Do teatro ao museu de horrores: estratégias de autorreflexividade no seriado de televisão Penny Dreadful
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8026.2021.e76105Resumo
contemporânea, abordado por Jason Mittell (2012), que elege a autorreflexividade como um dos elementos complexos na narrativa televisual dos séculos XX e XXI, este artigo objetiva discutir os elementos metaficcionais e autoconscientes no seriado de televisão anglo-americano Penny Dreadful. Assim, escolhemos analisar estratégias de performance e simulação que atuam através de dois espaços ficcionais na série, o teatro e o museu de cera, além de outros elementos que materializam o discurso autorreflexivo do programa televisivo ao longo de duas temporadas. Os estudos de Jost (2007, 2012), Eco (1989), Schechner (2013), Lee e King (2016), entre outros, serviram como base teórica e crítica para esta investigação.
Referências
BARBOSA, Álvaro. O som em ficção cinematográfica: análise de pressupostos na
criação de componentes sonoras para obras cinematográficas / videográficas
de ficção. Escola das Artes – Som e Imagem, 2000/01. Universidade Católica
Portuguesa. Disponível em: http://www.abarbosa.org/docs/som_para_ficcao.pdf.
Acesso em: 20 mar. 2019.
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulações. Tradução de Maria João da Costa
Pereira. Lisboa: Relógio d’água, 1991.
BERNARDO, Gustavo. O livro da metaficção. Rio de Janeiro: Tinta Negra Bazar
Editorial, 2010.
BERNS, Ute. Performativity. 19 dez. 2012. In: HÜHN, Peter et al. (Ed.): The living
handbook of narratology. Hamburg: Hamburg University. Disponível em: http://
www.lhn.uni-hamburg.de/article/performativity. Acesso em: 26 jul. 2020.
CAPANEMA, Letícia Xavier de Lemos. A narrativa complexa na ficção televisual: por
um modelo de análise. In: SAMPAIO, Sofia; REIS, Filipe Reis; MOTA, Gonçalo
(Eds.). V Encontro Anual da AIM. Atas [...]. Lisboa: AIM, 2016. p. 573-585.
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Tradução de Cleonice P. B. Mourão.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.
DAVINO, Vanessa. Penny Dreadful: rastros de clássicos góticos em palimpsesto
televisivo de horror. Babel: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras,
n. 7, p. 69-78, ago./dez. 2014.
DZIEMIANOWICS, Stefan. Penny Dreadfuls: sensational tales of terror. United
States of America: Sterling, 2015.
ECO, Umberto. A inovação do seriado. In: ECO, Umberto. Sobre os espelhos e outros
ensaios. Tradução de Beatriz Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. p. 120-
FLANDERS, Judith. The Victorian city: everyday life in Dickens’ Londres: Thomas
Dunne Books, 2012.
FRYE, Northrop. Anatomia da crítica. Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos.
São Paulo: Cultrix, 1973.
GENETTE, Gerárd. Discurso da narrativa. Tradução de Fernando Cabral Martins.
Lisboa: Arcádia, 1979.
HUTCHEON, Linda. Narcissistic narrative: the metafictional paradox. Waterloo:
Wilfrid Laurier University Press, 1980.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Tradução de Susana L. de Alexandria. 2.
ed. São Paulo: Editora Aleph, 2009.
JOST, François. Compreender a televisão. Tradução de Elizabeth Bastos Duarte, Maria
Lília Dias de Castro e Vanessa Curvello. Porto Alegre: Sulina, 2007.
JOST, François. Do que as séries americanas são sintoma? Tradução de Elisabeth B.
Duarte e Vanessa Curvello. Porto Alegre: Sulina, 2012.
LEE, Alison; KING, Frederick D. From Text, to Myth, to Meme: Penny Dreadful and
Adaptation. Cahiers victoriens et édouardiens, 82, outono, 2015. DOI: https://doi.
org/10.4000/cve.2343.
LOUTTIT, Chris. Victorian London redux: adapting the Gothic metropolis. Critical
Survey and Berghahn Books, Nova York, v. 28, n. 1, p. 2-14, 2016. DOI: https://doi.
org/10.3167/cs.2016.280102.
MACHADO, Arlindo. A narrativa seriada. In: MACHADO, Arlindo. A televisão
levada a sério. 4. ed. São Paulo: Editora Senac, 2000. p. 83-98.
MARKENDORF, Márcio. Pactos fáusticos e doppelgänger no cinema. In: GARCÍA,
Flavio; BATALHA, Maria Cristina; MICHELLI, Regina Silva (Orgs.). Vertentes
teóricas e ficcionais do insólito – Comunicações em Simpósios e Livres I Congresso
Internacional Vertentes do Insólito Ficcional / IV Encontro Nacional O Insólito
como Questão na Narrativa Ficcional / XI Painel Reflexões sobre o Insólito na
narrativa ficcional. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2013. p. 325-335. Disponível
em: http://www.dialogarts.uerj.br/arquivos/[1]XI%20painel%20textos%20
completos.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020.
