Por um reflexão sobre a organização e representação de conceitos decoloniais na américa latina: O pensamento de Aníbal Quijano à luz da Análise de Domínio
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e92960Palavras-chave:
Organização e Representação do Conhecimento, Decolonial, Aníbal Quijano, América Latina, Análise de domínioResumo
Objetivo: A interpretação dos aspectos históricos e das estruturas sociais da América Latina, foram a base para o desenvolvimento da proposta epistemológica do sociólogo peruano Aníbal Quijano, a respeito da decolonização das sociedades latinoamericanas. A partir de sua obra, conceitos basilares tomaram forma, para explicar a realidade “parcial e distorcida” de observação deste lugar. Assim, este artigo questiona como se constituem as relações conceituais decoloniais desenvolvidas na obra de Aníbal Quijano? O objetivo é identificar os conceitos desenvolvidos por Quijano à luz da Análise de Domínio, com fins de compreensão de como estes se constituem em uma rede conceitual, que pode ser compreendida como uma interface do conhecimento latino-americano, fazendo parte e sendo representado em Sistemas de Organização do Conhecimento.
Método: A pesquisa é de base bibliográfica, exploratória e tem como abordagem e como método a Análise de Domínio.
Resultado: Os resultados revelam a coerência dos conceitos utilizados, que podem ser norteadores na análise e aplicação teórico-metodológica, em estudos decoloniais que particularizam e enunciam a ausência de reflexões sobre as diferentes vertentes particulares como indígenas, mulheres, pessoas negras, inseridos, de forma geral, na cultura e nos saberes latino-americanos. A rede conceitual se mostrou maior quando a compreensão destes conceitos foi explorada a partir de suas ligações teóricas e epistêmicas.
Conclusões: Os processos da Organização e Representação do Conhecimento permitem o controle da linguagem utilizada nos espaços de informação, e o conhecimento da perspectiva decolonial desenvolvida por Quijano, demonstra uma coerência e estabilidade teórica que faz frente à perpetuação de processos coloniais e epistemicidas das comunidades latino-americanas, sendo assim importantes para a compreensão e caracterização de documentos, que pontuem estes processos no contexto de domínios do conhecimento relativos à perspectiva decolonial.
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