Produção científica brasileira sobre plágio: caracterização e alcance a partir da base SCOPUS
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e70258Palavras-chave:
Plágio, Produção científica, Bibliometria, Coautorias, CitaçõesResumo
Objetivo: Analisar a produção e alcance científico sobre o tema plágio na base Scopus. Identificar temáticas, coautorias, instituições, periódicos e autores mais produtivos. Evidenciar o alcance científico da produção por meio das características de seus citantes.
Método: A pesquisa foi conduzida sob um viés bibliométrico exploratório, na medida em que se propõe a ampliar a compreensão do contexto brasileiro sobre a referida produção científica.
Resultado: Os resultados destacam que plágio, má conduta científica e ética são as palavras-chave mais mencionadas. As coautorias foram realizadas com Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, França e Índia. As instituições mais produtivas são representadas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade de São Paulo (USP). Quanto aos periódicos mais produtivos, destaque para a “Revista Brasileira de Educação”. Dentre os autores mais produtivos, está a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), representada por Vasconcelos, S.M.R. Os principais citantes são provenientes dos Estados Unidos e Brasil, com destaque para as instituições USP e UFRJ. O periódico citante destacado é o “Scientometrics”, de origem holandesa. Referente aos autores que realizaram mais citações tem-se Amancio, D.R. (USP) e Vasconcelos, S.M.R. (UFRJ).
Conclusões: Os resultados alcançados possibilitaram ampliar a compreensão sobre o contexto produtivo brasileiro referente ao plágio. O Brasil tem condições de liderar as ações no âmbito latino-americano sobre a questão plágio na produção científica. Portanto, as garantias do conhecimento comunicado dependem da compreensão da teoria da ciência e da honestidade intelectual no uso dos métodos de pesquisa.
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