"Finnegans Wake", de James Joyce, é musiscritura
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8026.2021.e76114Resumo
Este paper propõe abordar as relações de Finnegans Wake com a música, especialmente com a música erudita eletroacústica, a qual se desenvolveu a partir da década de 1940. Não obstante a predileção de Joyce pela música erudita tradicional, aqui desenvolve-se a hipótese de que a escrita experimental do modernista irlandês, mais do que aplicar formas típicas da música, criou um tipo específico de musiscritura e antecipou procedimentos que os compositores só conseguiram alcançar com o uso de fitas magnéticas e sintetizadores. Assim, pelo uso sistemático de trocadilhos multirreferenciais, justapostos em dezenas de línguas e dialetos, Joyce colocou-se à frente da vanguarda musical de sua época, a qual chegou à síntese aditiva de densas camadas sonoras apenas algumas décadas depois das publicações iniciais de partes da Work in Progress, ainda na década de 20.
Referências
ADORNO, Theodor. Filosofia da nova música. Trad. Magda França. São Paulo: Perspectiva, 2011 (Sério Estudos, v. 26).
AMARANTE, Dirce Waltrick do. Para ler o Finnegans Wake. São Paulo: Iluminuras, 2009.
BECKETT, Samuel. Dante… Bruno. Vico… Joyce. In: NESTROVSKI, Arthur (Org.). riverrun: ensaios sobre James Joyce. Rio de Janeiro: Imago, 1992 (p. 323-338).
BLOOM, Harold. A anatomia da influência. Trad. Ivo Korytowski e Renata Telles. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
BRUNO, Giordano. A causa, o princípio e o Uno. Trad. Luiz Bombassaro. Caxias do Sul: Educs, 2014.
BURGESS, Anthony. Homem comum enfim. Trad. José Arantes. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
CAGE, John; CUNNINGHAM, Merce. Roaratorio, an Irish circus on Finnegans Wake. Brooklyn Academy of Music, 2011, Ballet.
CAMPBELL, Joseph; ROBINSON, Henry Morton. A skeleton key to Finnegans Wake. Califórnia: New World Library, 2005.
CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de. Panaroma do Finnegans Wake. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001
ELLMANN, Richard. James Joyce. Trad. Lya Luft. São Paulo: Editora Globo, 1989.
FABBRI, Renato; Ferreira, Luis Henrique Garcia. “A simple text analytics model to assist
literary criticism: comparative approach and example on James Joyce against Shakespeare and the Bible”. Revista Mundi Engenharia, Tecnologia e Gestão – IFPR, v. 3, no. 2, 2018.
GALINDO, Caetano Waldrigues. The Finnecies of music wed poetry: a música e o Finnegans Wake. Scientia Traductionis, n. 8, p. 286-299, 2010.
JOYCE, James. Finnegans Wake. Trad. Philippe Lavergne. Paris: Gallimard, 1982.
JOYCE, James. Finnegans Wake. Londres: Penguin, 1992.
JOYCE, James. Finnícius Revém. Trad. Donaldo Schüler. São Paulo: Ateliê, 1999-2003 (5 volumes).
JOYCE, James. Ulysses. Trad. Caetano W. Galindo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
JOYCE, James. Finnegans Wake. Trad. Marcelo Zabaloy. Buenos Aires: El cuenco de plata, 2016.
JOYCE, James. Finnegans Wake. Trad. Luigi Schenoni. Milão: Mondadori, 2017 (4 volumes).
JOYCE, James. Finnegans Wake por um fio. Trad. Dirce do Amarante. São Paulo: Iluminuras, 2018.
JOYCE, James. Finnegans Wake por um fio. Tradução, organização e notas Dirce W. do Amarante. São Paulo: Iluminuras, 2018a.
MENEZES, Flo (Org.). Música eletroacústica: história e estéticas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.
MENEZES, Flo (Org.). Apoteose do Schoenberg. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
MYERS, Peter. The sound of Finnegans Wake. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 1992.
NESTROVSKI, Arthur. James Joyce: a crítica da música. In: NESTROVSKI, Arthur (Org.). riverrun: ensaios sobre James Joyce. Rio de Janeiro: Imago, 1992 (p. 267-320).
PATER, Walter. O renascimento. Trad. Jorge Henrique Bastos. São Paulo: Iluminuras, 2014.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade de representação. São Paulo: Editora UNESP, 2015 (tomo I).
TÁPIA, Marcelo (Org.). Joyce Revém. Edição comemorativa do Bloomsday 99. São Paulo: Editora Olavobrás/ABEI, 1999.
WITEN, Michelle. James Joyce and absolute music. Londres: Bloomsbury Academy, 2019 (Historicizing modernism).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Luis Henrique Garcia Ferreira, Renato Fabbri

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Ilha do Desterro publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Inglês, Literaturas em Língua Inglesa e Estudos Culturais. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em inglês e português.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.