Olimpíadas científicas: análise dos projetos apoiados por editais do CNPq (2005-2015)

Autores

  • Willian Vieira de Abreu Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0002-6685-2754
  • Jessica Norberto Rocha Fundação Cecierj Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde Fiocruz Rede Musa, Red de Museos y Centros de Ciencia https://orcid.org/0000-0002-9754-3874
  • Luisa Massarani Fundação Oswaldo Cruz Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde Fiocruz Rede Musa, Red de Museos y Centros de Ciencia Iberoamericanos http://orcid.org/0000-0002-5710-7242
  • Mariana Vieira da Rocha Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia https://orcid.org/0000-0001-7607-8208

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2022.e80531

Resumo

Neste estudo, objetivamos realizar um mapeamento das propostas de olimpíadas submetidas aos editais do CNPq por onze anos consecutivos (de 2005 a 2015) e analisar seus projetos a fim de identificar elementos que compõem essa ação de incentivo à divulgação científica no Brasil. Dos 229 projetos submetidos, 96 foram aprovados e financiados para a realização de 21 olimpíadas em diversas áreas do conhecimento, com predominância nas ciências exatas e da terra. Associações e sociedades científicas se destacam nas suas coordenações, majoritariamente concentradas na região Sudeste e representadas por homens. Despertar interesse pela temática da olimpíada é o objetivo mais comum dos projetos, enquanto os termos “divulgação científica” e “popularização da ciência” não são explicitados com frequência como parte desses objetivos.

Biografia do Autor

Willian Vieira de Abreu, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pesquisador de pós-doutorado e Doutor em Engenharia Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Ciência e Tecnologia Nucleares pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN-CNEN) e Físico pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisador da COPPE/UFRJ, do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, do Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis e da Musa Iberoamericana: red de museos y centros de ciencia/Cyted. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Física, Sociedade Astronômica Brasileira e Associação Brasileira de Planetários .

Jessica Norberto Rocha, Fundação Cecierj Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde Fiocruz Rede Musa, Red de Museos y Centros de Ciencia

Doutora em Educação, Universidade de São Paulo (USP), Divulgadora Científica da Fundação Centro de Ciências e de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação Cecierj). Jovem Cientista do Nosso Estado FAPERJ, coordenadora do Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis, pesquisadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia e da Musa Iberoamericana: red de museos y centros de ciencia/Cyted. Professora dos cursos de Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde e de Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência da Fiocruz e de Especialização em Ensino de Ciências: ênfase em Biologia e Química do IFRJ/Maracanã.

Luisa Massarani, Fundação Oswaldo Cruz Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde Fiocruz Rede Musa, Red de Museos y Centros de Ciencia Iberoamericanos

Doutorado na Área de Gestão, Educação e Difusão em Biociências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordena o Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia, sediado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz – Fiocruz e Musa Iberoamericana: red de museos y centros de ciencia/Cyted. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq 1B e Cientista do Nosso Estado da Faperj.

Mariana Vieira da Rocha, Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010), graduada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2002) e cursando Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina. Atualmente, atua como Gestora Pública Municipal do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Esteve como bolsista/ pesquisadora do tema Olimpíadas e Feiras de Ciências, no INCT Comunicação Pública da Ciência (FIOCRUZ). Atuou como Assessora de Comunicação na iniciativa pública e privada, em diferentes setores da Administração Pública. Durante nove anos foi assessora no Programa Estadual de Popularização da Ciência e Coordenadora da equipe de Inovação Aplicada no Programa Polos de Inovação, ambos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais. Esteve envolvida em ações para a criação de prêmios, exposições, editais e iniciativas para a realização da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no estado.

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Publicado

2022-04-07

Como Citar

Vieira de Abreu, W., Norberto Rocha, J., Massarani, L., & Vieira da Rocha, M. (2022). Olimpíadas científicas: análise dos projetos apoiados por editais do CNPq (2005-2015). Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 39(1), 59–82. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2022.e80531

Edição

Seção

Ensino e aprendizagem de Ciências/Física

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