MCCABE, Janet; AKASS, Kim. Quality TV: Contemporary American Television and
Beyond. London: I.B. Tauris, 2007.
METZ, Christian. Language and cinema. Tradução de Donna Jean Umiker-Sebeok.
The Netherlands: Mouton & Co. N.V., Publishers, 1974.
MITTELL, Jason. Complexidade narrativa na televisão americana contemporânea.
Tradução de Andrea Limberto. Revista Matrizes, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 29-52,
jan./jun. 2012. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v5i2p29-52.
NOBRE, Lucia Fátima Fernandes. Jogos de espelhos em Atonement: trajetórias e
implicações da metaficcionalidade. João Pessoa: Ideia, 2019.
NÓBREGA, Caio Antônio. “Os meus encantos (não) se acabaram”: observações sobre
a literatura que fala de si mesma. In: FERNANDES, Auricélio Soares; NÓBREGA,
Caio Antônio; SANTOS, Jenison Alisson dos (Orgs.). Reflexões sobre a metaficção:
quando a literatura fala de si mesma. Rio de Janeiro: Mares, 2020. p. 14-38.
ORTEGOSA, Marcia. Cinema noir: espelho e fotografia. São Paulo: Annablume,
PELLEGRINI, Tânia. Narrativa verbal e narrativa visual: possíveis aproximações. In:
PELLEGRINI, Tânia et al. Literatura, cinema e televisão. São Paulo: SENAC, 2003.
PENNY DREADFUL (Temporada 1). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona,
Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan
O’Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes.
Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street
Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2014. DVD.
PENNY DREADFUL (Temporada 2). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona,
Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan
O’Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes.
Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street
Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2015. DVD.
PENNY DREADFUL (Temporada 3). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona,
Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan
O’Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes.
Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street
Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2016. DVD.
POIVERT, Michel. Notas sobre a imagem encenada, paradigma reprovado da
história da fotografia? Tradução de Fernanda Verissimo. Porto Arte, Revista de
Artes Visuais. Porto Alegre, v. 21, n. 35, p. 103-114, mai. 2016. DOI: https://doi.
org/10.22456/2179-8001.73728.
RITA, Annabela. Mise en abyme (ou mise en abîme). In: E-dicionário de termos
literários de Carlos Ceia. Junho, 2010. Disponível em: http://edtl.fcsh.unl.pt/
encyclopedia/mise-en-abyme/. Acesso em: 10 abr. 2019.
SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini. São Paulo:
Aderaldo & Rothschild, 2008.
SCHECHNER, Richard. O que é performance? Tradução de R. L. Almeida. In:
SCHECHNER, Richard. Performance studies: an introduccion, second edition.
Nova York, Londres: Routledge, 2006. p. 28-51.
SCHECHNER, Richard. Perfomativity. In: SCHECHNER, Richard. Performance
studies: an introduction. 3. ed. Media editor: Sara Brady. Londres e Nova York:
Routledge, 2013. p. 123-169.
SIMONS, Paul Z. Curtains of Blood: A Peek Behind the Phenomena of the
Grand-Guignol. The Anarchist Library. Spring, 2013. Disponível em: https://
theanarchistlibrary.org/library/paul-z-simons-curtains-of-blood.pdf. Acesso em:
dez. 2018.
SPOONER, Catherine. Gothic contemporary. Great Britain: Reaktion Books, 2006.
STAM, Robert. Homo Ludens: o gênero autorreflexivo no romance e no filme. In:
STAM, Robert. O espetáculo interrompido: literatura e cinema de desmistificação.
Tradução de José Eduardo Moretzsohn. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 54-81.
STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade.
Ilha do Desterro, Florianópolis, n. 51, p. 19-53, jul./dez. 2006. DOI: https://doi.
org/10.5007/2175-8026.2006n51p19.
WAUGH, Patricia. What is metafiction and why are they saying such awful things
about it? In: WAUGH, Patricia. Metafiction: The theory and practice of selfconscious
fiction. Londres e Nova York: Routledge, 1984. p. 1-19.
WILLIAMS, Raymond. Televisão: tecnologia e forma cultural. Tradução de Márcio
Serelle e Mário F. I. Viggiano. São Paulo: Boitempo; Belo Horizonte, PUCMinas,
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 AURICELIO SOARES FERNANDES
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Ilha do Desterro publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Inglês, Literaturas em Língua Inglesa e Estudos Culturais. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em inglês e português.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.