Is critical science education possible in times of scientific denialism?

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2020v37n3p1722

Abstract

In this article, we discuss scientific denialism as a current reframing for old rejections of the role of science, indicating its ideological rootedness in a broad conservative movement that plagues contemporaneity and is moved quickly by social networks. Throughout the text, we build our argument by accepting Bruno Latour's (2020) perception that we could have “missed the mark” in our criticisms of science and disfigured the critique of a positivist and empiricist science by disclosing the intricacies of science. To this end, this paper revisits some of the significant contributions in the field of science education to find clues that could lead to inquiring more strongly as to what extent reinforcing such criticism would have contributed to disseminating a view that would have weakened confidence in science. In particular, this paper questions whether or not the efforts to affirm doubt as constitutive of the process of producing scientific knowledge would have generated a construct by which the validity of knowledge would be questionable. The discussion developed in the text points to the need to reaffirm the subjects' non-alienation in the educational dynamics, in order to make them more aware of the limits of science and more alert about the complexity of the social pressures that produce denialism. For that purpose, the article argues for the possibilities of the narrative curriculum (GOODSON, 2006) as a way of coping with the weaknesses of the educational processes that separate the students’ lives from learning. By demeaning the integration between scientific content with other knowledge and forms of human expression, educational purposes run the risk of reinforcing performative actions that continue to produce exclusion.

Author Biographies

Mariana Lima Vilela, Universidade Federal Fluminense

Pprofessora do Departamento Sociedade Educação e Conhecimento da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde compõe a equipe do Laboratório de Ensino de Ciências, atuando nos cursos de Graduação em Pedagogia e Licenciatura em Ciências Biológicas. No Programa de Pós-graduação em Educação da UFF, compõe a Linha de Pesquisa Ciência, Cultura e Educação e é membro do Grupo de Pesquisa Currículo, Docência e Cultura (CDC), focalizando estudos sobre Formação de Professores de Ciências e Biologia, Currículo e Ensino de Ciências e Biologia. Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999) e bacharelado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), mestrado em Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Educação pela Universidade Federal Fluminense (2008).

Sandra Escovedo Selles, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Professora Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), integrante do Programa de Pós-Educação da UFF e coordenadora do Grupo de Pesquisa Currículo, Docência e Cultura (CDC). Bolsista CNPq Pq1-C.

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Published

2020-12-16

How to Cite

Vilela, M. L., & Selles, S. E. (2020). Is critical science education possible in times of scientific denialism?. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 37(3), 1722–1747. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2020v37n3p1722

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