Há um fundamento normativo na injustiça?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2025.e105211Palabras clave:
Experiência Social, Filosofia Social, Fio-condutor Histórico, Teoria da InjustiçaResumen
O artigo busca defender que há um fundamento normativo num projeto de Teoria da Injustiça. Isso será justificado pois a normatividade da injustiça é oriunda de uma experiência social histórica de (i) dominação, (ii) discriminação e (iii) opressão de segunda ordem cujas normas e práticas sociais são danosas, desiguais, estruturais, institucionais e sistêmicas. Para desenvolver esta justificativa, dividimos o artigo em três momentos. O primeiro momento consiste numa introdução acerca da relação entre filosofia social e injustiça. No segundo momento, apresentamos o desenvolvimento do que vem a ser o ponto de vista normativo da injustiça: iremos, assim, apresentar a estrutura metodológica de uma Teoria da Injustiça. Em seguida, abordaremos os seus dois elementos teóricos centrais, quais sejam, a experiência social e o fio-condutor histórico. Mediante a exposição da estrutura metodológica e de tais elementos teóricos, iremos, por um lado, desenvolver o quadro teórico que configura o fundamento normativo da injustiça e, por outro, apresentar uma forma de enfrentamento à sua realidade. Por fim, o terceiro momento irá sintetizar, enquanto conclusão, os argumentos expostos anteriormente.
Citas
ADORNO, Theodor. Dialética negativa. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
CAMPELLO, Filipe. Crítica dos afetos. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.
CAUX, Luiz Philipe de. A imanência da crítica: os sentidos da crítica na tradição frankfurtiana e pós-frankfurtiana. Belo Horizonte: Loyola, 2021.
DA HORA PEREIRA, Leonardo Jorge. Negatividade do que? Experiências sociais negativas e figurações ontológicas da sociedade. IN: DA HORA, L.; SANTOS, V.; BODZIAK, P. E.; SILVA, H. A. (Orgs.). Experiências sociais negativas: um conceito de filosofia social. Salvador: Edufba, 2024.
DA HORA PEREIRA, Leonardo Jorge. Uma abordagem filosófica do capitalismo é possível? Uma proposta de renovação da filosofia social. Kriterion, 59, 2018, 789-808.
DEAN, Jodi. Camarada. Um ensaio sobre pertencimento político. São Paulo: Boitempo, 2021.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução: Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
FERRARA, Alessandro. The idea of a social philosophy. Constellations, v. 9, n. 3, 2002.
FRASER, Nancy. Injustice at intersecting scales: on ‘social exclusion’ and the ‘global poor’. European Journal of Social Theory, v. 13, n. 3, p. 363-371, 2010.
FRICKER, Miranda. Epistemic injustice: power and the ethics of knowing. Oxford: Oxford University Press, 2007.
FRICKER, Miranda. Epistemic oppression and epistemic privilege. Canadian Journal of Philosophy, v. 29, p. 191-210, 1999.
GOODHART, Michael. Injustice: political theory for the real world. Oxford: Oxford University Press, 2018.
HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
HONNETH, Axel. A dinâmica social do desrespeito: para a situação de uma teoria crítica da sociedade. Política & Sociedade, v. 17, n. 40, 2018.
HONNETH, Axel. A textura da justiça: sobre os limites do procedimentalismo contemporâneo. Civitas, v. 9, n. 3, 2009.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.
HONNETH, Axel. Reconhecimento como ideologia: sobre a correlação entre moral e poder. Revista Fevereiro, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3zfXnSr. Acesso em: 30 de dezembro de 2022.
HONNETH, Axel. O direito da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
JAEGGI, Rahel. Repensando a ideologia. Civitas, v. 8, n.1, p. 137-165, 2008.
JAEGGI, Rahel. Rumo a crítica imanente das formas de vida. Problemata, v. 10, n. 4, p. 77-98, 2019.
MEDINA, José. Varieties of hermeneutical injustice. In: KIDD I. J., MEDINA J., POHLHAUS G. (eds.) The routledge handbook of epistemic injustice. London: Routledge, 2017.
MIKKOLA, Mari. The wrong of injustice: dehumanization and its role in feminist philosophy. Oxford: Oxford University Press, 2019.
LEÃO REGO, Walquíria; PINZANI, Alessandro. Vidas roubadas: sofrimento social e pobreza. São Paulo: Editora da UNESP, 2025.
PINZANI, Alessandro. Systemic suffering as a critical tool. Dois Pontos, v. 19, n. 1, p. 9-24, 2022. DOI: 10.5380/dp.v19i1.86233.
POHLHAUS, Gaile. Varieties of epistemic injustice. In: KIDD I. J., MEDINA J., POHLHAUS G. (eds.) The routledge handbook of epistemic injustice. London: Routledge, 2017.
POWERS, Madison; FADEN, Ruth. Structural injustice: power, advantage and human rights. Oxford: Oxford University Press, 2019.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
RENAULT, Emmanuel. The experience of injustice. New York: Columbia University Press, 2019.
SAAR, Martin. What is social philosophy? Or: Order, practice, subject. Proceedings of the Aristotelian Society, v. 118, n. 2, p. 207–223, 2018. DOI: 10.1093/arisoc/aoy009.
SEN, Amartya. A ideia de justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SHKLAR, Judith. The faces of injustice. New Haven: Yale University Press, 1990.
SOUZA, Luiz Gustavo da Cunha. Reconhecimento, redistribuição e desreconhecimento: um debate com a teoria crítica de Axel Honneth. Florianópolis: EDUFSC, 2019.
YOUNG, Iris Marion. Responsibility for justice. Oxford: Oxford University Press, 2011.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia

This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional