaretto, V. N. O. (2000). O apagamento da vibrante pós-vocálica nas capitais da fala do sul do Brasil. Letras de Hoje, 35(1), 275-284.

Moojen, S., & Santos, R. (2001). Avaliação metafonológica: resultados de uma pesquisa. Letras de hoje, 36(3), 751-758.

Morais, J. (1996). A arte de ler. São Paulo, Unesp.

Morais, J. (2013). Criar leitores para uma sociedade democrática. Signo, 38, 2-28.

Morais, J. (2014). Alfabetizar para a democracia. Porto Alegre, Penso Editora.

Morais, J., Leite, I., & Kolinsky, R. (2013). Entre a pré-leitura e a leitura hábil: Condições e patamares da aprendizagem. In: Maluf, M. R., & Cardoso-Martins (Ed.) Alfabetização no século XXI: Como se aprende a ler e a escrever (pp.17-48). Porto Alegre, Penso Editora.

Pinheiro, Â. M. V., Cunha, C. R. D., & Lúcio, P. S. (2008). Tarefa de leitura de palavras em voz alta: uma proposta de análise dos erros. Revista Portuguesa de Educação, 21(2), 115-138.

Pinheiro, B. F. M., et al. (2017). Processos fonológicos que passam da fala para a leitura. In: Azevedo, I. C. M., & Roiphe, A. (Ed.). Leitura, escrita e literatura: interseções e convergências (pp. 10.25). São Cristóvão, EdUFS.

R Core Team (2018). R: A language and environment for statistical computing. Viena: R Foundation for Statistical Computing.

Rasinski, T. (2004). Creating fluent readers. Educational Leadership, 61(6), 46-51.

Rasinski, T. V. (2000). Commentary: Speed does matter in reading. The Reading Teacher, 54(2), 146-151.

Wittenburg, P., Brugman, H., Russel, A., Klassmann, A., & Sloetjes, H. (2006). ELAN: a professional framework for multimodality research. In 5th International Conference on Language Resources and Evaluation (LREC 2006) (pp. 1556-1559).

Downloads

Publicado

2019-10-07