Uma proposta de gamificação do processo avaliativo no ensino de física em um curso de licenciatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2021.e71907

Resumo

O presente artigo apresenta uma experiência de combinação entre uma metodologia passiva, caracterizada por aulas expositivas ministradas pelo professor, e uma ativa, baseada na gamificação aplicada ao processo avaliativo de uma disciplina de Física em um curso de Licenciatura em Química. Os alunos foram divididos em quatro equipes e realizaram atividades individuais (frequência, pontualidade, participação nas aulas, etc.), coletivas (seminários em equipe, resolução de listas de exercícios, atividades experimentais) e competitivas (desafios entre equipes), que compunham o processo avaliativo a ser culminado na prova escrita. Essas atividades eram recompensadas com moedas do jogo denominadas teslas, que foram utilizadas no mercado, ambiente da gamificação onde seria possível adquirir itens capazes de alterar a estrutura de valor da prova, possibilitando ao aluno escolher uma estratégia particular e personalizada para resolver sua avaliação de acordo com seu desenvolvimento na disciplina. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário aberto visando identificar e analisar os pontos positivos e negativos destacados pelos alunos. Como resultado, foram identificados incremento do engajamento e da motivação dos discentes que demonstraram aumento de interesse nas aulas e no compromisso com a disciplina, além de, como futuros professores, reconhecerem a gamificação como estratégia inovadora, porém igualmente trabalhosa, pois demanda planejamento adequado.

Biografia do Autor

Vinicius Munhoz Fraga, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Caxias, RJ

Professor/pesquisador, Doutorando em Ensino de Ciências pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Mestre em Ensino de Ciências, diplomado pelo IFRJ (2012), Licenciado em Física também pelo IFRJ (2008) e Pós-Graduação Latu Sensu em Novas Tecnologias no Ensino da Matemática, certificado pela Universidade Federal Fluminense/ Universidade Aberta do Brasil (2010). Leciona como professor EBTT no IFRJ – Campus de Caxias, nas disciplinas de Física Básica e Eletrotécnica. Trabalhou na Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC / RJ), lotado na unidade de ensino C. E. Francisco Assumpção e ainda na unidade de ensino Instituto Olavo Bilac, pertencente à rede privada. Atua, principalmente, nos seguintes temas: Ensino de Física, Ensino Hibrido, Metodologias Ativas, Gamificação, Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDICs. 

Maria Cristina do Amaral Moreira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Nilópolis, RJ

Doutora (2013) em Educação em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nutes, UFRJ. Graduação em Ciências Biológicas na Universidade Santa Úrsula, USU, com especialização em ensino de Biologia pela Universidade Federal Fluminense, UFF. Pós-Doc (2018/2019) na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO. Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, IFRJ, atua nos cursos de Doutorado e Mestrado Profissional, e, Mestrado Acadêmico em Ensino de Ciências e na Licenciatura em Física do IFRJ, Nilópolis. Com a experiência na área de Ensino de Ciências, tem a pesquisa voltada para os seguintes temas: formação de professores, discussão do livro didático, experimentação no ensino, com foco nas questões da linguagem. 

Marcus Vinicius Pereira, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

lattes.cnpq.br/7374980263691850

Possui Licenciatura em Física (1999) e Pós-Graduação Lato-Sensu em Ensino de Física (2000) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática (2007) pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ) e Doutorado em Educação em Ciências e Saúde (2013) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez estágio de pós-doutorado (2017-2018) na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP). "Jovem Cientista do Nosso Estado" da FAPERJ (2015-2018 e 2018-2021). Integrou a Comissão de Ensino (2015-2017) da Sociedade Brasileira de Física (SBF). Coordena o Laboratório de Pesquisa em Tecnologia, Educação e Cultura (LABTEC) do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), onde é servidor público federal e atua como professor e pesquisador desde 2006, lecionando Física em cursos de nível médio-técnico, e disciplinas nos cursos de Especialização em Ensino de Ciências e no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências (PROPEC) – mestrado e doutorado profissional. É também docente permanente do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Saúde (PPGECS) – mestrado e doutorado acadêmico do Instituto NUTES de Educação em Ciências e Saúde (NUTES/UFRJ), onde integra o Laboratório de Vídeo Educativo (LVE). Além disso, já atuou na gestão como Coordenador de Pesquisa e Inovação do Campus Rio de Janeiro e na Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, como Coordenador do Curso de Especialização em Ensino de Ciências, e como Diretor de Ensino do Campus Rio de Janeiro do IFRJ. De 1999 a 2007 foi Professor Docente I da Secretaria do Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ). Lidera o Grupo de Pesquisa em Tecnologia, Educação & Cultura (GPTEC – www.gptec.org), e atua no Grupo de Estudos de Recepção Audiovisual em Educação em Ciências e Saúde (GERAES – www.nutes.ufrj.br/geraes/). Seus interesses de pesquisa têm se concentrado em investigar a produção e a recepção audiovisual, o papel de atividades prático-experimentais, das tecnologias e metodologias ativas em contextos educativos do ensino de ciências, além do papel da formação em pós-graduação em ensino, em particular a modalidade profissional de mestrado e doutorado em ensino e os produtos educacionais desenvolvidos. 


Referências

ALVES, F. Gamification: como criar experiências de aprendizagem engajadoras. Um guia completo: do conceito a prática. 2. ed. São Paulo: DVS, 2015.

ANJOS, M. B. dos; RÔÇAS, G.; PEREIRA, M. V. Análise de livre interpretação como uma possibilidade de caminho metodológico. Ensino, Saúde e Ambiente, v. 12, n. 3, p. 27-39, 2019. Disponível em: <https://periodicos.uff.br/ensinosaudeambiente/article/view/29108>. Acesso em: 21 jul. 2020.

BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

BLOOM, B. S.; HASTING, T.; MADAUS, G. Manual de avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar. São Paulo: Editora Pioneira, 1983.

BURKE, B. Gamificar: como a gamificação motiva as pessoas a fazerem coisas extraordinárias. São Paulo: DVS, 2015.

CAMARGO, F.; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

FAVA, R. Educação 3.0. São Paulo: Saraiva, 2014.

JARAUTA, B.; IMBERNÓN, F. Pensando no futuro da educação: uma nova escola para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2015.

KAPP, K. M.; BLAIR, L.; MESCH, R. The gamification of learning and instruction fieldbook: ideas into practice. San Francisco: Wiley, 2014.

KELLER, J. M. Motivational design for learning and performance: the ARCS model approach. New York: Springer, 2010.

MATTAR, J. Metodologias Ativas: para a educação presencial, blended e a distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A. de; MORALES, O. E. T. (Org.). Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015. p. 15-33. Disponível em: <http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/67/2016/06/Mudando-a-Educacao-com-Metodologias-Ativas.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2020. (Coleção Mídias Contemporâneas, 2)

MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2006.

PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

Downloads

Publicado

2021-03-25

Como Citar

Fraga, V. M., Moreira, M. C. do A., & Pereira, M. V. (2021). Uma proposta de gamificação do processo avaliativo no ensino de física em um curso de licenciatura. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 38(1), 174–192. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2021.e71907

Edição

Seção

Ensino e aprendizagem de Ciências/Física

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)