Women guerrilla fighters made (in)visible: Estadão’s view of Araguaia militants

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2024.100571

Keywords:

Women, Dictatorship, Journalism

Abstract

This article examines how O Estado de S. Paulo reported female participation in Araguaia Guerrilla from the beginning of the conflict, during the civil-military dictatorship, until 2023. The gendered perspective allows us to observe the erasure of the protagonism of female guerrilla fighters that takes place in newspaper articles. It can be seen how the newspaper almost always relegates these women to occasional and anonymized appearances, proposes an approach that objectifies them and places them in the shadow of men with whom they had relationships, or produces biographies that do not describe their trajectories and are narrated through the voice of tormentors, with an approach that revictimizes the militants. This way, we argue how Estadão’s coverage constitutes itself as a political gender violence based on journalistic practices.

Author Biographies

Tatiane Moreira Análio, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora e graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Ana Carolina Lima Santos, Federal University of Ouro Preto

Professora do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestra em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia e graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe.

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Published

2024-12-30