Intermidialidade, intertextualidade e paródia: ressonâncias de Jane Austen em A mulher do tenente francês, de John Fowles

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2021.e75477

Resumo

Este ensaio tem como objetivo investigar a importância de Jane Austen em A mulher do tenente francês, de John Fowles. Referências à Persuasão, de Austen, aparecem três vezes no romance de Fowles, e as ressonâncias desse diálogo intertextual afetam substancialmente a política de caracterização e espaço (principalmente o Cobb) em A mulher do tenente francês. Esta discussão fundamenta-se teoricamente na relação entre intertextualidade, intermedialidade e paródia, de modo a considerar a relevância de Persuasão (romance pré-vitoriano) em uma obra geralmente considerada pelos críticos como uma paródia de valores e princípios da sociedade e da literatura vitorianas. Que relações se produzem, tanto em termos poéticos quanto políticos, quando pensamos na associação Austen-Fowles?

Biografia do Autor

Genilda Azeredo, Universidade Federal de Santa Catarina

professora Titular do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas
da Universidade Federal da Paraíba, com atuação no curso de Graduação em Letras e no
Programa de Pós-Graduação em Letras. Desenvolve, desde 2010, pesquisa com apoio
financeiro do CNPq, através de bolsa de produtividade em pesquisa/PQ2. Suas áreas de
interesse incluem: literatura e cinema; adaptação fílmica; narrativas poéticas literárias e
fílmicas; narrativas metaficcionais literárias e fílmicas; estudos interartes e
intermidiáticos. É membro das entidades acadêmicas: ANPOLL/Associação Nacional
de Pós-Graduação e pesquisa em Letras e Linguística, sendo membro do grupo de
trabalho em Intermidialidade: literatura, artes e mídias; ABRAPUI/Associação
Brasileira de Professores Universitários de Inglês e Literaturas de Língua Inglesa;
ABRALIC/Associação Brasileira de Literatura Comparada e SOCINE/Sociedade
Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual. É autora dos livros Jane Austen,
adaptação e ironia (João Pessoa: Manufatura, 2003); Jane Austen on the screen: a
study of irony in Emma (João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009); Para
celebrar Jane Austen: diálogos entre cinema e literatura (Curitiba: Appris, 2013);
Olhares sobre o cinema brasileiro (Campinas: Pontes, 2016); e co-organizou, com a
Prof. a Anelise Corseuil, o livro Cinema e literatura: poéticas e políticas da metaficção
(Campinas: Pontes, 2019), dentre outros.

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Publicado

2021-01-28

Edição

Seção

Contextos literários: releituras e intertextos